10+ Histórias de famílias tão curiosas que mereciam até ser tendência no Google

Ser pai de menina é como uma montanha-russa para os homens. Eles acabam se envolvendo em brincadeiras de princesa, fazendo maquiagens, pintando unhas e participando de jogos que deixam suas filhas felizes. Em um post no seu Instagram, o ator americano Dwayne Johnson disse: “Todo homem sonha com um filho, mas todo homem precisa de uma filha.” Por mais fascinante que seja a paternidade, há uma descoberta curiosa: pais de meninas podem viver mais, e é sobre isso que este artigo vai falar.
Um estudo da Universidade Jaguelônica, na Europa, revelou que pais tendem a viver mais a cada filha que têm: são cerca de 74 semanas adicionais de vida por menina. Para entender o que influencia a longevidade paterna, a pesquisa analisou o número de filhos, diferenciando meninos de meninas. Surpreendentemente, ter mais filhos no geral ou mais filhos homens não impactou a expectativa de vida.
No entanto, uma correlação clara surgiu: quanto mais filhas um pai tinha, maior sua longevidade. Os dados sugerem que pais de meninas podem viver mais, o que levou os pesquisadores a investigar como os filhos afetam a saúde e a longevidade dos pais, tema ainda pouco explorado. Por outro lado, outro estudo concluiu que, independentemente do gênero dos filhos, “ter filhos está associado a uma maior longevidade, especialmente em idades mais avançadas.”
Diante dessas duas pesquisas, é possível interpretar que há uma diferença entre pais de filhas (que parecem viver mais) e pais de filhos (onde o impacto é menor). Quanto ao como e por quê, especialistas recomendam mais estudos, mas fica claro que a influência das filhas na paternidade é um fator relevante.
Alguns estudos revelam como os pais se beneficiam psicologicamente do fato de ter filhas, já que criá-las pode influenciar atitudes e comportamentos do homem. Pais de meninas vivenciam uma variedade de vantagens psicológicas que melhoram seu bem-estar emocional e mental. Pesquisas mostram que esses pais frequentemente se tornam mais expressivos emocionalmente, empáticos e abertos na comunicação, o que aprimora sua inteligência emocional e saúde mental.
Ter uma filha também pode aumentar a autoestima do pai e dar a ele um senso de propósito mais forte como cuidador. Além disso, os pais tendem a ficar mais conscientes sobre igualdade de gênero, muitas vezes desafiando estereótipos e se tornando defensores dos direitos das mulheres — o que contribui ainda mais para seu senso de realização pessoal e responsabilidade social.
Um estudo descobriu que os pais tendem a interagir de maneira diferente com seus filhos e filhas, mesmo desde a primeira infância. Pais de filhas foram mais emocionalmente responsivos, usaram linguagem mais expressiva e se envolveram em comportamentos afetuosos, como cantar e conversar sobre sentimentos. Eles também mostraram maior atividade cerebral em resposta aos rostos felizes de suas filhas, sugerindo um engajamento emocional mais forte.
Em contraste, pais de filhos brincavam de forma mais agitada e usavam uma linguagem mais focada em conquistas, como “vencer” e “melhor”. Suas tomografias cerebrais mostraram respostas mais intensas às expressões faciais neutras dos meninos, possivelmente refletindo incerteza na interpretação das emoções infantis. Outro estudo indica que “pais com filhas têm resultados de saúde física ligeiramente melhores”.
À medida que as filhas influenciam e reforçam o propósito dos pais como cuidadores, entra em cena a Hipótese da Dependência Social da Longevidade. Essa teoria propõe que a evolução favorece vidas adultas mais longas e saudáveis em espécies — ou indivíduos — que assumem papéis de cuidado, pois ajudar a criar a próxima geração aumenta suas chances de sobrevivência.
Um fator-chave nisso pode ser a ocitocina, um hormônio ligado ao vínculo afetivo. A ocitocina ajuda a reduzir o estresse, a inflamação e o dano celular, além de fortalecer os sistemas do corpo que combatem doenças. Por isso, pode ajudar a explicar por que ser um cuidador afetuoso pode levar a uma vida mais longa.
Passar tempo com os filhos pode, na verdade, alterar os níveis hormonais e a atividade cerebral dos pais, ajudando-os a se adaptar à paternidade de maneiras frequentemente subestimadas, explica a professora Marian Bakermans-Kranenburg, especialista em relações familiares e infantis da Universidade Vrije, de Amsterdã, e ex-pesquisadora da Universidade de Leiden, na Holanda.
Pesquisas sugerem que brincadeiras ativas com as crianças estão ligadas a níveis mais elevados de ocitocina nos pais. Em um experimento, pais que receberam ocitocina por meio de um spray nasal se envolveram em brincadeiras mais estimulantes com seus filhos pequenos, indicando que o hormônio influencia o comportamento paterno. No entanto, os pesquisadores alertam que essa relação provavelmente funciona nos dois sentidos: os hormônios podem moldar o comportamento, mas o comportamento também pode influenciar a liberação hormonal.
Ser pai pode ser estressante e uma grande responsabilidade, mas também traz benefícios significativos para a saúde mental e física. Entre eles estão: maior empatia, vida mais longa, melhor saúde mental e maior felicidade e satisfação. Pesquisadores observam que pais participativos frequentemente adotam estilos de vida mais saudáveis — melhorando sua alimentação e desenvolvendo hábitos de exercícios. Eles também tendem a se sentir mais conectados com suas famílias e comunidades, relatando maior satisfação com a vida.
Passar tempo com os filhos aumenta o bem-estar emocional dos pais. Estudos mostram que eles experimentam emoções mais positivas e senso de propósito durante momentos com as crianças, em comparação com outras atividades do dia a dia. Segurar um recém-nascido, por exemplo, pode disparar um pico de ocitocina, enquanto os níveis de testosterona podem diminuir, mudando o foco da competição para o cuidado.
Na web, pais de garotas compartilharam suas experiências pessoais com a paternidade:
Criar bem os filhos é desafiador, sobretudo quando surgem ideias que parecem contrariar tudo o que aprendemos sobre educação. Há quem defenda, por exemplo, práticas que à primeira vista soam absurdas, mas que, segundo alguns especialistas, podem fazer toda a diferença no desenvolvimento emocional e social das crianças. Isso levanta uma questão incômoda: e se estivermos errando justamente por seguir o senso comum?