Os planetas podem ser inteligentes — a Terra é um deles?

Curiosidades
há 9 meses

Você já pensou na Terra como uma criatura inteligente em si, bom, não uma criatura, mas talvez uma entidade? Como se ela tivesse uma mente e alguns instintos de sobrevivência próprios. Quando dito dessa forma, parece que você está prestes a assistir a um filme de fantasia em que o planeta em que caminhamos e vivemos diariamente acorda de repente, percebe que, afinal, não gosta tanto de nós e simplesmente enlouquece. Espero que não.
Mas não estamos falando REALMENTE de tais cenários — mais da ideia de que a atividade coletiva da vida, como micróbios e plantas, pode mudar um planeta e dar a ele uma vida própria. É como se o planeta tivesse uma “mente verde”. A metáfora da Terra como um “planeta vivo” faz sentido; criaturas de todo o mundo rastejam, nadam, andam e voam pelas camadas mais altas de nossa terra, oceanocéu. As plantas cobrem grande parte do nosso mundo, além disso, há vírus e bactérias na água, no solo e até mesmo na atmosfera.

Agora imagine todos os seres vivos da Terra, como plantas, animais e micróbios, como uma equipe gigante trabalhando em conjunto. Eles têm trabalhos diferentes, mas todos fazem sua parte para tornar o planeta um lugar melhor para se viver. Por exemplo, as plantas produzem o oxigênio que respiramos, e os animais ajudam a polinizar as flores. Juntos, eles formam a biosfera, que é como a equipe de vida da Terra.

É aí que a ideia de “inteligência planetária” entra em cena. Assim como indivíduos e grupos podem ser inteligentes, um planeta inteiro também pode ser! Os pesquisadores acreditam que devemos medir a inteligência do planeta por sua capacidade de se manter em funcionamento para sempre. E, assim como os seres humanos precisam trabalhar juntos para sobreviver, a inteligência coletiva de um planeta é medida pela capacidade de toda a vida nele existente de trabalhar em conjunto para atingir esse mesmo objetivo.
É como se o planeta fosse um sistema complexo que sabe como cuidar de si mesmo. Como as florestas. Elas podem compartilhar nutrientes por meio de suas redes subterrâneas secretas de fungos. Isso ajuda todas as árvores a se manterem saudáveis. Obviamente, podemos aprender muito com as florestas. Se fôssemos para o universo da fantasia em busca de planetas inteligentes e conscientes, com certeza escolheríamos Mogo do Lanterna Verde. É uma entidade planetária específica que pode fazer coisas como mudar seu clima e alterar a gravidade, o crescimento das plantas ou algumas outras condições da superfície.

Ou que tal a deslumbrante Pandora de Avatar? Você se lembra das cenas fascinantes da flora e da fauna de lá, com órgãos que podem lembrá-lo de tentáculos? Eles permitem que as criaturas se interconectem umas com as outras em um nível neural. É como se o planeta inteiro fosse um cérebro gigante com muitas árvores menores, criaturas e outras peças como se fossem as suas células.

Estamos longe disso, mas ainda é bom imaginar! No momento, nossa civilização está no estágio que os cientistas chamam de “tecnosfera imatura”. Isso significa que ainda estamos muito concentrados no uso de tecnologias que nem sempre são boas para o nosso planeta. Não temos uma “inteligência planetária” ou uma compreensão coletiva do que precisa ser feito para melhorar o nosso planeta. Em vez disso, estamos todos fazendo nossas próprias coisas. Quer dizer que não estamos no pior estágio. Os pesquisadores criaram quatro estágios do passado e do futuro da Terra para explicar como a inteligência planetária poderia impactar o futuro da humanidade a longo prazo.

O primeiro estágio é o que chamamos de “biosfera imatura”. Foi quando a vida começou na Terra, bilhões de anos atrás. Apenas micróbios estavam presentes na terra nua, sem nenhuma vegetação. Não havia nenhum impacto global, o que significa que esses micróbios ainda não podiam afetar a Terra, sua atmosfera ou outros sistemas de forma alguma. O segundo estágio é a “biosfera madura”, quando continentes estáveis se formaram e a biosfera começou a ter uma forte influência sobre a Terra.
O terceiro estágio é onde estamos agora, com sistemas interligados de comunicação, tecnologia, transporte, eletricidade e computadores que extraem recursos dos sistemas da Terra e afetam a biosfera. O quarto estágio, também conhecido como “tecnosfera madura”, é onde a Terra deve almejar estar no futuro. Isso significa que a tecnologia beneficiará todo o planeta. Usaremos formas sustentáveis de energia, como a energia solar. A inteligência planetária é o sinal de um planeta maduro, e os pesquisadores estão tentando descobrir como podemos avançar em direção a ela.

Portanto, as coisas que fazemos em um nível individual IMPORTAM! A atividade coletiva da vida, como micróbios ou plantas, pode mudar um planeta e torná-lo mais do que apenas uma rocha sem vida flutuando no espaço. Por meio da biosfera, nosso planeta natal meio que descobriu como abrigar a vida por si só há bilhões de anos — e ainda está funcionando. Agora precisamos descobrir como ter um tipo semelhante de sistema de automanutenção, mas desta vez com a tecnosfera.

É difícil imaginar que os planetas possam se tornar autoconscientes como Pandora ou algum outro mundo consciente imaginário por aí. Há algumas razões para isso. Primeiro [megafauna] os planetas se formam com base em como diferentes materiais, como rochas, gases e líquidos, se reúnem em torno de uma nova estrela. É como uma grande reunião de família, em que todos trazem ingredientes diferentes para fazer um prato delicioso.
E, assim como esses ingredientes não se transformarão repentinamente em um ser vivo, os materiais que compõem um planeta não se transformarão simplesmente em criaturas autoconscientes. Na Terra, após bilhões de anos de reações químicas complexas, algumas moléculas começaram a se replicar e a carregar informações. Foi assim que a vida em nosso planeta começou. E a Terra é o único exemplo que temos. Aqui está o segundo motivo — imagine que você tenha um grande jardim onde planta muitos cogumelos ou bactérias, esperando que eles se tornem realmente inteligentes e o ajudem a cuidar do jardim. Mas os cogumelos e as bactérias não têm cérebros como nós. Eles precisem disso.

Ter um cérebro grande também é muito caro para os animais — é preciso muita energia para mantê-lo funcionando. Portanto, os animais só se tornam tão inteligentes quanto precisam ser para sobreviver e prosperar em seu ambiente. Os cães e gatos são bastante inteligentes porque precisam ser capazes de evitar o perigo e encontrar comida. Eles não precisam do tipo de inteligência humana para coisas como construir casas, criar arte ou inventar novas tecnologias. Portanto, seria difícil fazer com que todos os seres vivos e plantas tenham o mesmo nível de inteligência.

A terceira razão pela qual seria difícil para um planeta se tornar autoconsciente é a principal regra do reino animal — a vida é a sobrevivência do mais apto. Toda criatura está competindo por recursos como água, comida e espaço. Mas não são apenas as diferentes espécies que competem entre si, mas os indivíduos da mesma espécie também lutam. Basta pensar em como os caranguejos lutam por território na praia ou como as matilhas de lobos lutam por suas presas. Ou eu, quando vejo um lugar vazio em uma praia lotada. Esse tipo de competição não é uma boa base para a cooperação global.

Há algumas exceções a essa regra, por exemplo, as formigas. Elas podem não ser as criaturas mais inteligentes do planeta, mas quando se reúnem em colônias, conseguem realizar coisas incríveis, como coletar alimentos muito maiores do que elas, construir ninhos, criar filhotes e até mesmo cultivar. Na verdade, elas agem como um superorganismo, chamado de “mente de colmeia”, em que cada formiga trabalha em conjunto para atingir um objetivo comum.

Insetos como abelhas e formigas são muito altruístas e trabalham juntos para garantir a reprodução de sua rainha. Se uma grande colônia de formigas tomasse conta de todo o nosso planeta, ela poderia agir como uma única mente e trabalhar em prol dos interesses da colônia e do planeta até que os recursos se esgotassem. Mas, na realidade, é difícil imaginar que qualquer organismo, mesmo um superorganismo, possa atingir esse nível de autoconhecimento e consciência.

Número 5 — como poderíamos manter contato? Quando se trata de comunicação, as formigas usam feromônios e os humanos usam os nervos. Esses dois métodos funcionam bem para organismos pequenos, mas quando se trata de uma entidade gigante do tamanho de um planeta, seria difícil tornar essa comunicação rápida e eficiente. Portanto, a comunicação dentro de uma entidade do tamanho de um planeta seria muito mais lenta do que a que temos em nossas casas, como nossos computadores ou smartphones. Bom, vamos continuar sonhando com Pandora!

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