Os 8 efeitos das longas missões espaciais no corpo de um astronauta

Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams partiram em uma missão de apenas 10 dias na Estação Espacial Internacional em 5 de junho de 2024. No entanto, uma falha nos propulsores transformou essa viagem em uma surpreendente jornada de 286 dias. Essa estadia prolongada acabou inserindo os dois no ranking dos astronautas com maior tempo de serviço em uma única missão da NASA.

Então, o que exatamente acontece com o corpo humano após passar quase 9 meses no espaço? Os efeitos são surpreendentes — e você não precisa sair do planeta para poder conhecê-los melhor. A seguir, você descobre como o corpo reage à microgravidade durante um período prolongado.

1. Alterações no sistema imunológico

O tempo prolongado no espaço enfraquece o sistema imunológico, tornando os astronautas mais suscetíveis a infecções. Alterações na função das células de defesa e a reativação de vírus adormecidos são comuns, o que torna essencial monitorar a saúde dos tripulantes e desenvolver medidas preventivas.

2. Redistribuição de fluidos

Na Terra, a gravidade puxa os fluidos para baixo, mas no espaço eles se deslocam em direção à parte superior do corpo, resultando em inchaço facial e uma sensação parecida com a de um resfriado constante. Essa redistribuição também pode aumentar a pressão dentro do crânio, causando problemas de visão.

3. Alguns centímetros a mais de altura

Na ausência da gravidade comprimindo sua coluna, os astronautas podem aumentar sua estatura em até 3% nos primeiros dias em ambiente de microgravidade. A coluna se alonga com a redução da pressão, mas, ao voltarem à Terra, a gravidade logo os traz de volta à altura normal em poucos dias.

4. Comprometimento da visão

Os astronautas podem desenvolver a Síndrome Neuro-Ocular Associada a Voos Espaciais, que causa problemas de visão durante e após missões prolongadas. O deslocamento de fluidos pode aumentar a pressão sobre o nervo óptico, levando a inchaço e alterações no formato do globo ocular. Embora alguns efeitos sejam temporários, há preocupações com possíveis danos permanentes à visão.

5. Alterações no coração

Sem a necessidade de lutar contra a gravidade, o esforço do coração diminui, o que pode levar à redução da massa muscular cardíaca. Isso pode causar pressão baixa e tonturas quando os astronautas retornam à Terra. Felizmente, com reabilitação adequada, a maioria dos astronautas se recupera totalmente com o tempo.

6. Atrofia muscular

No espaço, os músculos não precisam trabalhar contra a gravidade, o que leva à atrofia muscular. Astronautas podem perder até 20% de sua massa muscular em apenas alguns dias se não se exercitarem regularmente. Para combater isso, eles se exercitam cerca de duas horas por dia usando equipamentos especiais, mas parte da perda muscular é inevitável, exigindo reabilitação quando retornam à Terra.

7. Aumento da exposição à radiação

Os astronautas são expostos a níveis mais elevados de radiação cósmica quando estão fora da atmosfera protetora da Terra, o que pode aumentar o risco de câncer e possíveis problemas cognitivos. Embora a Estação Espacial Internacional ofereça certa proteção, missões de longa duração ainda representam um risco significativo em relação à radiação.

8. Diminuição da densidade óssea

Os ossos dependem da gravidade para manter sua densidade e força. Sem ela, os astronautas sofrem uma perda significativa de massa óssea, especialmente nos quadris e pernas. Estima-se que percam cerca de 1% da densidade óssea por mês — uma taxa muito mais alta do que a observada em idosos na Terra. Isso os torna mais vulneráveis a fraturas e representa um grande desafio para missões espaciais de longa duração.

Apesar dos incríveis avanços da humanidade, como pisar na Lua e explorar as profundezas dos oceanos, ainda há muito sobre o nosso corpo que permanece um mistério. Aqui você confere como algumas características raras podem revelar habilidades únicas e fascinantes que tornam cada corpo humano ainda mais extraordinário! 💫🧠