O voo mais longo do mundo percorre toda a largura da Terra

Imagine o seguinte: você está prestes a encarar um voo de seis horas, e agora, antes da partida, tem certeza de que vai ficar entediado até o último fio de cabelo. Afinal, serão seis horas sentado na sua poltrona, apenas com pequenas pausas para ir ao banheiro!

Parece difícil, mas que tal fazer isso por dezoito horas?... Voos assim existem e estão se tornando cada vez mais populares. As pessoas hoje em dia preferem ir de A para B sem paradas desnecessárias. É a natureza do nosso mundo cada vez mais agitado.

No entanto, surpreendentemente, o primeiro voo de longa distância ocorreu há 20 anos!

No dia 1º de março de 2001, a Continental Airlines fez sua primeira viagem sem escalas cobrindo uma distância de 11.800 km (onze mil e oitocentos quilômetros).

No final da manhã, a aeronave partiu de Newark, nos Estados Unidos, e foi em direção ao norte. Ela sobrevoou a parte norte dos Estados Unidos, depois o Canadá e o Polo Norte. Em seguida, o avião sobrevoou a Rússia, a Mongólia e a China e, dentro de surpreendentes 16 horas depois, pousou em Hong Kong.

Empresários de todo o mundo ficaram entusiasmados com esta nova modalidade, uma vez que abriu tantas possibilidades para viagens rápidas. Muitos viajam frequentemente a negócios para esses dois importantes centros financeiros do mundo. Mas, antes de 2001, não havia voos comerciais sem escalas que tornassem essas viagens mais convenientes.

Apenas alguns dias após o primeiro voo de Newark, a United Airlines iniciou seu próprio serviço para Hong Kong. Mas uma vez que seus aviões partiam do aeroporto JFK, esta companhia aérea estabeleceu um novo recorde, pois a distância era cerca de três quilômetros a mais.

Hoje, a campeã das viagens de longa distância é a Singapore Airlines com seu voo de Newark a Singapura.

Imagine: o voo comercial mais longo do mundo dura dezoito horas e quarenta e cinco minutos, e cobre mais de quinze mil quilômetros! Isso é mais do que a largura da Terra.

Bem, se voos de longa distância são tão frequentes hoje em dia, por que as pessoas ainda procuram voos com conexão?

Essa é uma boa pergunta, e a resposta é: dinheiro. Vamos dar uma olhada em um voo ultralongo, digamos, de Singapura para Nova York.

Para esses voos, a Singapore Airlines usa um Airbus A350-900 ULR (que significa ultra-long-range, ou seja ultra longa distância em inglês).

Existem apenas sete desses aviões no mundo, e eles podem percorrer uma distância de quase dezoito mil quilômetros sem fazer uma paradinha sequer!

Mas não é assim com os passageiros, aposto! Enquanto o tipo padrão pode transportar 253 (duzentos e cinquenta e três) passageiros a bordo, esta versão ultralonga acomoda apenas 161 (cento e sessenta e um). Você pode achar que é meio estranho, mas o fato é que não há passageiros de classe econômica nesses voos. Nenhum! A classe business ocupa sessenta e sete assentos, enquanto que noventa e quatro são destinados para a classe econômica premium.

Veja bem: mais passageiros e mais assentos significam mais peso para a aeronave. E carregar mais peso leva a consumir mais combustível, o que significa... paradas! Viu como tudo está conectado?

De qualquer forma, os passageiros das classes executiva e premium pagam mais pelas passagens. Portanto, no final das contas, as companhias aéreas não perdem nada com a operação de voos absurdamente longos que dão meia volta ao redor do mundo.