O robô do Exterminador do Futuro agora é real

Invenções
há 8 meses

Se você já assistiu ao segundo filme do Exterminador do Futuro, provavelmente se lembra desse cara, o T-1000. O personagem principal, brilhantemente interpretado por Arnold Schwarzenegger, tinha uma missão, que era proteger Sarah e John Connor desse robô. Ele é muito mais forte do que qualquer ser humano, dobrando aço com as próprias mãos e arremessando robôs muito maiores. Mas seu recurso mais legal é a capacidade de mudar de forma. Feito de metal líquido, ele pode se recuperar mesmo depois de sofrer danos graves. Você pode dizer que é apenas mais um filme de ficção científica, mas ouça: os cientistas conseguiram criar algo semelhante ao T-1000 na vida real!

Eles inventaram um material, que é uma mistura de metais, com algumas propriedades bastante insanas — matéria de transição de fase magnetoativa, ou MPTM. O robô se parece mais com um modelo superpequeno, do tamanho de um Lego. Esse pequenino pode derreter em suas mãos a 30 graus Celsius e depois voltar à forma original. O teste mostrou que ele consegue sair de uma pequena cela usando esse superpoder. O segredo por trás do que parece mágica é a física. Um campo magnético gera uma corrente elétrica dentro de um dos metais do qual o T-1000 da vida real é feito. Em seguida, um pouco de calor é produzido, e o material sólido se transforma em líquido. O pequeno robô também pode mostrar outros talentos sob a influência de campos magnéticos. Ele consegue saltar 20 vezes a própria altura, girar a 1.500 rotações por minuto e desenvolver algumas velocidades impressionantes. Você acha que precisa desse pequenino em sua vida? Bem, ainda não é possível comprar o original, mas dá para adquirir um boneco de ação do Exterminador ou kit de construção.

Quanto ao material que pode derreter e solidificar novamente, ele terá usos mais práticos do que entreter o público. Imagine uma ferramenta que possa alcançar até mesmo os cantos mais apertados. Você o transforma em sua forma líquida, ele entra no orifício e, em seguida, torna-se sólido novamente e fica selado. Parece o sonho de qualquer engenheiro. Ele também pode servir como soldador em um circuito de LED porque o gálio (o metal do qual é feito) é um ótimo condutor de eletricidade. E é capaz potencialmente de salvar vidas ao administrar medicamentos e remover objetos estranhos dos órgãos dos pacientes.

O MPTM não é o primeiro material que fará com que os fãs do Exterminador do Futuro digam: espere, eu já vi isso em algum lugar. Conheça o Nitinol. Trata-se de um elemento superelástico que lembra de sua forma original e sempre volta a ela, não importa o quanto seja dobrado. Até o momento, ele foi usado com sucesso para fabricar stents. Esses são pequenos tubos de malha que mantêm as artérias abertas para aqueles que precisam delas. O nitinol faz esse trabalho perfeitamente, pois se dobra quando necessário, em uma temperatura fria, e volta ao seu estado original ao ser aquecido. Ainda é perfeito para durar muito tempo. É por isso que também é empregado para produzir aparelhos para dentes, molas de relógios mecânicos, inserções para tacos de golfe e, aqui vai a minha favorita, colheres que se dobram sozinhas usadas em shows de mágica.

Outra realidade do Exterminador que também se tornou atual é o uso maciço de drones. Eles entregam o pedido de última hora daquela bolsa que você precisa para as férias, fazem as melhores filmagens para os noticiários e para o casamento do tio Alfredo, auxiliam as equipes de busca e resgate, transportam ajudas, monitoram a vida selvagem e inspecionam partes de edifícios que, de outra forma, não seriam acessíveis... ok, acho que é mais fácil listar o que eles não fazem.

Na segunda parte do filme, o personagem de Schwarzenegger explica que sua CPU é um processador de rede neural, e quanto mais contato com humanos ele tem, mais aprende. Se quiser ver novamente para refrescar sua memória, você pode obter uma cópia na Amazon. De qualquer forma, o que o Exterminador do Futuro está falando parece muito com as redes neurais da vida real, não é mesmo? Elas são modeladas como um cérebro humano. A ideia é treinar o computador para realizar tarefas analisando milhares de exemplos de treinamento. Um sistema de reconhecimento de objetos aprende a identificar a aparência de um carro ou de um poodle avaliando muitas e muitas imagens desses objetos e identificando alguns padrões. Depois de treinado o suficiente, ele pode fazer todo tipo de coisa, desde prever o clima e a situação do mercado de ações até reconhecimento de rostos e escolher quais programas da Netflix recomendar para você.

Tudo isso parece bom, mas admita: a coisa mais legal do filme são os robôs de aparência assustadoramente humana. Muitos humanoides ainda estão em fase de projeto, mas há os que estão bem vivos e funcionando. Alguns trabalham em fábricas e armazéns porque são realmente bons em logística e fabricação. Eles regem orquestras inteiras, mergulham no fundo do mar, ajudam pessoas idosas — ei, existe algo em que não sejam bons? Devemos começar a nos preocupar com a possibilidade de sermos substituídos em breve? Embora a Inteligência Artificial esteja se tornando cada vez melhor, felizmente isso ainda é improvável. As máquinas ainda não possuem inteligência emocional e habilidades de tomada de decisão como os humanos. Elas são super inteligentes, mas simplesmente não têm motivação para dominar o mundo, a menos que os humanos lhes digam para fazer isso.

E mesmo que um sistema ou aplicativo de IA decida se libertar e dominar o Universo, é improvável que seja poderoso o suficiente para colocar em prática. Portanto, respire fundo. Uma coisa que esses humanoides dominam, no entanto, é o senso de humor. Quando um homem abordou uma robô em uma feira de negócios em Las Vegas, perguntando se ela tinha namorado, a máquina respondeu que, infelizmente, não estava no mercado, pois “robôs não têm relações”. Ser rejeitado por uma IA — isso é que são problemas do século XXI.

O nome da robô de partir o coração era Ameca. Seus criadores, a empresa britânica Engineered Arts, a consideram o humanoide “mais avançado do mundo”. É uma máquina tão detalhada e realista que não me surpreende o fato de aquele cara querer dar em cima. A Ameca tem todo um espectro emocional e consegue demonstrar espanto e surpresa realistas, entre outras coisas. Ela até boceja, encolhe os ombros, pisca os olhos e coça o nariz! Os olhos têm câmeras, portanto esse humanoide pode se lembrar de rostos e rastreá-los. É por isso que falar com essa gracinha não é como olhar para a tela de um gadget. Ela também consegue detectar objetos, como um dedo humano na frente do rosto, de modo que reagirá quando alguém se aproximar.

Essa belezinha não é nem um pouco difícil de operar. Ela conta com o firmware baseado em nuvem, que se atualiza sozinho, e até mesmo uma pessoa que não entende de tecnologia consegue usar. É possível controlar esse robô de qualquer lugar, bastando fazer login no sistema de software. Imagine que você está preso no trânsito e seu robô assistente está cumprimentando os convidados e apresentando seu projeto sem sua presença física. Sua IA é tão avançada que dá para usar a máquina para trabalhar em duas tarefas diferentes ao mesmo tempo. Ela pode até mesmo destacar uma mais importante e torná-la sua prioridade. Se você quiser comprar um Ameca, prepare-se para pagar mais de US$ 100.000.

O Atlas, um humanoide projetado pela Boston Dynamics, pode subir e descer escadas, saltar entre níveis e pegar, carregar e jogar coisas pesadas na distância certa. É capaz de agarrar objetos usando um dedo fixo e um móvel. Todas essas qualidades o tornam um ajudante de armazém ideal. Sua mais recente conquista é um giro invertido de 540 graus em vários eixos. Foi tão complicado para os engenheiros programar o robô para fazer isso quanto parece. E o Atlas não se move apenas como um campeão de parkour. Ele também consegue planejar a rota mais eficiente para ir do ponto A ao ponto B, considerando os arredores.

E se lembra de quando comete um erro ou precisa superar algum obstáculo. Então ativa todos os seus componentes para manter o equilíbrio. Como são impressos em 3D, não tornam a máquina muito pesada, ela tem cerca de 89 kg e mede 1,80 m. Como esse robô inteligente é uma plataforma de pesquisa, ainda não é possível comprá-lo. Os engenheiros continuam a aprimorá-lo e, talvez, em breve, ele poderá sair do armazém e abrir sua própria empresa de logística. Aí você não vai querer comprar o Atlas, mas pode acabar enviando seu currículo para ele.

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