Scheila Carvalho remove ácido hialurônico do rosto e se choca com o resultado: “Meu olhar abriu”

Um dos poucos lugares para os quais você ainda não viajou é... um vulcão! Trata-se de uma abertura na crosta terrestre, por onde gases quentes, rocha derretida e outras coisas saem para a superfície do planeta. Mas de qual tipo você escolheria? Eles são diferentes. O Vulcão-Escudo, por exemplo, é quase inteiramente composto por fluxos solidificados de lava. O Domo Vulcânico é formado por pequenas massas de lava que são muito grossas para percorrer longas distâncias. Tem também o Cone de Escória, o mais simples que existe. Ele é composto por bolhas de lava quase sólida que irrompem por uma única abertura. Essa lava é ejetada no ar com grande força. Depois, se quebra em vários fragmentos minúsculos, que se solidificam e caem de novo em forma de escória. Com o tempo, formam uma estrutura oval ou circular cônica redonda ao redor da abertura, que raramente tem mais que 300 metros.
Mas e se você preferisse uma coisa mais impactante? Que tal viajar para dentro de um Extratovulcão? Ele é gigante, íngreme, poderoso. Assim que escolhe o tipo, você também resolve visitar um ativo, que está em erupção neste momento! O que está observando agora é chamado de “avalanche brilhante”. Ele acabou de cuspir uma porção gigante de lava, que criou um fluxo piroclástico. A temperatura pode alcançar insanos 700 graus! Você vê esse fluxo se formando a partir de fragmentos de rocha e descendo pelo flanco do vulcão a uma velocidade de centenas de quilômetros por hora! Estão chovendo cinzas na Terra como se fosse uma neve cinzenta e empoeirada. As vulcânicas são compostas por pequenas partículas de rocha pulverizada, vidro vulcânico e minerais. Quando se misturam à água de riachos e rios das montanhas, surgem correntes de lama furiosas.
Apesar de todas essas coisas assustadoras, você se aproxima cada vez mais. Ainda bem que seu corpo está protegido por um macacão que suporta QUALQUER temperatura. Quanto mais perto chega, mais “fumarolas” vê. Elas são furos e rachaduras na base do vulcão e na subida dele e emitem nuvens gigantes de vapor e gases vulcânicos — dióxido de carbono e dióxido de enxofre. Algumas rachaduras são tão grandes que daria para entrar nelas e dar uma olhadinha dentro do monstro. Mas você tem um destino diferente — a cratera.
No caminho, avista uma estrutura cônica estranha ao lado do vulcão. Deve ser um cone secundário — também conhecido como Cone Parasita. Ele se forma ao redor de aberturas secundárias que alcançam a superfície de vulcões muito grandes. Nesse caso, uma erupção pode ocorrer não só na abertura principal na parte de cima, mas também nessas aberturas “adicionais”. De qualquer modo, não é para lá que você está indo. Pouco depois, chega à cratera. Ela parece uma bacia gigante. Quando alcança a borda e olha para dentro, vê que essa “bacia” é super profunda. A abertura de lava — que é para onde você precisa ir — fica no fundo da cratera.
Mas antes de pular para dentro da abertura, vê alguns tubos estranhos escondidos sob o fluxo de lava. São tubos — passagens naturais por onde a lava líquida viaja debaixo da superfície do fluxo. Você resolve mudar o trajeto e seguir um desses túneis. É o tubo principal. Também vê vários tubos menores. Eles fornecem lava para um ou mais fluxos. Se o vulcão não estivesse em erupção nesse momento, ela iria escorrer para baixo, para o fim desse sistema. As passagens ficariam com marcas dela nas paredes, o piso ficaria achatado e estalactites ficariam penduradas no teto. Mas ainda há um espaço vazio acima do fluxo de lava. Isso porque ela erodiu para baixo, tornando o tubo mais profundo.
Mas agora você precisa voltar. Por isso pega a próxima entrada e retorna para a cratera. Então, espera o monstro cuspir mais uma poção de lava fervente e mergulha na garganta dele. É a entrada do vulcão. Lava e cinzas vulcânicas são ejetadas daqui. A garganta é larga, então você desce confortavelmente até o fundo dela. Ao seu redor, a lava reluz em vermelho e laranja. Isso porque quando ela é cuspida para a superfície, a temperatura pode alcançar 1.200 graus, suficiente para derreter ferro! Você desce para a abertura principal. Esse é um ponto fraco na crosta do nosso planeta. Lá, o magma escaldante consegue escapar da câmara e chegar à superfície. Enquanto desce cada vez mais pela abertura, você avista alguns sills.
Às vezes, a lava entra nas rachaduras da crosta, empoça e cristaliza. Dessa maneira são criados depósitos de cinzas e lava solidificada — isso é chamado de sill. Pouco depois, você chega à câmera de magma, uma piscina grande de rocha derretida. Esta na qual está agora é bem rasa, porque não é a principal. Após descer mais vários quilômetros pela abertura, chega à outra câmara de magma — e é gigante. Ela alimenta a menor que fica abaixo da base do vulcão. A câmara principal de magma se localiza na crosta terrestre — e pode ter de 5 a 70 quilômetros de profundidade. A rocha derretida de lá fica sempre sob pressão extrema. E a temperatura interna é incrivelmente alta.
Com o tempo, a rocha ao redor da câmara começa a quebrar, o que cria saídas para o magma. E como isso é feito de um material muito menos denso que a rocha ao redor, passa pelas rachaduras até chegar à superfície. Então sai da câmara principal e sobe para a que fica em cima. Depois, atinge a superfície com uma erupção poderosa. Você explora a câmara de magma e depois resolve ir mais fundo, até onde toda a rocha derretida entra na câmara de magma. Agora está se movimentando pela crosta. O vulcão fica localizado em terra. É por isso que sua viagem leva mais tempo do que se estivesse viajando pela crosta oceânica. Ela só tem de 5 a 10 quilômetros de largura.
Mas a continental é muito mais grossa — pode ter até 45 quilômetros de espessura em alguns lugares. Enquanto você passa por ela, observa sua cor clara. Ela tem esse tom porque é composta mais por granito. Se estivesse na crosta oceânica, o material ao redor seria escuro ou quase preto, pois tem uma composição diferente. Quanto mais você desce, mais quente fica. Claro, a temperatura aqui não é tão alta quanto a da câmera de magma. Mas ainda assim, na fronteira com o manto seu termômetro mostra 400 graus. A uma profundidade de cerca de 30 quilômetros, você chega à fronteira entre a crosta e o manto superior da Terra. Lá, a pressão atinge impressionantes 10 mil atmosferas. É de lá que o magma sai. Você pode encerrar sua jornada e voltar para a superfície. Mas sua curiosidade fala mais alto.
Você resolve descer mais, indo em direção ao manto da Terra! A próxima camada no seu caminho é o manto. Ele corresponde a dois terços da massa terrestre, e a 84% do volume do planeta, com 3 mil quilômetros de espessura. A rocha mais próxima da parte interna dele é semissólida — igual a uma bala de caramelo. A parte superior, bem como a crosta, é quebrada em pedaços gigantes, parecem um quebra-cabeça colossal. São as placas tectônicas. Elas se movimentam a uma velocidade de dois e meio a cinco centímetros por ano. Você está se deslocando pelo manto superior e sente a temperatura subir para 870 graus. Perto da fronteira com o núcleo, já são 4 mil graus!
A pressão no manto inferior atinge 240 mil atmosferas. Você sentiria a mesma pressão se 3.300 elefantes formassem uma torre em cima da sua cabeça. A uma profundidade de 3 mil quilômetros, vê a fronteira entre o manto e o núcleo externo. As entranhas do planeta que estão ao seu redor são aquecidas a 5 mil graus. Essa temperatura é alta o suficiente para manter o núcleo externo líquido. Lá, a pressão é de quase dois milhões de atmosferas. Mas isso não é suficiente para solidificar o ferro do núcleo de novo. O externo tem 2.400 quilômetros de espessura. Ele se agita, formando correntes gigantes e turbulentas, e gera um campo magnético. No núcleo externo, o campo magnético da Terra é 50 vezes mais poderoso do que na superfície.
Agora você está a mais de 5 mil quilômetros abaixo do chão. E já chegou ao núcleo interno, uma esfera de metal sólido de cerca de 2.400 quilômetros de diâmetro. Ele é imensamente denso, e gira mais rápido que o resto do planeta. A temperatura ali é tão alta quanto a superfície do Sol — 5.400 graus Celsius. E a pressão é três milhões de vezes maior que a da superfície. O núcleo levou cerca de 500 milhões de anos para se formar, o que significa que é bem mais novo que algumas partes da crosta!