O Que os Sobreviventes Ouviram Quando o Titanic Estava Afundando
Uma vez, ele foi um famoso gigante, o maior navio daquela época. Agora não passa de duas grandes partes abandonadas no fundo do oceano vivendo a cerca de 600 metros uma da outra, rasgadas pela colisão catastrófica e pelo tempo. A popa do Titanic ficou completamente arruinada depois de atingir o fundo do oceano, mas ainda se pode reconhecer a proa, já que muitos ambientes internos foram preservados.
Há um tipo específico de bactéria encontrado nos rusticles do navio. Um rusticle é a formação acastanhada de ferrugem, que ocorre nas profundezas da água quando o ferro forjado do navio é feito de materiais oxidantes.
Isso significa que as bactérias comem o ferro do casco do Titanic peça por peça. E parece que elas podem terminar seu lanche até 2030 — bem mais cedo do que quando alguém esperaria que o naufrágio desaparecesse para sempre.
Você pode pensar que provavelmente seria mais fácil tirar os destroços da água para preservá-los. Mas, se alguém tentasse fazer isso, as peças desmoronariam. O Titanic está debaixo d’água há mais de 110 anos e agora está tão enferrujado, que ninguém seria capaz de reconstruir algumas partes dele, mesmo que conseguíssemos tirar o navio das profundezas do oceano.
O que você acha? Será que alguma das cerca de 700 pessoas que sobreviveram ao naufrágio do Titanic pôde ouvi-lo bater no fundo do oceano? Afinal, o maior navio que já havia sido feito até então desapareceu diante de seus olhos.
Mas o som muito provavelmente não teria viajado da água para o ar. Não podemos ouvir esse movimento brusco na água porque nossos corpos não são projetados para ouvir em tais ambientes. E, embora os passageiros estivessem perto do local onde ele afundou, o Titanic percorreu uma longa distância até chegar ao fundo do oceado — 3.800 metros.
No fundo do mar há muitos deslizamentos e terremotos que não podemos ouvir — e eles fazem muito mais barulho do que um único navio batendo no fundo do oceano. A maioria das vibrações e dos sons deve ter se espalhado por uma grande área. Além disso, a explosão da água, que muitos acreditam ter atingido o Titanic depois de ele ter tocado o fundo do oceano, teria empurrado para trás a maioria das vibrações acústicas potenciais. E não é difícil produzir ruídos tão altos no fundo do oceano.
Muitos sobreviventes disseram ter ouvido ruídos aterrorizantes enquanto o Titanic estava se partindo em 2, mas nenhum mencionou ter ouvido nada depois que o navio desapareceu abaixo da superfície da água.
Alguns sobreviventes compartilharam sua visão sobre o caos formado quando os passageiros, principalmente mulheres e crianças, estavam entrando nos barcos salva-vidas. Não havia barcos suficientes, e ainda assim alguns deles nem sequer estavam em sua capacidade máxima. Ninguém sabia como reagir adequadamente numa situação dessas. O treinamento com os botes salva-vidas tinha sido programado para a manhã antes de o Titanic atingir o iceberg. Mas, por alguma razão, foi cancelado.
Um transatlântico gigante que todos acreditam ser inafundável faz uma viagem pelo oceano. Em seu caminho, ele atinge um iceberg e afunda — sim, todos nós sabemos como é a história. Mas o que é assustador é que é também o enredo de “O Naufrágio do Titã”, um romance publicado em 1898, 14 anos antes de o Titanic ter ido para o fundo do oceano ou mesmo de ter sido construído.
No romance, o Titan (que nome assustadoramente preciso, né?) não tinha coletes salva-vidas e botes suficientes para todos os passageiros a bordo. Era também o maior navio da época, quase idêntico em tamanho ao Titanic. Tanto o Titanic quanto o Titan afundaram em abril.
Dorothy Gibson era uma atriz americana de cinema mudo. E também era uma das passageiras do Titanic. Ela sobreviveu à catástrofe. Logo após ir para Nova York, ela começou a filmar Saved From the Titanic (“Salva do Titanic”, em português). O filme foi lançado apenas um mês após o naufrágio. Dorothy estava até usando os mesmos sapatos e roupas que vestia quando estava a bordo do navio.
O filme foi um sucesso, mas acabou destruído em um incêndio, portanto só existe na nossa imaginação — assim como Jack Dawson.
O Titanic não estava sozinho nas ondas inquietas do oceano frio perto do iceberg que o atingiu. O SS Californian estava relativamente próximo. Mas o rádio deles foi desligado naquela noite. Em certo momento, os membros da tripulação notaram luzes misteriosas no céu. Imediatamente foram acordar o capitão, mas ele não emitiu nenhuma ordem.
Alguns acreditavam que eram apenas fogos de artifício. Eles nunca perceberam que na verdade era um pedido de ajuda — os fogos foram enviados para o céu, esperando que alguém notasse. Quando o SS Californian recebeu as mensagens de SOS, já era tarde demais.
Alguns dizem que a lua cheia pode ter sido a razão pela qual o iceberg cruzou com o gigantesco navio. Uma lua cheia pode ter causado marés incrivelmente fortes que eventualmente enviaram vários icebergs para o sul — exatamente quando o Titanic estava cruzando aquela área.
Você se atreveria a provar queijo do Titanic? O naufrágio está sob a superfície do oceano há mais de 100 anos. Levou mais de 70 anos para encontrá-lo. E a maior parte da comida que havia caído junto com o navio estava, é claro, estragada.
Mas é possível que ainda reste um pouco de comida. Alguns alimentos são menos perecíveis, como o queijo, por exemplo. Os micróbios que transformam o leite em queijo criam condições especiais para proteger esse produto contra a deterioração.
Diversas coisas sobreviveram ao Titanic. Uma carta manuscrita na qual uma mãe e uma filha escreveram para a avó sobre a incrível jornada em que elas estavam juntas. A carta já existe há mais de 100 anos e foi vendida em um leilão.
Foi encontrado um par de luvas de algodão branco no naufrágio. Os músicos do Titanic tocaram até o último momento. Partituras e um velho violino foram encontrados entre os destroços. O sino de um dos tripulantes tocou três vezes para avisar que havia um iceberg muito próximo no caminho. Um relógio de bolso parou à 1h45 da manhã, hora em que o navio afundou no oceano.
Talvez uma pessoa pudesse ter mudado o que aconteceu no Titanic. David Blair foi um homem de muita sorte. Era ele que deveria estar no posto de segundo oficial do Titanic. Mas Blair foi dispensado no último momento — o que acabou salvando sua vida. Foi incrível para ele, mas algo minou sua alegria: e se ele fosse a única pessoa que poderia ter feito algo para salvar o navio e os passageiros?
Antigamente, os navios não tinham tecnologia avançada e inteligente como hoje. Eles não podiam ver uma ameaça no horizonte. Os binóculos eram úteis, mas os tripulantes do Titanic não tinham acesso à sala onde esses acessórios eram mantidos.
David Blair era o homem responsável pelas chaves. Ele deixou o navio com pressa e esqueceu de entregar as chaves que estavam em seu bolso. Talvez, se os membros da tripulação tivessem tido acesso aos binóculos, teriam visto o iceberg e tido tempo suficiente para mudar de rumo.
É possível que o iceberg gigante que enviou o Titanic para o fundo do oceano fosse feito de neve que havia caído no sudoeste da Groenlândia. Os cientistas até utilizaram um modelo de computador para calcular os caminhos do iceberg, levando em consideração as correntes oceânicas e as leituras meteorológicas. É possível que o iceberg tivesse 520 metros de comprimento, com um peso de cerca de 75 toneladas. No momento em que colidiu com o Titanic, já havia diminuído para apenas 1,5 toneladas.
Violet Constance Jessop era, como muitos a chamavam, a “Miss Inafundável”. Ela tinha apenas 24 anos quando se juntou à tripulação do Titanic. Na trágica noite em que o navio bateu no iceberg, ela estava deitada na cama. Assim que soube que algo estava acontecendo, se vestiu e foi rapidamente para o convés. Violet ajudou os passageiros a entrar nos barcos salva-vidas.
4 anos mais tarde [1916], ela estava no Britânico, o navio-irmão do Titanic. Mais uma vez, o navio começou a afundar. Não só ela sobreviveu a outro acidente, como também foi mais uma vez quem ajudou outras pessoas a escapar do navio antes que ele desaparecesse nas águas profundas.