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Pikachu, eu escolho você! Nostálgico, hein? Bem, isso é compartilhado por milhões de fãs do Pokémon em todo o mundo. Quanto ao gênero anime em geral, ele literalmente dominou o planeta e, surpreendentemente, tem muitas características que pertencem à vida real, dando uma visão da verdadeira cultura japonesa. Por exemplo, a comida. Se você já viu anime, deve ter notado o cuidado com que os animadores descrevem as refeições dos personagens na maioria das séries. Uma tigela de lamen, o tradicional macarrão japonês, é geralmente desenhado com detalhes cuidadosos. E se você olhar as fotos do lamen da vida real, verá o esmero com que é copiado na animação.
O mesmo vale para quase todos os outros pratos tradicionais japoneses. Quando os personagens têm uma mesa de jantar com vários tipos de alimentos, você pode pegar um livro de culinária japonesa e encontrar todos lá apenas pelo visual. Uma razão para isso é a expectativa do público: as pessoas no Japão sabem como é sua comida e esperam vê-la no anime. O outro motivo é o respeito geral que os japoneses têm pela comida. É muito mais do que apenas pôr na boca e mastigar — eles têm muitas tradições e costumes nacionais relacionados ao alimento, desde a forma de preparo até o consumo. É por isso que essa parte recebe tanta atenção no anime também.
Muitas séries têm os mitos e lendas japoneses como base de suas tramas. Você pode aprender muito sobre as crenças no anime. Por exemplo, muitas séries de fantasia giram em torno de ’yokai’ — espíritos que podem assumir diferentes formas e ser maus e benevolentes. Uma das mais populares de todos os tempos, Naruto, também utiliza muitas tradições locais como cenário. Os ninjas, que são os guerreiros e guardiões, realmente existiam nos tempos medievais. Eles não podiam comandar as forças da natureza, é claro, mas eram altamente treinados em artes marciais e frequentemente enviados para operações que exigiam sigilo.
A Besta de Nove Caudas, Kurama, é uma raposa especial que também aparece no anime. Na mitologia japonesa, espíritos dela, ou kitsunes, são seres sobrenaturais cujo número de caudas reflete seu poder e sabedoria. Quanto mais velhos e fortes eles se tornam, mais caudas desenvolvem, e as raposas de nove caudas são consideradas as mais poderosas de todas. Não é à toa que Kurama era o mais forte dos anime!
A propósito, o Pokemon também se referiu a esse mito com uma de suas criaturas chamada Ninetales. Obviamente tinha nove caudas e se parecia com uma raposa. Esse Pokémon apareceu já na primeira geração e foi um dos cem primeiros. No momento, existem mais de 900 Pokémons no total, e o número ainda está crescendo. Tenho que pegar todos eles!
Nos últimos anos, o gênero ’isekai’ cresceu imensamente em popularidade no Japão e em todo o mundo. A característica principal é que uma pessoa comum de nosso mundo moderno é convocada ou renasce em outro universo, geralmente de fantasia. O protagonista então vive aventuras maravilhosas e perigosas e muitas vezes se torna uma das figuras mais importantes do novo mundo. A razão para tanto sucesso é simples: é uma fuga da realidade tediosa. Antes da transição para o outro universo, o personagem principal geralmente é mostrado como um humano perfeitamente comum. Pode ser um estudante, um funcionário de escritório ou até mesmo um desempregado. E depois de transferido, adquire alguns superpoderes ou habilidades mágicas que lhe dão vantagem contra monstros e outros inimigos.
É um sentimento comum entre as pessoas de todo o planeta, mas o Japão talvez anseie especialmente por essas fugas. É costume os japoneses trabalharem muito, e o esgotamento é bastante comum. Além disso, muitas vezes eles ficam no escritório depois do expediente sem receber nada extra, o que também afeta seu bem-estar. O trabalho pode ser tedioso e difícil, então não é de admirar que eles sonhem em ser transportados para um reino de fantasia onde possam ser livres e viver aventuras mágicas. Por falar em trabalho de escritório, você pode imaginar animadores e ilustradores trabalhando em estúdios de anime como alguns caras famosos e ricos, mas isso está longe de ser realidade. Na verdade, a maioria dos animadores ganha apenas o suficiente para se alimentar, e muitos dizem que o salário não corresponde ao trabalho que fazem. Apesar dos estúdios de anime ganharem bilhões de dólares com seus títulos de maior sucesso, geralmente pagam a seus funcionários apenas o suficiente para sobreviver.
É assim porque a maioria dos animadores chega à indústria pelo puro desejo de trabalhar com o que ama. Eles não vão pensando em ganhar dinheiro, mas em ver sua série de mangá favorita ao vivo na tela. Além disso, a abordagem tradicional do trabalho no Japão é sobre ’nós’, não ’eu’. Então eles se esforçam para o bem coletivo, não para si mesmos. Portanto, não é costume reclamarem de suas condições de trabalho, ao contrário das sociedades ocidentais. Um dos paralelos menos óbvios entre o anime e o mundo real é o cenário usual de quase todas as séries shonen, um gênero específico voltado para adolescentes e jovens adultos em anime. Normalmente envolve aventuras, perigos, uma linha bem clara entre o bem e o mal e personagens vívidos de ambos os lados do conflito.
Nesses títulos, o personagem principal geralmente tem que passar por muitos problemas antes de sair vitorioso. Os espectadores o veem treinando duro, lutando contra inimigos cada vez mais fortes e buscando soluções inteligentes para situações terríveis. O protagonista quase nunca é mostrado como alguém especialmente forte. Pelo contrário, seus inimigos são todos mais poderosos e astutos. E é com muito trabalho e perseverança que ele prevalece. A mensagem não tão escondida de todos esses títulos é que você só pode alcançar o sucesso trabalhando duro para desenvolver suas habilidades. Nada de bom vem sem luta, e essa regra pode ser facilmente aplicada à vida real. É também a regra pela qual muitos japoneses vivem: quanto mais trabalha, melhor você se torna.
Além de vários títulos de aventura, o anime apresenta uma vasta gama de séries casuais e cotidianas. E com elas pode-se aprender muito sobre como vivem os japoneses. Por exemplo, se for um título sobre a escola, pode ser surpreendente ver todas as garotas usando saias, mesmo no inverno. Mas isso é totalmente verdade. As saias fazem parte dos uniformes escolares femininos no Japão. Não é proibido colocar meias quentes por baixo se estiver frio. Saias também são consideradas moda no país, então há muitas japonesas usando, mesmo fora das escolas. E como não faz muito frio nas regiões central e sul do Japão no inverno, elas são comuns até mesmo nessa estação.
As sakuras, ou cerejeiras, se espalham pelo país. E assim como são mostradas em muitas séries de anime, as pétalas dessas árvores são carregadas para todos os lados na primavera. Existem até festivais dedicados ao florescimento das cerejeiras. Eles são chamados de ‘Hanami’, que significa “ver flores”. As pessoas vão aos parques e aos campos para apreciar a floração das cerejeiras. As famílias também são mostradas bastante realistas no anime. As casas típicas são pequenas e minimalistas.
Os japoneses costumam não ter muito em termos de decoração, preferindo praticidade e conforto ao prazer visual. E sim, dormem no chão. Bem, não exatamente, mas em futons, ou colchões que colocam direto no chão. Embora as camas não sejam raras, os futons ainda são muito populares. A propósito, é meio que costume limpá-los na primavera, levando-os para a varanda e batendo neles com um pedaço de pau especial. Esses colchões são muito pesados e difíceis de lavar, então essa é basicamente a única maneira de limpá-los depois de um longo inverno.