A história da família Rothschild (eles têm tanto dinheiro que é impossível contar)

Curiosidades
há 5 anos

Você não encontrará fotos ou menções a qualquer um dos membros da família Rothschild nas colunas sociais ou em matérias da revista Forbes. Essa família de banqueiros de origem judia-alemã é uma das mais ricas da história, mas, sua fortuna, hoje, está espalhada entre inúmeros herdeiros.

Falando em tamanho de patrimônio, os cálculos mais modestos indicam que possuem cerca de 350 bilhões de dólares. Outros, menos conservadores, chegam a 1 trilhão de dólares. Seja como for, é muito, muito dinheiro. Para se ter uma ideia, o homem mais rico do Brasil, o banqueiro Joseph Safra, possui uma fortuna de “apenas” 25 bilhões de dólares.

Os Rothschild modernos vivem em diferentes países do mundo, e muitos deles se dedicam a atividades muito distantes dos negócios bancários: administram arquivos históricos em museus ou salvam as geleiras do aquecimento global, por exemplo.

Incrível.club decidiu pesquisar um pouco mais sobre essa verdadeira dinastia dos negócios. Apresentamos, também, alguns fatos pouco conhecidos sobre uma das mais lendárias famílias de bilionários da história.

Séculos XVIII — XIX

  • As primeiras gerações dos Rothschild viviam em um imóvel em cuja porta havia uma inscrição que representava uma águia dourada diante de um escudo vermelho. Em alemão, “Rothschild” pode ser traduzido como algo como “escudo vermelho”. Foi a partir dessa palavra que se originou o sobrenome até hoje associado à fortuna e ao poder.
  • No século XVIII, Amschel Mayer Rothschild conseguiu abrir um banco em uma das cidades da Alemanha e passou o negócio de família aos seus cinco filhos. Os jovens acabaram mostrando talento para a administração e desmembraram o que era apenas um banco em cinco, cada um em uma região da Europa. Fazendo parte de uma sociedade maior, esses bancos eram comparados aos cincos dedos de uma mão, tamanha a forma coordenada e harmoniosa com que atuavam, praticamente sem conflitos.

Amschel Mayer Rothschild (à esquerda) e seus cinco filhos (direita): Nathan, Solomon, James, Carl e Amschel.

  • Os Rothschild desenvolveram sua própria rede de correspondências, o que lhes permitia acompanhar, com extrema agilidade para os padrões da época, tudo o que estava acontecendo no mundo (ou nos países onde atuavam). Já naquele tempo, informação significava poder e agilidade na tomada de decisões e esse foi um de seus trunfos. A família usava, por exemplo, pombos-correio para trocar mensagens. E, dispondo de uma bem estruturada rede de informação, difundiam boatos em nome dos negócios. Isso ocorreu, por exemplo, durante a famosa batalha de Waterloo, entre França e Inglaterra (1815) e que terminou com uma derrota de Napoleão Bonaparte. Graças à rede de informação, os agentes da família ficaram sabendo que a Inglaterra estava vencendo e enviaram aos líderes um pombo-correio com a notícia. Astutamente, Nathan Rothschild, um dos líderes da família, passou, então, a vender ações na Bolsa de Valores de Londres, indicando, com isso, que o cenário era crítico para os ingleses e que a tendência era de queda nas ações. Seguindo as operações do banqueiro, outros detentores de ações começaram a vendê-las, fazendo com que o índice caísse abruptamente, o que permitiu a Rothschild comprar ações baratas para revende-las depois com um enorme lucro, quando a informação de que a Inglaterra havia vencido finalmente chegou a Londres e o preços das ações se recuperou.
  • No século XIX, o clã começou a ter seu próprio conjunto de regras que todos os membros da família deveriam seguir. Uma dessas normas, em particular, estabelecia que nenhum descendente pela linha feminina tinha o direito de administrar o capital. Essas prerrogativas só cabiam aos descendentes homens.
  • Como costumava ocorrer nas famílias reais, na dinastia Rothschild, os casamentos eram cuidadosamente planejados pelo patriarca da família. Como regra geral, se casavam entre si os primos diretos e os de segundo grau. Isso, evidentemente, servia para garantir que o poder e a fortuna continuassem nas mãos da família. O resultado foi um curioso efeito sobre a árvore genealógica da dinastia. Enquanto uma pessoa comum tem dois pais, quatro avós, etc, Lionel Walter Rothschild, por exemplo, tinha somente um bisavô e uma bisavó.
  • No fim do século XIX, o clã controlava praticamente a metade do mundo. Os Rothschild financiaram, com sua fortuna, o exército japonês durante a guerra russo-japonesa, investiram na criação de um trem na Europa, patrocinaram a construção do canal de Suez e muito mais. Desde então, o sobrenome Rothschild se transformou em sinônimo de riqueza.
  • Sobre a influência da dinastia sobre os políticos mais poderosos do mundo, há uma história conhecida que se parece mais com um mito. Segundo o diário de um dos representantes da família, a rainha Victoria, da Inglaterra, visitava seguidamente a casa dos Rothschild. Em uma dessas visitas, a baronesa Alice Rothschild gritou à rainha: “Saia do jardim, você está pisoteando as flores!”, e Victoria, uma das mais conhecidas rainhas da história, obedeceu.
  • Também há lendas sobre os princípios morais dos Rothschild. Em 1861, o governo russo se dirigiu à família para pedir um empréstimo e recebeu um não como resposta. O fato é que o empréstimo era necessário para reprimir algumas revoltas que estavam ocorrendo na Polônia. Os Rothschild teriam obtido enormes ganhos se financiassem os russos, mas, nesse caso, não queriam apoiar um regime que suprimisse os movimentos da libertação nacional.
  • As famosas guerras napoleônicas também foram ganhas com a participação do clã. Os Rothschild investiram uma parte notável de sua fortuna no exército inglês, e também ajudaram a transportar metais caros para a fabricação de armas e proteção dos soldados.

Século XX

A celebração do 200º aniversário da dinastia. Da esquerda para a direita: Jacob Rothschild, Amschel Rothschild, Guy Rothschild e Edmond Rothschild.

  • O maior colecionador de arte do clã Rothschild se chamava Ferdinand. Todos sabiam que, segundo seu testamento, ele deixaria ao Museu Britânico todos os seus objetos de arte. E, sem ter fundos para adquirir determinadas obras, os diretores do museu, espertamente colocavam Ferdinand em contato com os donos das pinturas e ele as adquiria.
  • Um dado interessante é o fato de que quase todas as mulheres da família eram reconhecidas por seus contemporâneos como pessoas que apresentavam qualidades que a sociedade costumava atribuir aos homens, como a obstinação e a dureza.

O famoso bailarino e coreógrafo Rudolf Nuréyev junto com Marie-Helene Rothschild

  • Walter Rothschild, também um colecionador, entrou para a história da ciência. No entanto, ele colecionava borboletas, chegando a juntar, em toda sua vida, em torno de 2,25 milhões de exemplares. Mas Walter não só colecionava insetos, como também organizava numerosas expedições aos mais variados e distantes lugares do Planeta. Graças a ele, foi possível descobrir e descrever novos tipos de animais: desde besouros até cangurus. Alguns deles foram batizados em sua homenagem: Alguns deles foram batizados em sua homenagem: a Ornithoptera rothschildi (uma borboleta), a girafa de Rothschild e o Leucopsar rothschildi (um estorninho com plumagem branca como a neve da ilha de Bali).

Walter Rothschild montando uma tartaruga de Galápagos em sua fazenda

  • Durante a Segunda Guerra Mundial, um dos Rothschild foi arrastado pelos soldados alemães e lhe foi oferecido o seguinte trato: ele seria liberado se entregasse sua fábrica de aço e pagasse uma boa quantidade de dinheiro (para os padrões de um Rothschild) à vista. Ele aceitou entregar a empresa, mas solicitou um pagamento por ela. Negociaram durante muito tempo e finalmente o comando alemão perdeu a paciência: fez o trato sob os termos do barão. Rothschild foi liberado, mas o acordo nunca foi efetivado: em poucos dias, as tropas alemãs haviam ocupado o território em que se encontrava a fábrica. E a necessidade de pagar por ela desapareceu sozinha. Ficou, no entanto, para a história, a “lenda” de mais um Rothschild com talento para negócios.

Século XXI

Da esquerda para a direita, os Rothschild modernos: Jessica, Edward, Ondin e David

  • A família possui vinícolas em todo o mundo, a mais famosa das quais o Château Lafite Rothschild. E, na etiqueta dos vinhos israelitas “Baron” há um retrato de Edmond de Rothschild.
  • O atual presidente da França, Emmanuel Macron, começou sua carreira em uma das companhias dos Rothschild, e era tão bom em seu trabalho que o chamaram de Mozart das finanças.
  • Em Cambridge, há um arquivo dos Rothschild. A história da família tem como depositária e guardiã Emma Rothschild, que é famosa por ser a estudante mais jovem da Universidade de Oxford: ela ingressou na instituição com apenas 15 anos. Emma também é professora de História e Economia em Cambridge e em Harvard.
  • Um dos descendentes do antigo clã, David Rothschild, é dono da companhia Adventure Ecology. Está lutando ativamente pela salvação de nosso Planeta: em 2006, organizou uma expedição ao Ártico para estudar o gelo local; em 2007, viajou às florestas do Equador para protegê-las da contaminação e o desmatamento, e em 2010 construiu um barco com 12.500 garrafas de plástico e, nele, cruzou uma parte do Oceano Pacífico.

David Rothschild e seu barco “Plastiki”

Conte-nos na seção de comentários: qual das histórias da família impressionou mais você?

Comentários

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Eu não consigo nem imaginar o que seria nunca se preocupar com a vida financeira. Pq quase tudo q eu faço gira em torno disso, eles devem perceber a vida de uma maneira totalmente diferente?

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Resposta

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