Jim Carrey decidiu se afastar da atuação, focando no que realmente o faz feliz
Desde que se tornou conhecido em meados dos anos 90, Jim Carrey nos fez rir sem parar, com personagens cativantes como Ace Ventura, o Máscara e Lloyd Christmas, de Debi & Loide. Por isso nos parece estranho vê-lo cada vez menos nas estreias de filmes, ainda mais sabendo que foi um sucesso de bilheteria e se tornou um dos atores mais bem pagos da indústria cinematográfica.
Nós, do Incrível.club, queremos compartilhar a história de como esse artista decidiu se desprender gradualmente de seus personagens no cinema, para se concentrar no seu próprio bem-estar.
Jim Carrey nasceu em Toronto, no Canadá, e é o caçula de quatro irmãos. No auge de sua carreira, ganhou mais de 10 milhões de dólares por cada um de seus filmes, incluindo Batman Eternamente, O Mentiroso e O Show de Truman. “Uma coisa que espero nunca acontecer comigo, é me afogar no meu próprio poder”, disse sobre seus dias dourados em Hollywood.
No entanto, sua exposição tem diminuído ao longo dos anos e parece que continuará assim nos próximos. Questionado sobre seu futuro trabalho após o lançamento de Sonic 2 — O Filme, em março de 2022, o ator disse: “Provavelmente eu me aposente. Estou levando isso muito a sério; a menos que os anjos me tragam algum roteiro escrito em tinta dourada e fosse muito importante as pessoas o assistirem. Caso contrário, vou dar uma pausa.” Depois acrescentou: “Gosto demais da minha vida tranquila e realmente adoro pintar. Amo minha vida espiritual. Sinto que — e isso você nunca ouvirá outra celebridade dizer — eu já tive o suficiente. Já fiz o suficiente. Sou o suficiente”.
Seus seguidores sabem ser comum Jim Carrey fazer longas pausas entre os projetos, por isso não acreditam que seja o fim de sua carreira. O lançamento da primeira parte de Sonic foi em 2020, seis anos após o último filme de estúdio em que ele teve um papel importante, Debi & Loide 2. Enquanto isso, o ator apareceu em filmes independentes e integrou o elenco da série de comédia Kidding, com 20 episódios, em duas temporadas, antes de ser cancelada. Ele também foi convidado do programa Saturday Night Live em seis ocasiões, em 2020.
O ator, conscientemente, procurou desacelerar sua carreira, sobretudo por não se sentir confortável. Como disse em uma entrevista, há alguns anos: “Eu simplesmente não quero mais estar no negócio. Não gosto do que está acontecendo, corporações assumindo o controle e tudo mais”.
Desde criança, o ator teve muita ligação com a arte e com o processo de autoconhecimento por meio dela. “Desenhar é como uma meditação para mim. Quando eu era pequeno, costumava desenhar no meu quarto. Se minha mãe me pedisse para jogar o lixo, eu ficava desesperado e perdia a paz e o controle, pois me concentrava demais e me perdia no meu mundo”.
Disse ainda ter feito desenhos naturistas, muitos esboços a lápis, e ganhado espaço em algumas exposições de arte. “Fiquei estranho até crescer”, disse. “Comecei a fazer estatuetas e fiz algumas dessas pinturas que eram conceitos realmente estranhos: animais e outras coisas. Lembro de minha irmã me visitar em Los Angeles, olhar as pinturas na parede e perguntar: ’Você está bem?’”.
Afastar-se dos meios de comunicação de massa também o fez retornar a essa arte que tanto apreciava em outros tempos. Ele disse que sente ser o momento de continuar curtindo sua vida, longe da atenção que o fato de ser uma figura do cinema lhe dá, e prefere passar o tempo com sua família. “Vou continuar aqui, não importa o que aconteça”, disse. “Temos mais efeito no mundo do que imaginamos. Não precisamos ser figuras públicas para causar esse efeito.”
No documentário de 2017, Jim Carrey: I Needed Color, o artista discutiu mais a fundo sua conexão com a pintura: “Não sei o que a pintura me ensinou, só sei que ela me libertou. Do futuro, do passado, do arrependimento, das preocupações. Algo dentro de você está sempre contando uma história. A mensagem sob qualquer manifestação artística é o amor. Queremos nos mostrar e ser aceitos. Amo estar vivo e minha arte é a prova disso.”
Em 2014, quando recebeu um Doutorado Honoris Causa por suas realizações nas artes, fez um comentário semelhante: “Não acredito em personalidades. Acredito que a paz está além das personalidades, além da invenção e do disfarce”.
O ator também fez declarações sobre a construção de seus papéis e seu status em Hollywood: “Há um personagem que interpretei minha vida toda. De fato, não sou eu. Acredito ser essa a verdade de todos. Não somos um eu. Há energia dada às pessoas e muitas ideias sobre sua herança, sua nacionalidade, sobre todas aquelas coisas que deveriam ser âncoras para um barco que não existe.” Também afirmou que sua personalidade não era nada mais que um “grande personagem” e teve “a sorte de conseguir o papel”.
Foi devido a esse caminho de autodescoberta implementado que decidiu afastar-se da exposição e focar-se na sua saúde e bem-estar, por meio da natureza e da meditação transcendental.
Em outras palavras, o Jim Carrey que se tornou uma lenda dos filmes de comédia ficou para trás, e o ator que o interpretou por tantos anos, não está ansioso para voltar a esse papel tão cedo.
O que você acha dessa transformação de Jim Carrey? Já experimentou uma mudança de vocação que o levou a um lugar inesperado? Deixe-nos saber nos comentários!