“Intocável” indiano se apaixona por aristocrata sueca e mostra que não há limites para o amor
Ao ouvir uma incrível história de amor, muita gente costuma suspirar e dizer: "Isso só acontece nos filmes", acreditando que, na vida real, os sentimentos são esmagados pela dureza da realidade. Mas o protagonista deste post mostra que até mesmo as belas atitudes, ainda que sejam um tanto desesperadas, têm seu lugar no mundo real.
O Incrível.club compartilha com você uma surpreendente e verídica história sobre a força do amor sem limites, que já dura 40 anos.
Como tudo começou
A história de amor entre Pradyumna Kumar Mahanandia e Charlotte Von Schedvin começou muito antes do encontro entre eles. Na Índia, terra natal de Pradyumna, é costume recorrer a um astrólogo quando um bebê nasce. A previsão do então menino dizia que ele, apesar das tradições, casaria com uma aristocrata de um país distante. Essa pessoa também seria do signo de Touro, tocaria flauta e, o mais surpreendente, possuiria muitos hectares de terras em uma região de florestas.
O encontro
Pradyumna teve uma infância muito difícil: ele era considerado intocável, a casta mais inferior da sociedade hindu. "Me tratavam pior do que cachorro e do que o gado", diz Pradyumna. "Quando passava pela igreja, as pessoas jogavam pedras em mim."
Na juventude, Pradyumna desenhou retratos nas ruas da cidade de Nova Deli, capital da Índia e foi onde ele conheceu Charlotte Von Schedvin, uma turista da Suécia. O rapaz imediatamente se lembrou da previsão e começou a perguntar, enquanto desenhava: de onde era? Suécia, país distante; Qual era seu signo? Touro. Será que ela tocava flauta? Sim, flauta e piano. Além disso, a família da moça era dona de uma floresta. Aquela parte da previsão era verdadeira. "Tudo está coincidindo! Você está destinada a ser minha esposa", disse Pradyumna.
Depois disso, o jovem casal deu início a um relacionamento, logo casando na aldeia de Pradyumna, seguindo as tradições locais.
Separação
Essa história não seria tão romântica se não houvesse uma separação: Charlotte precisou voltar para a Suécia. Pradyumna prometeu ir assim que tivesse a primeira chance.
Durante 16 meses, marido e mulher viveram separados, escrevendo cartas um para o outro. Pradyumna logo entendeu que não poderia viver sem sua amada. Ele vendeu tudo o que tinha, mas ainda assim o dinheiro não era suficiente para a passagem. Depois, o pintor comprou uma bicicleta por 60 rúpias, despediu-se da família e começou uma viagem com apenas 200 rúpias no bolso.
Trajeto
A jornada em nome do amor começou em 22 de janeiro de 1977. À frente, 5 meses esperavam pelo jovem. A cada dia, Pradyumna percorria 70 quilômetros. Ao chegar à Suécia, ele tinha viajado mais de 10 mil quilômetros.
"Eu estava muito cansado, minhas pernas doíam, mas a ideia do encontro com Charlotte me faziam continuar. A arte me salvou: eu desenhei retratos de pessoas, e algumas me deram dinheiro, outras alimentos, enquanto outras ajudaram com alojamento".
Naquela época, na maioria dos países, não era preciso ter visto, o que facilitava muito a entrada na Suécia. No entanto, o serviço de imigração recusou-se a deixar Pradyumna entrar no país. As autoridades não acreditavam em sua história, aquilo parecia inimaginável. No entanto, uma ligação para Charlotte esclareceu todas as dúvidas: e a passagem foi aberta ao indiano.
Perguntaram a Pradyumna se hoje, quando muitas pessoas migram de países pobres, seria possível fazer uma viagem assim, e ele respondeu: "Sim, tudo é possível quando você tem a vontade, tudo depende de como você raciocina. Não há dúvida de que seria algo difícil de fazer, mas é possível. O medo e a dúvida são nossos principais inimigos. São eles que tornam a vida mais complicada ".
O reencontro
Em 28 de maio de 1977, Pradyumna chegou a Borås. E depois de quase dois anos separado, ele finalmente encontrou Charlotte.
"Nós não conseguíamos nem conversar, simplesmente choramos de alegria nos braços um do outro."
Em nome da felicidade da filha, os pais de Charlotte esqueceram as regras, que não permitiam que pessoas de sangue nobre morassem com pessoas de pele escura. Os dois se casaram novamente em 1979, dessa vez de acordo com as leis suecas.
40 anos mais tarde
Mais de 40 anos se passaram desde o reencontro. E embora já tenha um bom tempo, Pradyumna confessa que ainda não consegue sequer acreditar na própria felicidade. Ele duvida até de ter sido capaz de conquistar Charlotte, sobretudo nos dias atuais, quando pessoas de diferentes partes do mundo podem se comunicar através da Internet. Pradyumna só não duvida de uma coisa, apesar da bela previsão feita para ele: "O destino é aquilo em que você acredita", diz.
Ao ser perguntado sobre o segredo do amor sem limites, o casal afirma não haver segredo. Segundo eles, o mais importante é ser realmente sincero, entender e respeitar o outro.
Essa história que parece um conto de fadas mostra que milagres são, na realidade, construídos pelas pessoas. E que quando o ser humano tem um objetivo, nenhum obstáculo, seja ele a falta de dinheiro, as grandes distâncias ou os preconceitos sociais, faz com que ele saia do caminho planejado, especialmente quando o objetivo é o amor. Afinal de contas, sem esse sentimento, a vida perde sentido e se transforma numa prova ainda mais difícil do que uma longa viagem, como a feita pelo herói dessa história.
A história do pintor indiano nos provocou emoções super positivas e reflexões sobre a veracidade das previsões. O que você acha: a predestinação em relação a Pradyumna foi apenas uma coincidência ou os oráculos da Índia realmente foram capazes de ver o futuro?