“Histórias de Eva”, um projeto no Instagram que nos permite ver fatos que marcaram o Holocausto através dos olhos de uma menina

Histórias
há 5 anos

Histórias de Eva é uma página no Instagram baseada na vida de Eva Heyman, uma menina de 13 anos morta no Holocausto. No começo do mês de maio, o perfil compartilhou histórias que reproduziram os 3 últimos meses de vida da jovem, que escrevia um diário até ser mandada para o famoso campo de concentração de Auschwitz. Eva, que sonhava em ser fotojornalista, resolveu registrar suas últimas vivências antes que fosse tarde demais. E graças a uma pessoa de sua família, o valioso manuscrito foi recuperado.

Incrível.club acredita no respeito e na tolerância a todas as pessoas, independentemente de sua origem, gênero, etnia ou religião. Por isso, trazemos um post criado para relembrar fatos tão tristes, mas que não podem ser esquecidos para que não se repitam jamais. Aproveitamos para celebrar a rendição do regime nazista, ocorrida em maio de 1945.

Histórias baseadas no diário escrito por Eva Heyman

Eva nasceu em 13 de fevereiro de 1931 na Hungria. A escritora adolescente tornou-se vítima do Holocausto quando tinha apenas 13 anos. Ela morava com a mãe e o padrasto, mas, depois, passou a viver com os avós, que tinham a companhia de uma cozinheira cristã húngara chamada Mariska Szabo. Foi ela a responsável por recuperar o diário de Eva.

Episódios que detalham o dia a dia da adolescente até ela ser capturada pelos nazistas

O diário foi a principal fonte para que as histórias pudessem ser recriadas no Instagram. Os 70 episódios fazem uso de todas as ferramentas da rede social, como emojis e figurinhas. Todos os relatos foram programados para serem publicados às vésperas do Dia de lembrança do Holocausto, a cada 30 minutos, durante 24 horas.

O dia que mudou sua vida

“Hoje, completo 13 anos. Nasci em uma sexta-feira 13, dia de má sorte”, diz o primeiro parágrafo do diário de Eva, que ela ganhou de presente pelo aniversário. Parecia um presságio do que seria seu triste fim.

Dor, angústia e sonhos que não puderam ser realizados

Em 26 março de 1944, Eva relatou a deportação de sua melhor amiga, fato que a marcou profundamente: “Desde que os alemães chegaram aqui, não faço outra coisa a não ser pensar em Marta. Ela também era uma menina, e mesmo assim eles a mataram. Mas não quero que me matem! Quero ser fotógrafa jornalística e, aos 24 anos, me casar com um ariano inglês”, diz o diário, que em algumas edições é comercializado com o título Vivi tão pouco (tradução livre).

Um triste fim de uma menina que sonhava em ser fotojornalista

No caderno, Eva expressou seus medos e sonhos até 30 de maio de 1944, momento em que escreveu: “Não posso mais continuar escrevendo, pequeno diário, as lágrimas me inundam”. Em outubro do mesmo ano, Eva morreu na câmara de gás de Auschwitz.

400 pessoas trabalharam na produção

Mia Quiney é a atriz que encarna a jovem em Histórias de Eva, projeto rodado na Ucrânia e que contou com a participação de 400 pessoas, entre produtores e atores, além de equipamentos militares, entre outros. A filial da agência Leo Burnett em Israel ficou encarregada de toda a parte publicitária e do desenvolvimento do roteiro, sempre tentando responder à pergunta: “O que aconteceria se, durante o Holocausto, uma jovem tivesse Instagram?” A estratégia deu certo e mobilizou vários influenciadores digitais. Em poucas horas, o perfil tornou-se o primeiro em Israel a conquistar 120 mil seguidores na rede social de maneira orgânica e tão rapidamente.

Tudo para mostrar às novas gerações o que aconteceu durante o Holocausto

Historias de Eva é uma ideia do empresário israelense Mati Kochavi, fundador da empresa Vocativ (que utiliza dados da Web para criar histórias com apelo emocional), e de sua filha, Maya Kochavi, com o intuito de usar as novas tecnologias para mostrar aos jovens atuais o que aconteceu durante o Holocausto, tragédia humana que vitimou 6 milhões de judeus.

“Usar isso para um conceito histórico, usar essa ferramenta e dar a ela um toque de seriedade é muito poderoso entre as gerações mais jovens”, disse Maya.

Internautas divididos pelo projeto

O projeto criou polêmica. Muitos o consideraram frívolo enquanto outros o viram como um trabalho excelente. Uma dessas pessoas foi a atriz Gal Gadot, israelense, que viveu a Mulher-Maravilha nos cinemas. Ela compartilhou uma imagem para que seus seguidores conhecessem a história.

Acreditar nas convicções e nos fatos históricos que marcaram o mundo

Ainda que as reações negativas não tenham afetado a decisão de continuar com o projeto, seu criador falou sobre como o passado foi revisitado para ser transmitido às pessoas dos tempos atuais. “Eva queria ser fotojornalista e morar em Londres. Esse era seu sonho. Então dissemos: ’Bom, então vamos fazer com que tire fotos’. Fizemos com que ela publicasse onde as pessoas divulgam seus conteúdos mesmo sem serem jornalistas profissionais. A rede social que melhor atua com fotografia é o Instagram, e foi lá onde tudo começou”.

O que achou do projeto Histórias de Eva? E sobre a ideia de usar as redes sociais para fazer com que relatos baseados em fatos reais alcancem um público mais jovem? Comente!

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