“Foi o momento mais bonito da minha vida”, a bela história de adoção vivida por Glória Maria, que conseguiu até amamentar uma de suas filhas

Às vezes a vida nos proporciona surpresas e reviravoltas, causando mudanças que definitivamente não estavam nos nossos planos. Foi o que aconteceu com a jornalista Glória Maria, que estava focada em sua vida profissional e não pensava em ser mãe. Até a vida lhe pregar uma peça e colocar as filhas literalmente na sua frente. Foi amor à primeira vista!

O Incrível.club traz a inspiradora e emocionante história de como a Glória Maria conheceu as suas filhas e decidiu ser mãe por amor, e até mesmo como ela pôde amamentar uma delas.

1. Glória Maria vem desde os anos 1970 construindo uma sólida carreira no jornalismo, tendo ficado conhecida pela independência e competência

Desde que fez a sua primeira reportagem para a Rede Globo, em 1971, Glória Maria não parou mais de trabalhar e de nos surpreender. Além de repórter, ela já foi âncora de telejornal e apresentadora, passando por diversos programas da emissora como RJTV, Jornal Hoje e Fantástico.

Glória destacou-se com uma carreira dedicada a reportagens especiais, viajando para lugares com realidades muito diferentes da dos brasileiros. Já percorreu, por exemplo, o deserto do Saara em um dromedário, saltou do bungee jump mais alto do mundo e cuidou de um panda gigante, espécie ameaçada de extinção. Ela até já fez um passeio no trem do Harry Potter, o Expresso de Hogwarts.

Ela é conhecida no meio jornalístico por aguentar os maiores perrengues e nunca desistir da matéria. Em busca de uma boa história, já ficou sem comer, passou a noite à beira de um rio num saco de dormir e foi até roubada. Mas tudo isso apenas colaborou para a sua imagem de mulher competente, independente, trabalhadora e resiliente, além do enorme carisma.

2. Tendo sucesso na carreira, Glória Maria passou a ser pressionada para tornar-se mãe, o que a deixava incomodada

Sendo uma mulher de sucesso como a Glória é, e ainda com uma vida pública, é de se esperar que as pessoas fiquem atentas às suas decisões pessoais também. Glória conta que sempre foi pressionada para ter filhos, mas nunca deu ouvidos. Para ela, o próprio trabalho era o seu filho, por isso era importante focar na sua vida profissional. A comparação do trabalho com um filho foi feita por ela mesma em uma entrevista: “Eu cuidava, amava, dependia dele, não podia pensar na possibilidade de perdê-lo”.

Apesar de nunca ter se sentido magoada pelas constantes cobranças, Glória confessa que isso a incomodava por serem inapropriadas. ‘Diziam: ‘O seu tempo está passando. Depois que você ficar velha, você vai se arrepender, porque mulher nasceu para ser mãe’“,ela relata. Ela passou a se sentir um “ET” por não cumprir o papel que as outras pessoas achavam que ela deveria cumprir. Mas o fato é que ela realmente não pensava em ser mãe. Mas isso iria mudar.

3. Com mais de 30 anos de trabalho, Glória pediu uma licença à Rede Globo para se dedicar a viajar e trabalhar em projetos sociais

Com tanto trabalho, ela decidiu tirar dois anos sabáticos em 2007 para realizar alguns projetos pessoais e descansar. Foram anos importantes, que deram à jornalista um novo fôlego para a carreira: “graças a Deus que eu parei dois anos e agora eu tenho mais 30 pela frente”. Nesses dois anos ela viajou à Nigéria e à Índia, onde fez trabalhos voluntários para ajudar famílias carentes e crianças órfãs. “Vi tanta criança sofrendo, sozinha (...) que eu tinha certeza de que um dia trabalharia com elas”.

Sim, ela tinha consciência que no Brasil também há crianças nessa situação, mas essa foi a primeira vez que a Glória pôde ajudar anonimamente. De volta ao nosso país, a jornalista foi trabalhar por alguns meses em um abrigo de órfãos em Salvador, no estado da Bahia, onde teve o encontro mais importante de sua vida.

4. O encontro da vida de Glória Maria: “Eu nunca quis ser mãe. O trabalho me preenchia, minha vida era perfeita. Elas surgiram por acaso”

O trabalho no abrigo em Salvador ocorreu a poucos meses do fim dos seus anos afastada da televisão. Um dia ela viu a Maria, que tinha quase um ano, vindo em sua direção. “Quando eu vi ela engatinhando, que ela virou pra mim, eu falei ‘mudou’”, ela conta. Glória, que até então sentia que sua vida era perfeita, sentiu que aquela era a sua filha. “Isso é uma coisa que eu não sei explicar”, ela comentou. E decidiu adotá-la.

Ela também já tinha se encantado por outra bebê, a Laura, que tinha menos de um mês de idade. No processo de adoção de Maria, descobriu que ambas eram irmãs, informação desconhecida pelas outras pessoas do abrigo. Glória não teve dúvidas: deu início no processo de adoção das duas meninas. O processo todo levou 11 meses, e nesse período a jornalista se mudou para Salvador para ficar bem perto das filhas.

5. Depois de tantas histórias para contar como jornalista, agora Glória Maria coleciona histórias de maternidade

Com as crianças em casa e vivendo esse sonho novo, Glória passou a colecionar aqueles momentos especiais de nova mamãe. Conversando com o Serginho Groisman no programa Altas Horas, ela contou dois momentos inesquecíveis. Um deles foi a primeira vez que a Maria a chamou de mãe. Ela conta que “um dia ela olhou pra mim e ‘mamã’ foi a primeira palavra que ela disse e depois a Laura”. A emoção foi grande, tanto que Glória acrescentou que “o primeiro dia que eu ouvi, meu coração parou de bater”.

O segundo momento foi inesquecível para a Glória e inspirador para as futuras mamães. Segundo a jornalista, a Maria sempre pedia para mamar no peito, e até tentava mas a mãe não tinha leite. Porém, de tanto tentar, um dia a Glória conseguiu amamentar. Ela conta que a Maria reagiu com felicidade, dizendo “mamãe, leite, leite!”.

Sem entender como isso seria possível, Glória procurou a sua ginecologista para pedir explicações. E relatou que “elas explicaram que existem casos que por causa dos hormônios isso pode acontecer”. E acrescentou: “Quando a criança solicita muito isso pode acontecer e aconteceu comigo e acho que foi o momento mais bonito da minha vida”.

6. Glória educa as suas filhas Maria e Laura para terem cultura e respeito ao próximo, além de controlar o seu tempo de tela

Glória relatou que não escondeu das filhas o fato de elas serem adotadas. “Elas têm um apoio terapêutico e, desde pequenininhas, sabem que saíram do meu coração. A nossa ligação é baseada na verdade”. No entanto, a mamãe não gosta quando a imprensa coloca o termo “adotadas” no título das matérias. “Eu tenho horror. Porque elas não são mais minhas filhas adotivas. Na certidão de nascimento, assim como tem escrito na dos filhos biológicos, não se lê “filha adotiva”.

Além disso, ela também revelou alguns detalhes sobre como está criando as filhas. Com eletrônicos, por exemplo, elas têm um tempo limitado para o uso do tablet, e suas contas no Instagram são monitoradas pela mamãe. Vídeos elas só podem ver no celular da mãe e apenas do YouTube Kids. Para a jornalista, o preconceito também não tem vez nessa família. As filhas são amigas dos filhos das babás, do motorista, do porteiro do prédio. “Elas são crianças que têm o olhar para tudo”, Glória afirmou.

Outro detalhe curioso é que a jornalista pretendia dar às filhas uma bagagem cultural diferente da que ela mesma teve quando criança. Por isso, no início da infância, elas só viam musicais infantis, assistiam balé clássico e ouviam música também clássica. Até que, lá pelos 5 ou 6 anos, elas ouviram por acaso no rádio do carro a música Show das Poderosas, da Anitta. “E viraram as maiores fãs da Anitta”, completou.

7. Sem dúvida, dentre todas as viagens que Glória Maria fez, aquela para Salvador foi a mais importante

Glória Maria viajou o mundo e conheceu suas maravilhas e suas tragédias, pessoas importantes, famosas e anônimas. Mas nenhuma dessas viagens se compara à que fez a Salvador, nenhum encontro foi mais importante que o que teve com suas filhas, Maria e Laura. “Você sai de você e passa a viver em função do outro”, diz ela, “Então essa é uma viagem que não tem nenhuma que você possa comparar”.

A jornalista já nos inspirou e emocionou com suas reportagens, e agora nos inspira com a sua história de adoção e maternidade. E você, conhece alguma história inspiradora de adoção? Compartilhe conosco!