Esta descoberta do telescópio James Webb deixou os astrônomos perplexos

Invenções
há 7 meses

Está escuro e incrivelmente frio. Não há oxigênio. Não há água. Não há vida. Mas o Telescópio Espacial James Webb não parece incomodado com tudo isso. Seu principal objetivo é encontrar as primeiras galáxias que se formaram há bilhões de anos no princípio do Universo e observar as estrelas que compõem sistemas planetários distantes. Sua missão é... mas espere! O que é aquilo?! O Telescópio Espacial James Webb descobriu algo absolutamente incrível — um planeta-estrela híbrido com nuvens muito estranhas! Este mundo bizarro, chamado VHS 1256 b, é, na verdade, uma anã marrom. Elas são maiores que os planetas, mas muito pequenas para serem classificadas como estrelas. Elas emitem um pouco de luz própria e são bastante quentes. Mas sua massa simplesmente não é suficiente para fundir hidrogênio em hélio — como fazem as estrelas completas.

Corpos espaciais desse tipo não são realmente marrons. Eles ocorrem em uma ampla variedade de cores, mas são quase invisíveis ao olho humano. O que podemos ver é a luz que eles emitem — e para nós, ela parece ser laranja-escuro ou magenta. A anã marrom de que estamos falando tem quase 20 vezes o tamanho de Júpiter. Ela orbita duas estrelas anãs vermelhas e, para completar uma órbita, a anã marrom precisa de 17.000 anos! Na verdade, os astrônomos descobriram esse exoplaneta incomum em 2016. Mas, na época, não o classificaram como uma anã marrom — e, portanto, não conseguiram explicar seu enigmático brilho avermelhado. Agora, graças ao Telescópio James Webb, se conhece a origem do objeto espacial.

Enfim, de volta àquelas nuvens. Como você sabe, as nuvens na Terra são feitas de vapor d’água. Mas as da anã marrom são diferentes. Elas parecem ser feitas de... areia. Parece a boa e velha areia da Terra — mas, na verdade, não é. Essas nuvens são feitas de minúsculas partículas de sílica. Os cientistas vêm apresentando teorias sobre a existência de tais nuvens de areia em exoplanetas há algum tempo. Mas a descoberta feita pelo Telescópio Espacial James Webb é a primeira prova real. As partículas de sílica na “anã arenosa” são, provavelmente, quartzo ou algum outro mineral. Em tamanho, elas têm menos de um mícron — e um mícron é um milésimo de milímetro. Em outras palavras, se parecem com partículas de poluição.

O exoplaneta parece ter uma atmosfera que contém um pouco de água, metano e outras substâncias e minerais. Curiosamente, esta atmosfera não é pacata. Ela está constantemente passando por mudanças extremas. Outra coisa legal sobre isso — os cientistas detectaram dióxido de carbono. E esta é apenas a segunda descoberta confirmada deste gás em um planeta fora do Sistema Solar. A propósito, o Telescópio Espacial James Webb, com a ajuda do qual os astrônomos descobriram nossa anã marrom “arenosa”, é um equipamento absolutamente impressionante — cerca de 100 vezes mais poderoso que o Hubble! Embora o telescópio em si tenha 3 andares de altura e seu tamanho seja igual ao de uma quadra de tênis, seus espelhos são os espelhos de telescópio grandes mais leves de todos os tempos. Quando todos os 18 espelhos dele foram concluídos durante o processo de fabricação, sua massa foi reduzida em 92% em comparação com os discos iniciais — cada espelho pesava apenas 20 kg!

Os espelhos do telescópio parecem ser de ouro. Mas, na realidade, são feitos de berílio, que é um metal cinza-aço, leve e quebradiço. De fato, há um revestimento dourado em cada espelho. Mas eles não podem ser produzidos inteiramente de ouro, pois esse material tende a se expandir e contrair mesmo com pequenas mudanças de temperatura. É por isso que a quantidade total de ouro no Telescópio Espacial James Webb é inferior a 57 gramas. O “lado telescópio” do James Webb está esfriando e sua temperatura não sobe para mais de −223 ˚C. Isso é frio o suficiente para tornar o nitrogênio líquido. Um enorme protetor solar de cinco camadas se estende ao redor do telescópio e reflete o máximo de luz solar possível, deixando o telescópio se manter frio.

O telescópio foi lançado perto do equador, pois a Terra gira um pouco mais rápido lá. E isso deu ao foguete um impulso extra. O telescópio orbita o Sol a mais de 1,6 milhão de quilômetros de distância da Terra. E quando acabar o combustível, continuará orbitando o Sol indefinidamente. Por outro lado, mesmo que o telescópio não tenha sido projetado para ser reparado ou atualizado, ele pode ser reabastecido com a ajuda de robôs. Isso prolongaria sua vida útil.

Enfim, se você acha que nossa recém-descoberta anã marrom é o único exoplaneta bizarro que existe, deixa eu mostrar alguns outros mundos de tirar o fôlego! Existe um exoplaneta que é realmente algo! Basta olhar para sua incrível cor magenta! Você pode encontrá-lo na constelação de Virgem. O planeta é chamado Gliese 504 b. Ele orbita muito longe de sua estrela-mãe — nove vezes a distância entre o Sol e Júpiter! O planeta se formou há relativamente pouco tempo e ainda brilha com o calor — é por isso que sua superfície parece rosada.

Um dos exoplanetas mais antigos que conhecemos, o PSR B1620-26 b, tem cerca de 12,7 bilhões de anos. Ele é quase três vezes mais velho que a Terra! Isso também significa que o chamado “Planeta Gênesis” se formou apenas cerca de 1 bilhão de anos após o Big Bang. Ele é tão antigo, que suas duas estrelas-mãe tiveram tempo suficiente para evoluir para uma anã branca e um pulsar que faz quase 100 revoluções por segundo. Aposto que o nascer do sol neste planeta deve ser incrível!

A apenas 20 anos-luz do Sol (o que não é uma distância tão grande quando se trata do espaço sideral), um bizarro planeta interestelar está vagando pela Via Láctea. Mas mesmo que ele não orbite nenhuma estrela, ainda possui um campo magnético incrivelmente poderoso, 4 milhões de vezes mais forte que o da Terra! O exoplaneta SIMP J01365663+0933473 também produz auroras incríveis. É por isso que, quando foi descoberto em 2016, os astrônomos tinham quase certeza de que haviam detectado uma anã marrom.

Mais tarde, porém, os cientistas obtiveram algumas provas de que esse objeto espacial não era grande o suficiente para ser uma anã marrom. O planeta com certeza é um mamute entre seus colegas. Ele é 1,2 vez mais largo que o maior planeta do Sistema Solar, Júpiter, e mais de 12 vezes mais pesado. Os astrônomos acham que seu campo magnético excepcionalmente forte ajuda o planeta a produzir auroras. Mas o mais curioso é que elas são geradas de forma diferente das auroras da Terra. Pode ser porque a lua do exoplaneta o ajuda a criar shows de luzes fascinantes.

O próximo exoplaneta não é como qualquer outro. Muitas vezes é chamado de “Super Saturno” ou “Saturno com esteroides”. Isso porque o J1407b possui um sistema colossal de anéis. Eles são 640 vezes maiores que os de nosso Saturno. Este mundo bizarro é o único planeta que conhecemos que tem anéis semelhantes aos de Saturno. Se você movesse esse gigante para o nosso Sistema Solar e o usasse para substituir Saturno, seus anéis pareceriam muitas vezes maiores do que uma lua cheia.

O exoplaneta chamado WASP-12b absorve a luz que vem de sua estrela. Ele é um dos mundos mais sombrios que as pessoas conhecem. Tudo porque seu lado diurno consome luz em vez de refleti-la de volta ao espaço. O planeta em forma de ovo é gigante — duas vezes o tamanho de Júpiter. E ele retém mais de 94% da luz que atinge sua atmosfera. Pode ser a principal razão para as temperaturas na sua superfície, que podem atingir 2500 °C! O lado noturno do planeta não é tão quente quanto o diurno, chegando a “meros” 1.200 ˚C. A diferença de temperatura faz com que o vapor de água e as nuvens se acumulem acima da superfície do planeta. E de tempos em tempos, redemoinhos de material da atmosfera superaquecida do planeta se espalham por sua estrela. Que vista!

Descoberto em 2017, o KELT-9B é um dos exoplanetas mais quentes que conhecemos. As temperaturas lá podem chegar a 4.300 °C! Para comparação, a superfície do Sol atinge 5.500 ˚C. O planeta é provavelmente tão incrivelmente quente porque orbita extremamente perto de sua estrela, KELT-9, que é muito mais quente e maior que o nosso Sol. Especialistas acreditam que a estrela gigante pode um dia evaporar todo o planeta.

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