“Escolhi não ser mãe e sou muito bem resolvida”, conta Patricia Pillar sobre não querer herdeiros e ser feliz assim

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há 1 ano

Para muitas mulheres, a maternidade é uma etapa indispensável da vida — e que, embora possa ser uma tarefa cansativa, é também uma grande realização. Outras, no entanto, não nutrem as mesmas vontades e têm como metas de vida alcançar sonhos profissionais e pessoais que não necessariamente envolvem filhos. É o caso, portanto, de Patricia Pillar, a atriz nacionalmente conhecida que fala, sem rodeios, que decidiu não ser mãe e não fica remoendo a decisão. Abaixo, você confere os detalhes dessa história!

Uma carreira consolidada sob muito esforço e talento

Foi aos 14 anos que a menina brasiliense se mudou com a família para o Rio de Janeiro e começou a estudar teatro. Esse, contudo, não fora o pontapé para ingressar na carreira de atriz. Patricia chegou a cursar Jornalismo, e só com o passar do tempo é que “caiu a ficha” de que o seu destino estava circunscrito em outra área: atuar. “No teatro encontrei não só amigos, mas um espaço de liberdade e de discussão, onde você podia colocar as relações familiares, amorosas, do mundo.” Foi a partir disso que decidiu se matricular não em uma faculdade de teatro, mas em uma escola de atuação de muito peso, a renomada Casa de Arte de Laranjeiras (CAL), onde se formou.

O local teve um peso ímpar na carreira de Patricia, que de lá saiu para os palcos de diversas peças de teatro, tendo estreado em 1981 com a peça Os Banhos, na qual interpretava um pintor. Sobre a época, relembra com carinho que ela, e os outros atores, é quem ficavam responsáveis por toda a parte técnica, já que nem todos os recursos necessários estavam ao alcance da produção teatral: “Nós montávamos coisas como Brecht, Arrabal, Maiakovski . Era uma aventura, porque a gente fazia de tudo, imprimia as filipetas, montava o cenário, fazia divulgação. O ator participava de todo o processo. Fiz alguns espetáculos com esse grupo, então, o começo foi no teatro. Até ir para o cinema e, por fim, televisão”. Pouco tempo depois, Patricia apareceu pela primeira vez nas telonas, no filme Para Viver um Grande Amor, em 1983.

A chegada às grandes emissoras e o prestígio nacional

Apesar de ter um grande impacto nos palcos e nas telas gigantes do cinema, foi nas novelas que ganhou realmente o público tupiniquim e consolidou-se como uma das maiores atrizes do país: seu primeiro papel foi em Roque Santeiro, em 1985, e, a partir disso, colecionou diversos trabalhos na teledramaturgia nacional e nas mais diferentes áreas das artes cênicas. No currículo, possui produções prestigiadas como O Rei do Gado, Salomé, e a vencedora do Emmy Internacional Lado a Lado. Além disso, coleciona mais de 25 papéis divididos entre novelas e séries, sob as quais merecem destaque Amores Roubados, O Rebu, e Onde Nascem os Fortes, sendo a última, a produção responsável por receber o prêmio de Melhor Atriz de Série nos Melhores do Ano. Não é para qualquer um, né?

Falar de Patricia Pillar é falar também, inevitavelmente, de Flora, a icônica vilã de A Favorita, produção que ainda hoje é relembrada por quem assistia novelas nos anos 2000. E, o sucesso foi tamanho, que sua personagem virou até meme nas redes sociais. Isso é o que chamamos de sucesso, não é mesmo? E não era para menos, a atriz teve uma preparação intensa para viver o papel: “Estive no presídio feminino Talavera Bruce, conheci várias detentas, muitas histórias de vida que me ajudaram a entender a dureza que é viver essa experiência. Encontrei no boxe uma atividade física que serviu como meio para encontrar esse físico mais embrutecido. É um fato que o papel tenha me marcado muito!”, conta. Não há dúvidas, portanto, de que cada um de seus passos foi importante para que se concretizasse no cenário artístico e, hoje, tivesse uma trajetória digna de ser considerada uma “carreira para poucos”.

Outras prioridades: os sonhos profissionais e pessoais se sobressaindo à vontade de ser mãe

Foi durante uma entrevista à revista Joyce Pascowitch, que Patricia Pillar falou sobre a questão que há muito é tema de debate e é considerada por algumas pessoas como uma essencialidade da vida da mulher: a maternidade. Na conversa, a atriz conta que gosta de ter controle sobre as coisas, que, para ela, a liberdade de fazer suas próprias escolhas é que é essencial, portanto, não considera fama e dinheiro coisas indispensáveis. “Não me apego a dinheiro, não tenho nenhum luxo e me importo pouco com essa coisa de fama”, fala. Muito discreta, não adentrou com profundidade em sua vida pessoal, mas comenta sobre não ter tido filhos. “Quis ter meus amigos, meu trabalho, fazer minhas viagens... fui protelando e acabou que não rolou.”, reitera.

Não fica remoendo a decisão e é feliz dessa maneira

Numa oportunidade, ao programa dominical Fantástico, Patricia contou que durante a vida, até sentiu vontade de ser mãe, mas, no fim, a carreira sobressaiu à vontade de se dedicar à maternidade, e o fato de não ter herdeiros não é, de maneira alguma, um arrependimento: “Fui protelando e acabou que não rolou. Depois que escolho, não fico remoendo, nem olhando para os outros (...) Tive vontade de ser mãe, mas não era uma ’necessidade louca’, e depois superei. Procuro levar minha vida de maneira muito sóbria. De ter uma vida particular”. Desse modo, a artista, que já foi inclusive para a Itália gravar uma novela, não deixou a vontade momentânea ofuscar o empenho que tinha por sua profissão.

Os planos para o futuro, que ainda não envolvem crianças

Em 2008, em meio ao sucesso de A Favorita, Patricia Pillar já se preparava para um documentário que aconteceria no ano seguinte, marcando a sua estreia como diretora, e contava sobre os seus planos futuros, que não envolviam crianças: “Quero aproveitar para ler muito, estudar, ir ao cinema e ficar com a família”. E, atualmente, portanto, as coisas parecem não ter mudado. Em 2023, a atriz citou que ainda lida bem com a passagem do tempo, e que encara a vida da forma mais sutil possível: “Sou muito bem resolvida. Isso é fruto de anos de reflexões em busca de autoconhecimento. (...) Acredito que não existe uma fórmula mágica de como viver. Mas, hoje, procuro encarar as coisas com mais leveza”. O que mostra que, apesar da pressão social que muitas vezes nos acometem, sobretudo quando se é uma figura pública, Patricia não se arrepende de ter encontrado prioridades que realmente a fizeram feliz e realizada, pessoal e profissionalmente, como é hoje. Incrível, não?

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