Em Breve As Pessoas Viajarão Para Outras Galáxias — Aqui Está Quando
Você está em um lindo planeta, com uma paisagem bem diferente. Ao seu redor, há pessoas comuns caminhando nesse mundo exótico. Mas está tudo normal: você mora aqui agora. A Humanidade decidiu que era hora de deixar a Terra, e agora todos nós vivemos bem longe, em outra galáxia.
Mas o que aconteceu com o nosso planeta de origem? Bem, nosso Sistema solar tinha uma data de validade. Se passaram 7,5 bilhões de anos desde 2020, e o Sol começou a se expandir, engolindo os planetas, um a um. Mercúrio, Vênus, Terra... Mas as condições de vida na Terra ficaram insuportáveis muito antes disso. Vamos voltar a essa época. Em 4,5 bilhões de anos, nossa galáxia vai passar por um acontecimento incrível. A galáxia Andrômeda nos atingirá com uma velocidade tremenda. Como resultado dessa colisão, algumas estrelas serão jogadas para longe, enquanto outras formarão novos sistemas solares. E o mais provável é que todos os seres vivos deixem de existir a partir da fusão das duas galáxias.
É por isso que as pessoas resolveram arrumar suas coisas, entraram em espaçonaves de nova geração e partiram para partes longínquas do espaço em busca de um novo lar. Pode haver uma infinidade de planetas no Universo nos quais os humanos podem, supostamente, viver. Um dos principais requisitos é que o planeta precisa orbitar uma estrela em sua zona habitável. Ou seja, a temperatura precisa permitir que a água fique em estado líquido.
Encontramos sistemas estelares parecidos com o nosso todos os anos, e recentemente descobrimos um bem pertinho de nós. Se trata da Proxima Centauri. Há pelo menos dois planetas ao redor dessa anã-vermelha, nos quais poderíamos habitar. Mas o problema é que esse sistema está a 4,2 anos luz de distância...
Então, tivemos que dar uma olhadinha na nossa garagem e escolher um veículo que pudesse nos levar tão longe. O Saturn V é um foguete que foi usado para levar os humanos à lua. Ele alcançava uma velocidade 30 vezes maior que a do som. Hoje, temos tecnologias mais avançadas, como o foguete Falcon Heavy, da Space X. Porém, a velocidade ainda é praticamente a mesma.
Esse foguete levaria cerca de 113 mil anos para nos levar à estrela mais próxima. Então, vasculhamos nossa garagem com mais cuidado, e vimos o objeto espacial mais rápido já criado pelos humanos: a sonda Parker Solar. Sua velocidade é de 750 mil quilômetros por hora, mas ela usa a gravidade do sol para acelerar. Então, vamos supor que seja possível construir um foguete que consiga alcançar essa velocidade.
Agora analisamos um mapa estelar, fazemos alguns cálculos, desenhamos diagramas, e... 6.600 anos! Agora vamos olhar para os fótons. Eles são as menores partículas que viajam à velocidade da luz. E aí você pensa: será que dá para construir uma nave capaz de viajar tão rápido quanto um fóton? Até recentemente, viajar nessa velocidade era impossível! As leis fundamentais da Física dizem que nenhum objeto com massa consegue acelerar tanto assim.
Energia é necessária para acelerar a massa. E para alcançar a velocidade da luz, que é de aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo, precisamos de uma quantidade infinita de energia. Mesmo assim, isso é lento demais! Levante a cabeça, e olhe para o sol. Ele está tão perto de nós! Mas a luz dele alcança nosso planeta em — 8 minutos!
É o tempo que você leva para passar pelo drive-thru e pegar seu hambúrguer. E uma jornada até a estrela mais próxima levaria 4,2 anos! Dá pra se graduar na faculdade durante esse período! Mas podemos encontrar um jeito de driblar as leis da física e viajar mais rápido que a luz.
Dobra espacial. Essa é uma tecnologia que manipula o espaço e o tempo para quebrar as leis do movimento. Na ficção científica, é um campo que envolve uma espaçonave como se fosse uma bolha ou uma concha, e permite que ela exceda a velocidade da luz. E já temos uma tecnologia semelhante: a Propulsão de Alcubierre.
Como é impossível se movimentar na velocidade da luz no espaço-tempo normal, a nave precisa se mover comprimindo o espaço à sua frente e expandindo ele atrás de si. Aí, não só a nave se movimentará, mas também o espaço-tempo dentro dessa bolha. Na verdade, isso permitirá que a espaçonave se movimente em qualquer velocidade, até 10 vezes mais rápido que a velocidade da luz. Mas para dobrar o espaço-tempo, a nave precisa ser monstruosamente gigante.
Precisamos de uma quantidade de energia comparada à quantidade de massa-energia do planeta Júpiter inteiro! Mas em simpósios recentes, os cientistas começaram a dizer que “Existe esperança!!!!”. Em 2069, a NASA planeja lançar uma missão interestelar para explorar planetas habitáveis fora do nosso Sistema Solar.
Ainda não sabemos detalhes sobre essa missão. Ela nem tem nome. Mas será uma homenagem ao centésimo aniversário da missão Apollo, que foi a primeira missão tripulada a pousar na superfície lunar. Nesse lugar, próximo de Pasadena, na Califórnia, um pequeno grupo de cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA está fazendo de tudo para que a missão aconteça. E seus últimos cálculos fizeram com que todos gritassem “Eureca!”
Parece que o anel ao redor da nave, que seria responsável por criar o famoso campo de dobra, não deveria ser perfeitamente redondo como eles pensavam. Ele precisa ter o formato parecido com o de um donut. Isso vai simplificar muito o design e a construção da nave. E a melhor parte é que, para testar essa tecnologia, uma espaçonave do tamanho da sonda Voyager 1 é suficiente.
Agora os pesquisadores estão tentando alcançar pelo menos 10% da velocidade da luz e lançar a sonda para o sistema estelar Alpha Centauri. Nesse caso, para cobrir a distância de 4,4 anos-luz, a sonda precisará de 44 anos. Para se ter uma ideia, a missão Voyager 1 foi lançada em 5 de setembro de 1977. Em 43 anos, ela viajou cerca de 22,5 bilhões de quilômetros, e é o objeto mais remoto feito pelo homem. É também o mais solitário no Universo.
A Voyager 1 já deixou as fronteiras do nosso Sistema Solar há muito tempo e está em constante movimento dentro do espaço sideral. Mas fique sossegado, pois os cientistas têm mais algumas ideias em seus laboratórios secretos. Dizem que agora eles sabem como alcançar a velocidade da luz. A Associação Espacial está considerando a possibilidade de lançar pequenos drones movidos a laser. A força nuclear, bem como as colisões da matéria e antimatéria podem fornecer energia suficiente para acelerar um objeto à velocidade da luz também.
Mas seus colegas, de um laboratório próximo, estão trabalhando duro para implementar outra tecnologia: a propulsão a íon. Ela usa partículas de gás aceleradas pelo campo elétrico. Resumindo: seu foguete comum é uma fera na estrada! Ele afunda o pé no acelerador e queima um monte de combustível para atingir a velocidade que precisa. Mas a propulsão a íon é como uma velha senhora dirigindo cuidadosamente.
Ela pisa no acelerador devagar para ganhar velocidade. Na escola espacial, a velha senhora terá mais eficiência e conseguirá dirigir mais além do que o cara pé-quente. É nisso que os cientistas estão de olho. Mesmo assim, um número incerto de anos passará até que surja uma forma de implementar a dobra espacial ou a propulsão a íon. Queremos fazer com que a humanidade seja interestelar, mas primeiro, precisamos mantê-la viva.
Agora, estamos desenvolvendo tecnologias para enviar a primeira missão tripulada para Marte. A colonização de Marte será o primeiro passo para virarmos interestelares. Será uma espécie de ensaio antes de colonizar planetas distantes. Precisamos entender que, embora as condições de vida dos exoplanetas possam ser parecidas com as da Terra, ainda teremos que terraformá-las.
Temos que testar nossa tecnologia em Marte para fazer com que a temperatura de lá seja igual à nossa. Também precisamos aumentar a pressão atmosférica para que a água possa existir em estado líquido, e criar uma camada de ozônio que nos protegerá da radiação solar. Depois disso, conseguiremos respirar livremente na superfície do Planeta Vermelho, sem precisa usar roupas espaciais. É preciso dominar essas tecnologias antes de criar uma dobra espacial de verdade.
Alguns séculos atrás, as pessoas navegavam pelos oceanos e foram aperfeiçoando suas embarcações para explorar o nosso planeta completamente. Agora, seremos a geração que construirá novas embarcações para travar longas jornadas fora da Terra. A dobra espacial abrirá horizontes incríveis para nós. Olhe para nossa galáxia — há inúmeras estrelas nela!
Ao redor de cada uma delas, pode haver planetas, e em alguns deles, pode haver vida. A dobra espacial nos fará entrar em contato com essas formas de vida e explorar nossa galáxia muito mais rapidamente. Esse futuro já está perto. Daqui a pouco, teremos a chance de nos juntar aos cientistas, vestir nossas roupas espaciais e viajar para a imensidão do espaço em busca de novas aventuras.