E se a Lua fosse 10x mais brilhante
A grande bola de fogo a milhares de quilômetros de distância de nós não é somente o objeto mais brilhante do nosso Sistema Solar, como também é o maior. Se Júpiter fosse do tamanho de uma bola de basquete, então a Terra seria uma pequena uva. Mas o Sol faz até Júpiter parecer uma piada. Essa grande bola em chamas no céu é composta de hidrogênio e hélio e tem 1.400.000 km de diâmetro. Além disso, é mais de 100 vezes maior que nosso pequeno planeta azul. São 5.540 graus Celsius apenas na superfície e 15 milhões de graus no núcleo.
A Lua, por outro lado, é um pouco mais fácil de entender, com cerca de 3.500 km de diâmetro, o que dá menos de um terço da Terra. Ela pode parecer bem grande flutuando no céu, mas isso acontece porque é o objeto mais próximo de nós. Mas e se o jogo virasse e a Lua de repente se tornasse mais brilhante que o Sol? Vamos explorar vários cenários.
Alternativa 1: Se a Lua se tornar mais brilhante que o Sol, as noites serão mais brilhantes que os dias. Isso significa que o ciclo de sono será interrompido. Todos os animais noturnos ficarão totalmente confusos. Quando é a hora de sair e comer? Nos extremos Norte e Sul, as noites e os dias duram meses a fio, então as pessoas que moram na região já têm uma ideia de como é dormir às 11 da noite com o sol brilhando sobre elas. Para o resto, não será fácil.
Digamos que você está acampando, cozinha uma refeição incrível e se prepara para a noite escura. Ao caminhar pela floresta, encontra um local com uma vista incrível do lago e do céu claro. São 7 da noite, você acende uma fogueira para assar alguns marshmallows e prepara o telescópio. O único problema é que quando o Sol começa a se pôr, a Lua ilumina ainda mais o céu. Surpreendentemente, não está tão quente quanto você imagina, pois não há luz solar direta. Mas independentemente disso, ainda está bem quente.
Cenário 2: As temperaturas certamente subirão de qualquer maneira. Isso significa que a neve vai derreter mais rápido do que você pode dizer “mas o que está acontecendo?” A neve nas calotas polares será a primeira a derreter, seguida pelas próprias. Com tanto calor, o nível do mar vai subir e levar pequenas ilhas remotas espalhadas pelo oceano para debaixo d’água. As cidades litorâneas irão abaixo, e todos viverão mais próximos do continente. Isso provavelmente causará uma reação em cadeia na economia mundial. Não haverá mais invernos, o que significa o fim das atividades de inverno como esqui, snowboard ou guerrinhas de neve. Animais e plantas em todo o mundo serão afetados. O planeta se transformará em um grande deserto. A água ficará escassa ao longo dos anos, mas as pessoas encontrarão uma maneira de preservá-la.
Cenário 3: Você está sentado atrás da sua mesa, entediado. Está perdendo negócios. As pessoas não estão comprando tantos óculos de sol quanto você pensava. Mas então a Lua de repente se torna mais brilhante que o Sol, e todos precisam usar esses óculos 24 horas por dia, 7 dias por semana, para sair. Você não consegue acompanhar a demanda por óculos de sol, então contrata mais pessoas e expande seus negócios. E acaba tendo o melhor negócio de óculos de sol do país. Não se recomenda olhar para o céu em nenhum momento do dia ou da noite. As cidades são cobertas com grandes toldos para reduzir a luminosidade diária. Os óculos de sol virão em diferentes tamanhos e formas para diferentes momentos do dia. Alguns serão amarrados em torno da cabeça, enquanto outros serão como grandes capacetes.
Cenário 4: A atmosfera da Lua é tão fina que não pode conter nada nela. Assim como nos desertos da Terra, não há nuvens para trazer chuva e por isso está sempre quente ou frio. Sim, o maior deserto do mundo é todo o continente da Antártida, que é frio e árido, ao contrário do que as pessoas pensam do deserto do Saara. Então, se ainda quiser pousar na Lua, é melhor pensar duas vezes agora. As pessoas que estão trabalhando na Estação Espacial Internacional terão que encontrar um novo escritório. A Lua será muito brilhante para ficar descoberta, considerando o quão perto está. Se ela for apenas mais brilhante que o Sol sem a parte do calor, a Estação Espacial precisará apenas de ajustes para manter a luz afastada.
A razão pela qual vemos a Lua em várias formas é por causa da posição dela em relação ao Sol. Nosso satélite não gira, ao contrário da Terra. Ele fica meio grudado na gente e está sempre mostrando o mesmo lado. Então, dependendo da posição dele no mês, teremos uma noite super brilhante durante a lua cheia e noites relativamente brilhantes no restante do mês.
Cenário 5: Se a Lua se tornasse mais brilhante que o Sol, produziria mais calor que ele e provavelmente ficaria maior. A gravidade na Terra mudaria significativamente por causa do novo tamanho do nosso satélite. Toda a estrutura orbital mudaria e afetaria os objetos celestes flutuando no espaço. Os planetas logo começariam a orbitar ao redor da Lua. A Terra poderia se afastar ainda mais do Sol. Se isso acontecesse, então tudo teria que se reajustar às mudanças radicais na gravidade. Se ela fosse fraca, significaria que os edifícios não teriam uma base sólida para ser instalados e acabariam desmoronando. Pontes e grandes monumentos também não resistiriam. As pessoas não conseguiriam andar corretamente e fariam isso de uma maneira engraçada.
Cenário 6: Em muitas dessas alternativas, mencionei apenas como a Lua seria mais brilhante do que o objeto emitindo luz. Mas neste caso, a luz teria que vir da Lua refletindo do Sol, o que significa que ele teria que ser duas vezes mais brilhante do que agora. Se ficasse 100 vezes maior, ele emitiria mais raios, o que poderia ser prejudicial e transmitiria muita radiação, prejudicial a todos os seres vivos daqui.
A atração gravitacional do Sol pode atrair mais planetas para orbitar em torno dele e fazer com que outros objetos no espaço se juntem à órbita. Os planetas estariam festejando no nosso clube de galáxias, e poderíamos ser jogados para fora do nosso curso orbital. Claro, isso representaria um risco maior para tudo na Terra, pois as coisas ficariam mais quentes e secas do que antes.
Cenário 7: Se estamos falando sobre a Lua ficando mais brilhante, também podemos supor que ela se aproximaria mais da Terra do que agora. O brilho não seria o problema aqui, pois a gravidade causaria grandes mudanças em nosso planeta. Mas todos os dias, 24 horas por dia, 7 dias por semana, haveria maré alta. Seria tão extremo que haveria inundações constantes em todas as cidades costeiras. Todas as ilhas seriam submersas, o que aumentaria a população das cidades do interior. A vida marinha teria o melhor momento de sua vida quando a água atingisse a terra firme.
Os barcos teriam que ser reprojetados para as novas condições, assim como os submarinos. As viagens aéreas seriam prioridades, e os grandes navios de cruzeiro pareceriam futuristas e teriam um reforço na construção para sustentar as ondas fortes. A noite seria bem clara em dias normais. Isso aumentaria a temperatura global, o que derreteria a neve, fazendo com que o nível do mar subisse ainda mais. Cometas e outros objetos celestes seriam puxados por uma atração gravitacional mais próxima, então sempre teríamos que olhar para cima toda vez que saíssemos.
Mas não se preocupe! A Lua ainda está lá em cima, e ali estará por muito tempo. A relação entre ela e a Terra é... complicada. Felizmente, temos apenas um satélite natural. Outros planetas no nosso Sistema Solar possuem várias luas girando em torno deles. Algumas são tão grandes que chegam ao tamanho da Terra. Imagine várias dessas afetando nossa casa. Mas isso é assunto para uma história completamente diferente.