Do glamour ao moderno: Como o padrão de beleza do Miss Mundo mudou

Curiosidades
há 1 mês

Em 31 de maio de 2025, o concurso Miss Mundo foi realizado pela 72ª vez, culminando em um momento histórico quando Suchata Chuangsri, da Tailândia, foi coroada vencedora. Esta é a primeira vitória da Tailândia na longa história do concurso. Para celebrar este marco, relembramos a evolução do Miss Mundo e exploramos como os padrões e as percepções de beleza do júri se transformaram ao longo das décadas.

Anos 1950: tudo começou com um escândalo

Kiki Håkansson (Sweden), Miss World 1951.

Em 1951, durante o Festival da Grã-Bretanha, aconteceu um concurso de beleza conhecido como Festival Bikini Contest — um evento que a imprensa mais tarde apelidou de Miss Mundo. Na época, gerou controvérsia, pois os biquínis eram amplamente considerados trajes inadequados.

A beldade sueca Kikki Håkansson venceu o concurso inaugural, fazendo história como a única Miss Mundo a receber sua coroa usando um biquíni. Nos anos seguintes, as finalistas eram obrigadas a aparecer de maiô ou em trajes de gala durante a cerimônia de premiação.

Denise Perrier (França), Miss Mundo 1953, e Marita Lindahl (Filândia), Miss Mundo 1957

Apesar do escândalo do biquíni em 1951, o fundador do concurso, Eric Morley, ficou satisfeito com a atenção do público e decidiu realizar o evento anualmente. Seus requisitos para as possíveis participantes eram os seguintes: mulheres solteiras, sem filhos, com idade entre 17 e 27 anos.

Corine Rottschäfer (Holanda), Miss Mundo 1959

Em 1959, um grande canal de televisão britânico concordou em transmitir o concurso Miss Mundo, aumentando significativamente sua popularidade. Naquele ano, Corine Rottschäfer enfrentou um dilema inesperado pouco antes da cerimônia de premiação, quando descobriu que seu vestido de gala estava danificado com buracos. Em um gesto de gentileza, outra concorrente emprestou a Corine seu próprio vestido. Ironicamente, a generosa concorrente ficou em terceiro lugar, enquanto Corine levou a coroa como vencedora.

Anos 1960: o Miss Mundo ganha força

Katharina Lodders (Países Baixos), Miss Mundo 1962

Nos anos 1960, o concurso Miss Mundo tornou-se um dos programas de televisão mais assistidos. O prêmio em dinheiro para a vencedora aumentou de £500 para £2.500. Em 1961, os requisitos para as competidoras também mudaram: a idade máxima passou a ser de 25 anos.

Katharina Lodders, coroada em 1962, abordou esses critérios à sua maneira. Ao receber o prêmio, ela disse em voz alta: “Não acho que sou a garota mais bonita do mundo — sou a garota mais bonita aqui.”

Ann Sidney (Grã-Bretanha), Miss Mundo 1964

Em 1964, a vencedora foi Ann Sidney, que mais tarde fez carreira na indústria cinematográfica. Aliás, Morley introduziu uma nova regra naquele mesmo ano: proibiu as mães das concorrentes de acompanharem suas filhas. O motivo foi que a mãe de uma das garotas causou muitos transtornos aos organizadores, envolvendo-se em seu trabalho.

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Reita Faria (Índia), Miss Mundo 1966

No final dos anos 1960, o concurso Miss Mundo continuou a crescer em escala e prestígio. Em 1966, o organizador Eric Morley enviou convites para mais de 70 países, com 66 respondendo com entusiasmo. Depois, em 1968, o concurso fez história ao permitir que uma mulher casada competisse pela primeira vez. No entanto, nos anos 1970, as regras se tornaram mais rígidas novamente, e um requisito estrito foi restabelecido: apenas mulheres solteiras podiam participar — sem exceções.

Anos 1970: feministas mudam a essência do concurso

Jennifer Hosten (Granada), Miss Mundo 1970

O início da década foi marcado por um novo escândalo. Em 1970, uma semana antes do concurso, feministas britânicas afirmaram que o Miss Mundo objetificava as mulheres e ameaçaram interromper o show. E elas o fizeram. Quando o evento estava a todo vapor, algumas convidadas se levantaram de seus assentos e começaram a soprar apitos, balançar chocalhos e gritar slogans. Mais tarde, o filme Mulheres ao Poder, estrelado por Keira Knightley, foi baseado nesses eventos.

Em 1970, Jennifer Hosten ganhou a coroa. Ela se tornou a primeira mulher negra a vencê-la.

Marie Stävin (Sweden), Miss World 1977, and Silvana Suárez (Argentina), Miss World 1978

O conflito com as feministas forçou os organizadores a pensar sobre a mensagem que o concurso enviava ao mundo. E em 1972, Eric Morley e sua esposa anunciaram que o evento passaria a ser realizado sob o slogan “Beleza com Propósito”. As concorrentes também passaram a ser obrigadas a apresentar seus projetos de caridade ao júri.

Anos 1980: “Beleza com Propósito”

Astrid Carolina Herrera (Venezuela), Miss Mundo 1984

Nos anos 1980, o slogan “Beleza com Propósito” ganhou outro significado: novos testes de inteligência e personalidade foram adicionados ao programa do concurso. Aos olhos dos jurados, as qualidades pessoais das competidoras tornaram-se tão importantes quanto sua aparência.

Giselle Laronde (Trinidad e Tobago), Miss Mundo 1986

Na segunda metade da década, o concurso voltou a ser criticado. O público em diferentes países não gostou do fato de as garotas serem julgadas apenas por representantes de países ocidentais. E em 1986, Morley decidiu realizar as preliminares do concurso em Macau e dar aos jurados orientais a oportunidade de selecionar as concorrentes. A vencedora daquele ano foi Giselle Laronde, de Trinidad e Tobago. Foi a primeira vez que uma representante deste país ganhou a coroa.

Ulla Weigerstorfer (Áustria), Miss Mundo 1987

Em 1987, os organizadores do Miss Mundo abriram uma rara exceção às suas próprias regras, que permitiam a competição apenas para mulheres de 17 a 25 anos. Naquele ano, eles permitiram que uma concorrente de 26 anos participasse da competição. Essa exceção acabou levando a uma revisão da política de idade, com o limite superior sendo posteriormente elevado para 27 anos.

Anos 1990: crise

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Aishwarya Rai (Índia), Miss Mundo 1994

No início dos anos 1990, a popularidade do concurso começou a declinar, e os principais canais de TV pararam de transmiti-lo. Mas Morley não ia desistir e conseguiu encontrar maneiras de organizar o concurso a um custo menor.

Yukta Mookhey (Índia), Miss Mundo 1999

Na segunda metade da década, os organizadores decidiram reunir um júri de representantes de diferentes profissões de todo o mundo para aumentar o interesse do público. Assim, as beldades passaram a ser julgadas por atores e atrizes, atletas, editores de revistas e top models de diferentes países.

Anos 2000: uma mulher assume as rédeas

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Priyanka Chopra (Índia), Miss Mundo 2000

Em 2000, Eric Morley faleceu, então sua esposa, Julia, assumiu o trabalho do marido e decidiu fazer alguns ajustes. Por exemplo, ela chamou o concurso de “estúpido e horrível” e prometeu torná-lo “mais positivo” para as mulheres. Ela condenou a parte do show em que as garotas tinham que primeiro desfilar de maiô e depois dar entrevistas sobre suas ambições de vida. “Não porque eu achasse que havia algo errado, horrível e antinatural nos maiôs, mas porque eu achava que, geralmente, você não se sente confortável se alguém está te entrevistando de smoking e você está de traje de banho”, disse Julia.

Rosanna Davison (Irlanda), Miss Mundo 2003, and Kaiane Aldorino (Gibraltar), Miss Mundo 2009

Em 2004, Julia Morley superou as conquistas de seu falecido marido ao organizar uma edição recorde do concurso Miss Mundo. Naquele ano, 107 concorrentes de todo o mundo participaram, marcando o maior número de países representados na competição até então.

Anos 2010: sem maiôs

Megan Young (Filipinas), Miss Mundo 2013

Em 2013, as competidoras viajaram para Bali. Foi a primeira vez que o evento foi realizado no Sudeste Asiático. Além disso, pela primeira vez na história do concurso, uma garota das Filipinas, Megan Young, ganhou a coroa.

Manushi Chhillar (Índia), Miss Mundo 2017

Julia Morley, que já havia expressado seu descontentamento com os trajes excessivamente reveladores das competidoras, decidiu remover a competição de maiô do concurso em 2015. Ela disse: “Não estamos realmente olhando para o bumbum dela. Estamos realmente ouvindo o que ela fala.”

Anos 2020: o que vem a seguir?

Lukasz Gdak / East News, Lukasz Gdak / East News

Karolina Bielawska (Polônia), Miss Mundo 2021

O primeiro evento da nova década não foi muito grande. Em 2022, o número de países participantes no concurso foi o menor desde 2003 — apenas 97. A vencedora foi Karolina Bielawska, da Polônia. Na vez seguinte, o júri do Miss Mundo se reuniu em 2024 e coroou Krystyna Pyszková, da República Tcheca.

Rajanish Kakade / Associated Press / East News, Rajanish Kakade / Associated Press / East News

Krystyna Pyszková (República Tcheca), Miss Mundo 2024

Suchata Chuangsri (Tailândia), Miss Mundo 2025

O Miss Mundo 2025 aconteceu em 31 de maio de 2025, em Hyderabad, Telangana, na Índia. Ao final do evento, Krystyna Pyszková, da República Tcheca, coroou Suchata Chuangsri, da Tailândia. Esta marca a primeira vitória da Tailândia na história do concurso.

Como as tendências modernas criticam vários padrões de beleza, existe a possibilidade de que os organizadores do Miss Mundo optem por parar de usar qualquer critério de seleção para futuras concorrentes, a exemplo do Miss Universo. Em 2023, este último removeu o limite máximo de idade para as competidoras. E como Julia Morley sugere que é a personalidade que deve ser avaliada, temos certeza de que as mudanças no concurso não tardarão.

Por falar em Miss Universo, veja como estão hoje 13 rainhas da beleza que já cativaram milhões de pessoas.

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