18 Mulheres que participaram de um programa de transformação visual e o resultado ficou incrível

Num mundo em que a aparência ainda pesa — e muito — a história de Amit Ghose chama atenção por tudo o que vai além do espelho. Nascido com uma condição genética rara, que faz surgir tumores benignos nos nervos, ele precisou encarar não só os olhares tortos, mas também um caminho intenso de autoconhecimento e aceitação. Em vez de se esconder, Ghose fez da própria jornada um exemplo de força e luta por respeito.
Durante uma visita a uma cafeteria em Londres, Amit enfrentou mais um episódio de rejeição. Ao se aproximar do balcão e pedir um café, ouviu da funcionária: “Ah, não estamos mais atendendo” e ela simplesmente se afastou, sem dar espaço para qualquer resposta. Ele deixou o local com um sentimento profundo de mágoa e exclusão.
Esse episódio, embora doloroso, não foi um caso isolado na vida de Amit. Ao longo dos anos, ele enfrentou repetidas situações de exclusão devido à sua aparência.
A condição provoca o crescimento de tumores ao longo dos nervos e também alterações na pele, como manchas café com leite. Além disso, pode afetar diferentes sistemas do corpo. Geralmente os tumores são benignos, porém, eles podem causar desfigurações visíveis e trazer complicações, como dificuldades de aprendizado, problemas cardíacos e circulatórios, deficiência visual e dor crônica.
O primeiro grande desafio de Amit foi uma cirurgia para remover o olho esquerdo aos 11 anos. Isso levou à provocação e ao isolamento, com os colegas de classe fazendo comentários cruéis. Um comentário particularmente ofensivo antes do Halloween, “Você não precisa de uma máscara de Halloween, você tem uma para a vida toda”, deixou um impacto duradouro.
“Esse comentário realmente moldou uma grande parte da minha vida, pois eu simplesmente não conseguia aceitar quem eu era fisicamente. Eu nunca tinha coragem de ir brincar na frente das outras crianças porque tinha medo, porque sempre era rejeitado, porque ninguém queria se sentar ao meu lado.” Durante anos, Amit lutou contra a autoaceitação, muitas vezes escondendo o rosto e se sentindo indigno.
Mas tudo começou a mudar quando ele entrou para o time de críquete da escola. O esporte abriu espaço para novas conexões, mostrando que o que realmente importava eram suas habilidades e não sua aparência. A experiência trouxe mais confiança e foi essencial para que Amit começasse a enxergar a si mesmo de outra forma.
“Não se trata apenas de mim. É para todas as crianças que já se sentiram diferentes. Para todos os adultos que ainda se escondem atrás de um sorriso. Você não está sozinho. Você não está quebrado. Você nasceu diferente — e esse é o seu superpoder.”
Ele também se tornou um palestrante motivacional, visitando escolas para compartilhar sua história e incentivar as crianças a abraçar sua singularidade. Por meio desses esforços, tocou inúmeras vidas, promovendo uma mensagem de inclusão e autoestima.
Amit contou com o apoio da esposa, Piyali, para se aceitar ainda mais. Foi ela quem o convenceu a compartilhar sua história nas redes sociais: “Eu achava que o TikTok era só sobre cantar e dançar, e pensei que talvez não fosse para mim, mas ela me convenceu. Então, criei um vídeo e disse ao mundo: ‘Quero levar todos vocês em uma jornada para ajudar, apoiar e inspirar, usando minhas experiências de vida.’”
Ao dividir suas vivências na plataforma, ele passou a inspirar milhares de pessoas e hoje soma mais de 200 mil seguidores. Além de dar voz à luta por mais representatividade, a rede o aproximou de uma comunidade que se identifica com suas experiências — ou simplesmente quer caminhar ao lado dele nessa jornada:
Amit não pretende parar por aí. Depois de deixar seu emprego em um escritório de advocacia, ele se dedica agora em tempo integral a palestras motivacionais. Além disso, vai lançar um podcast onde conversa com outras pessoas que passaram por experiências semelhantes, incluindo Oliver Bromley, que foi expulso de um restaurante porque os funcionários disseram que ele estava “assustando os clientes”. Amit reforça: “Com ou sem deficiência, com ou sem diferença visível, todos nós temos inseguranças, todos enfrentamos desafios.”
Situações de discriminação podem deixar marcas profundas na saúde mental. Não é raro que pessoas como Amit Ghose lidem com ansiedade, depressão e baixa autoestima. Ainda assim, com apoio, acompanhamento psicológico e muita força interior, é possível ressignificar a dor e seguir em frente. A história de Amit é um lembrete poderoso da força que existe em seguir, mesmo quando o mundo insiste em desacreditar.
A história de Amit Ghose é um poderoso lembrete da importância da empatia, da inclusão e da necessidade de desafiar as normas sociais que julgam os indivíduos com base na aparência. Ao apoiar organizações que defendem comunidades com diferenças visíveis, educando-nos sobre doenças como a NF1 e promovendo ambientes de aceitação, podemos contribuir para uma sociedade mais inclusiva. Enquanto Ghose continua sua defesa, sua mensagem permanece clara: a confiança vem de dentro, e nenhum julgamento externo pode diminuir o valor de alguém.
Sarah Talbi também tem uma história inspiradora. A artista belga nasceu sem os braços e, com o tempo, aprendeu a viver de forma independente, realizando todas as tarefas do dia a dia apenas com os pés.