Comparamos como diferentes atores são capazes de interpretar de maneira única e distinta o mesmo personagem histórico em filmes e seriados

Famosos
há 1 ano

Todo ator, sem dúvidas, traz um toque pessoal para o papel, tanto é que muitos podem interpretar o mesmo personagem, mas ele, certamente, não será o mesmo. Por exemplo, em produções diferentes, um rei lendário pode parecer um herói corajoso em uma e um patife medroso na outra. Com isso em mente, decidimos comparar como diferentes astros e estrelas conseguiram mostrar a mesma figura histórica em filmes e seriados.

Rainha Victoria

Essa famosa monarca britânica já foi retratada diversas vezes nas telonas. E uma das produções mais românticas e marcantes foi o longa Os Jovens Anos de uma Rainha, no qual o papel principal foi interpretado por Romy Schneider, então com 16 anos. No filme, Victoria aparece como uma garota charmosa, inteligente, curiosa e sensível que se apaixona e desenvolve sentimentos verdadeiros pelo seu futuro esposo.

Por sua vez, a atriz Judi Dench já deu vida à rainha duas vezes. A primeira, no longa Sua Majestade, Mrs. Brown, em 1997. Na produção, Victoria é mostrada como uma mulher infeliz após perder o marido recentemente. E um de seus servos, o Sr. John Brown, que a adora, acaba trazendo a monarca de volta à vida, porém esse relacionamento cria uma situação escandalosa e pode levar a uma crise da monarquia.

A segunda vez foi no filme Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha. No longa, a rainha é retratada como uma “dama de ferro” que gradualmente vai se tornando mais humana após fazer amizade com um jovem indiano.

Em 2009, foi lançado o longa A Jovem Rainha Vitória, estrelado por Emily Blunt. O roteiro gira em torno da grande pressão dos familiares sobre a herdeira do trono, na esperança de dobrá-la a sua vontade. Contudo, a então princesa Victoria, amante de sua liberdade, acaba entendendo seu verdadeiro destino e, com o apoio incondicional do seu amado, entra em uma luta decisiva por seu direito de se tornar uma pessoa independente.

Vincent van Gogh

A vida desse grande pintor chamou a atenção de muitos cineastas ao longo dos anos. O primeiro longa sobre Van Gogh estreou em 1956 — Sede de Viver, e foi estrelado por Kirk Douglas. No longa, o personagem é mostrado como um gênio torturado pela vida. E a obsessão pela pintura, aliada à doença mental, levam-no a uma vida infeliz repleta de fracassos e relacionamentos malsucedidos.

Em 2010, foi lançado o drama documentário Van Gogh: Painted with Words (sem versão para o português), no qual o artista foi interpretado por Benedict Cumberbatch. Cada palavra dita no longa foi retirada das cartas enviadas por Van Gogh ao seu irmão caçula Theo e a outras pessoas. E o resultado foi um retrato complexo de um homem refinado, civilizado e, ao mesmo tempo, atormentado.

No filme No Portal da Eternidade (2018), o ator Willem Dafoe foi o responsável por dar vida ao pintor. Seu personagem também se mostrava moralmente exausto, porém tinha uma visão mais filosófica do mundo.

Giacomo Casanova

Em 1992, Alain Delon interpretou o escritor e aventureiro italiano no longa O Retorno de Casanova. No longa, o personagem já não é mais jovem e seus casos amorosos ficaram no passado. No entanto, ele não consegue aceitar que o tempo passou e abandonar seu estilo de vida.

No filme Casanova, de 2005, foi a vez de Heath Ledger interpretar o personagem. A produção é uma comédia histórico-romântica sobre como o lendário sedutor finalmente se apaixonou por uma mulher com a qual seu encanto não surtia efeito, sendo rejeitado.

Rainha Gorgo

A história sobre os 300 espartanos já foi retratada duas vezes nas telonas. A primeira foi em 1962, em Os 300 de Esparta, no qual Gorgo, esposa do rei Leônidas I, foi interpretada por Anna Synodinou. A rainha tem um papel pequeno no longa, sendo representada como uma esposa dedicada.

Em 2006, outro filme foi lançado sobre a histórica façanha dos espartanos — 300, e o papel de Gorgo foi para Lena Headey. Nessa produção, a rainha é muito mais influente. Por exemplo, é ela quem tenta convencer os líderes das outras cidades-Estado a apoiar seu esposo Leônidas I na trama.

Coco Chanel

Em 2009, foram lançados dois filmes sobre essa renomada estilista. Em Coco Antes de Chanel, Audrey Tautou interpreta o papel principal — uma mulher jovem e inexperiente abrindo o seu caminho para a fama.

Por sua vez, o longa Coco Chanel & Igor Stravinsky, estrelado por Anna Mouglalis, conta a história de amor de duas grandes personalidades e da criação do lendário perfume Chanel № 5.

Marie Curie

A história de Marie Curie foi gravada para as telonas pela primeira vez em 1943. No longa Madame Curie, o papel principal foi estrelado por Greer Garson. Nele, a grande cientista aparece como uma estudante que acaba se apaixonando pelo experiente físico e galanteador Pierre Curie.

Já em Radioactive (2019), muito mais atenção é dada às descobertas científicas de Marie Curie, propondo uma discussão se elas trouxeram mais benefícios ou danos à humanidade. Rosamund Pike foi a responsável por dar vida a protagonista.

Henrique V

Henrique V acabou se tornando um dos personagens mais famosos de Shakespeare e, depois do grande dramaturgo, os cineastas também revisitaram várias vezes a história do grande rei. Um dos primeiros foi o diretor e ator britânico Kenneth Branagh. Ele interpretou o papel principal em sua própria produção, Henrique V. E alguns espectadores consideram como o seu melhor trabalho.

Em 2012, foi lançada uma série chamada A Coroa Vazia, em que retrata as personalidades históricas mais celebradas de Shakespeare. Henrique V foi interpretado por Tom Hiddleston. Sua versão é ousada e incisiva. O público consegue facilmente ler as emoções do personagem. O rei nessa produção também parece muito humano.

Já em 2019 foi lançado o filme O Rei, onde o papel de Henrique V foi interpretado por Timothée Chalamet. O ator, que brilhantemente dá vida a jovens traumatizados nas telonas, retrata o personagem como um menino triste que tenta esconder seus sentimentos por trás de uma severidade sombria.

Henrique VIII

Muitos filmes já foram produzidos sobre Henrique VIII, famoso por casar-se seis vezes. O ator Charles Laughton interpretou o monarca duas ocasiões: no longa Os Amores de Henrique VIII, de 1933, e em A Rainha Virgem, lançado 20 anos depois. Pela primeira atuação, o ator chegou a receber um Oscar. Seu Henrique VIII pareceu mais humano e até um pouco descontraído.

O britânico Keith Michell também interpretou o famoso monarca inglês duas vezes: na série televisiva The Six Wives of Henry VIII (sem versão para o português) e em Elizabeth R (também sem versão para o português), na qual fez uma participação especial). Seu Henry saiu do jeito que costumavam vê-lo — cruel e dominador.

Uma das interpretações mais brilhantes foi feita por Eric Bana no filme de 2008, A Outra. Seu herói acabou por ser um homem muito atraente e apaixonado.

Elizabeth Báthory

Elizabeth Báthory ficou conhecida na história como “a Condessa Sangrenta”. Logo, a lenda envolvendo sua vida despertou o interesse dos cineastas. No longa Os Irmãos Grimm, Báthory foi usada como inspiração para a personagem da Rainha do Espelho do conto de fadas, que atrai mulheres mais novas para roubar sua juventude. A vilã foi interpretada por Monica Bellucci.

Em 2008, estreou o drama Bathory, estrelado por Anna Friel. Os produtores do longa tentaram elucidar a verdadeira história por trás da enigmática personagem e apresentaram Elizabeth Báthory como uma nobre de família influente que seguia uma política independente. Por causa disso, ela sofreu terríveis perseguições e muitas das evidências apresentadas contra ela eram falsificadas.

Margarida de Valois (Rainha Margot)

A trágica história de Margarida de Valois foi filmada pela primeira vez em 1944, quando ela foi interpretada pela estrela do cinema francês Jeanne Moreau. A atriz conseguiu criar uma versão bastante sensual da antiga rainha.

Em 1994, foi a vez de Isabelle Adjani dar vida a rainha Margot nas telonas. Sua personagem saiu mais trágica e profunda que a anterior.

Nikola Tesla

No seriado Sanctuary (2008 — 2011), o papel de Nikola Tesla é interpretado por Jonathon Young. E a particularidade desse papel é que Tesla também é mostrado como um vampiro.

Já em 2020 foi lançado o filme biográfico Tesla, estrelado por Ethan Hawke. Nessa produção, é dada muito mais atenção às descobertas feitas pelo renomado cientista.

Olímpia

Apesar da vida de Alexandre, o Grande — rei mais famoso da antiga Macedônia — ter sido repleta de acontecimentos marcantes, poucos filmes foram feitos sobre ele. Dentre os mais famosos, estão Alexandre Magno (1956), de Robert Rossen, e Alexandre (2004), de Oliver Stone. Em ambos os longas, os produtores deram muita atenção à mãe do herói, a rainha Olímpia.

No primeiro, Olímpia foi interpretada por Danielle Darrieux. Sua personagem é uma mulher forte e carismática, que luta pelo poder com ajuda de seus laços familiares, sua atratividade e capacidade de tecer intrigas e manipular informações. No filme, à medida que seu filho cresce, Olímpia tenta ganhar mais poder com ajuda dele.

Uma imagem semelhante da rainha foi passada no filme de Oliver Stone: Olímpia, interpretada por Angelina Jolie, é retratada como uma mulher forte e ambiciosa que busca pelo poder com ajuda do seu filho e provocando intrigas. Na produção, Alexandre, o Grande não sabe nada sobre a conspiração de sua mãe contra seu pai, Filipe II. Dessa forma, o diretor o isenta de toda responsabilidade pelo assassinato do pai, culpando apenas Olímpia por toda a atrocidade.

Qual seu filme histórico ou biográfico favorito? Na sua opinião, deve-se retratar fielmente as personalidades históricas ou os atores e a produção têm liberdade para adaptá-las? Conte para a gente na seção de comentários.

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