Graças à Internet, você pode encontrar um amigo do outro lado do mundo e apenas os fusos horários os separarão. Mas imagine o que você sentiria se amanhã não tivesse essa oportunidade. Isso é o que acontece com milhões de pessoas em todo o mundo não conseguem se comunicar com quem gostariam e nem podem visitar as páginas da Web que tanto amamos. Elas não têm Facebook, YouTube e nem contas no Twitter. Trata-se principalmente dos chineses e norte-coreanos.
O Incrível.club descobriu como a Internet é limitada nesses países e preparou um pequeno bônus no final do post.
Restrições da Internet na China
- Para criar seu próprio site, é preciso passar por um processo de registro longo e cansativo no Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação. Caso contrário, ninguém permitirá que você tenha uma página da web.
- O governo chinês bloqueia periodicamente toda a Wikipédia ou algumas de suas páginas. A lista negra inclui artigos sobre questões “delicadas”, como o massacre da Praça Tiananmen, quando estudantes foram dispersados com tanques militares durante uma manifestação em 1989, o que resultou em muitos cidadãos inocentes feridos. O bloqueio é realizado com o objetivo de combater a propaganda de violência nos meios de comunicação.
- A serviço do estado, encontramos um exército inteiro de blogueiros, “membros” do chamado “Partido dos 50 centavos”. É exatamente isso que cada participante ganha escrevendo um post ou um comentário na Internet. A principal tarefa deste exército é avaliar positivamente as ações do governo. Segundo estimativas do The Guardian, o número total desses militantes modernos é de 300 mil pessoas. Supõe-se que os membros do “Partido dos 50 centavos” refutem e ridicularizem instantaneamente qualquer post que prejudique ou difame o estado.
- Os usuários chineses da Internet aprenderam a criptografar textos que não passariam pela censura. Para consegui-lo, eles usam a linguagem “marciana”, uma mistura de hieróglifos de origens diversas (geralmente desenhados com erros intencionais), algarismos arábicos e jargões ingleses.
- Desde 2003, na China há um projeto especial do governo chamado “Escudo Dourado”, que limita o acesso dos cidadãos a sites estrangeiros. Seu nome não oficial é “grande firewall da China”. O mesmo projeto também controla os hiperlinks que levam aos meios de comunicação ou blogs estrangeiros. O fato é que nem um único site chinês pode ter links ou traduzir notícias de outros países sem permissão especial.
- Os chineses são proibidos de usar serviços populares como YouTube, Twitter, Gmail, Google Play, Google Docs, Flickr, WhatsApp e Facebook. Esses sites simplesmente não estão disponíveis no território do país.
- O maior análogo das redes sociais globais na China é o Sina Weibo. Para se registrar, o usuário deve fornecer os detalhes de sua identidade e seu local de residência real.
- Em 2013, uma lei sobre boatos na Internet foi promulgada. Se um usuário divulgou informações não confirmadas e recebeu mais de 5.000 visitas ou mais de 500 compartilhamentos, ele pode ser condenado a três anos de prisão. A inteligência artificial Piyao, chamada “difamador de boatos”, ajuda a identificar violações dessa lei.
Internet isolada na Coreia do Norte
- Somente as organizações que receberam permissão oficial podem acessar a Internet neste país. Entre elas, encontramos três universidades, laboratórios científicos, serviços de segurança e ministérios, como o das Relações Exteriores. Todos os computadores ficam em salas especiais, que só podem ser acessadas com uma senha.
- O resto dos norte-coreanos usa uma intranet (internet nacional), chamada Kwangmyong. Segundo várias estimativas, esta rede tem entre 1.000 e 5.500 sites. É extremamente difícil contá-los porque a maioria não é acessível a usuários da Internet global.
- Em 2017, um cientista da computação dos Estados Unidos publicou na Internet uma lista completa de sites norte-coreanos que podem ser acessados por uma pessoa comum de qualquer lugar do mundo. E eles eram apenas 28.
- Na intranet norte-coreana são publicadas, principalmente, informações sobre o chefe do estado, incluindo a agenda detalhada de seu dia a dia, mas encontramos também portais de entretenimento, com filmes, receitas e recomendações para turistas.
- Eles também têm um bate-papo geral chamado “Meu país”, que é dividido em subseções para aqueles que estão interessados em um determinado tópico: computadores, filmes, artes e afins. No país não há redes sociais como o Facebook ou o Twitter, ao menos que o resto do mundo saiba.
- Cada computador deve estar registrado na polícia. Para isso, existe o “grupo 109”, de caráter especial, criado em 2004. Periodicamente, os membros dessa operação verificam de forma rotineira e não programada cada aparelho para detectar a pirataria eletrônica. Como regra geral, eles buscam filmes e músicas estrangeiras.
Bônus: e como vão as coisas no resto do mundo?
- 44% da população mundial ainda não tem acesso à Internet devido à pobreza ou às políticas de seu próprio país.
- Na Etiópia, dos seus 100 milhões de habitantes, apenas 15 milhões têm acesso à Internet. Em particular, isso responde aos altos preços da conexão: a tarifa mais barata custa 26,5 dólares (cerca de 105 reais, o que provavelmente não permite baixar muita coisa) e a mais cara, 155 dólares (620 reais). E isso ao mesmo tempo em que muitas pessoas têm um salário igual ao custo de um pacote caro da Internet.
- Os cidadãos franceses têm medo de visitar sites com links para Torrent e outros sites de pirataria, porque o governo francês está lutando ativamente contra o download ilegal de filmes e músicas. Após a primeira visita a estas páginas, uma carta oficial é enviada solicitando que você se abstenha de fazê-lo. Na segunda visita, outra carta, e se você violar a proibição pela terceira vez, outras medidas serão aplicadas. Até mesmo seu seu acesso à Internet pode ser cortado.
- As autoridades indianas se reservam o direito de desconectar toda uma região da rede, no caso de seus habitantes serem suspeitos de algum tipo de conspiração ilegal.
Qual dos fatos o surpreendeu mais? Compartilhe seus pensamentos com a gente nos comentários.