Como reconhecer a “parentalidade helicóptero” e algumas dicas para mudar esse comportamento

Psicologia
há 3 anos

Não há dúvidas de que quando criamos nossos filhos tentamos fazer o melhor possível. No entanto, algumas de nossas atitudes muitas vezes podem prejudicar o crescimento das crianças e comprometer e sua autoestima. Ser um “pai/mãe helicóptero”, ou seja, controlar o tempo todo as necessidades dos nossos filhos para evitar conflitos e frustrações, é um bom exemplo disso.

Pensando nisso, no artigo de hoje, o Incrível.club mostra quais são as atitudes mais comuns dos “pais helicópteros” e o que fazer para não apresentar esses comportamentos.

1. Eles falam sempre no plural

Esse tipo de comportamento é muito comum em “pais helicópteros”. Em geral, eles dizem coisas como “quanta lição de casa que a professora passou para a gente hoje, vamos passar horas resolvendo!” na hora de falar das tarefas dos filhos. Ou seja, sem perceber, os adultos acabam absorvendo pouco a pouco a identidade da criança e turvam as fronteiras entre uma pessoa e outra. É como se o adulto e o pequeno fossem um indivíduo só.

Esse tipo de atitude não faz mal apenas para os pais, que acabam acrescentando uma nova obrigação à sua rotina, ela prejudica também a criança, cujas habilidades de autocontrole e resolução de conflitos acabam sendo limitadas.

2. Satisfazem todos os desejos dos filhos

É sempre complicado dizer “não” para uma criança, sobretudo quando ela aparece com um olhar triste, daqueles que fazem nosso coração derreter. No entanto, satisfazer todos os desejos de um filho é outro tipo de comportamento bastante comum entre os “pais helicópteros”. Estar sempre disponível para os filhos ou ter sempre o “sim” na ponta da língua são atitudes que podem fazer mais mal do que bem.

Quando isso acontece, os pequenos acham que são o centro do universo e perdem a capacidade de lidar com a frustração e com a irritação que aparece quando um desejo não é atendido. Além disso, eles acabam não entendendo que é preciso esforço e constância para ganhar as coisas na vida.

3. Encher a agenda dos filhos de atividades

Outro “erro” bastante comum entre os “pais helicópteros” é o superestímulo dos filhos. Alguns pais têm o hábito de encher o dia dos filhos com atividades extracurriculares, pensando que é o melhor para suas vidas. Embora algumas dessas atividades sejam importantes e até mesmo necessárias, as crianças precisam de um pouco de paz para ficarem tranquilas, apenas brincando.

Nesse sentido, o superestímulo pode afetar o aprendizado de maneira negativa, já que o excesso de estímulo faz com que o aprendizado “comum” não gere mais a mesma satisfação. Toda essa situação pode fazer com que a criança fique cada vez mais inquieta, até mesmo com problemas para manter a concentração.

4. Mantêm os filhos em uma “caixa de cristal”

Talvez essa seja a principal característica dos “pais helicópteros”. Eles superprotegem os filhos e os monitoram o tempo todo, eliminando quaisquer obstáculos que possam aparecem em seu caminho.

Ou seja, a criança fica “presa” em uma espécie de “caixa de cristal” em que não precisa lidar com os conflitos típicos que a vida coloca para elas nessa idade, porque os pais estão sempre do lado solucionando qualquer problema. Com isso, os pequenos não desenvolvem habilidades importantes como o autocontrole e o poder de lidar com as próprias emoções.

5. Quase nunca dizem não

Embora possa parecer um pouco antipática, a palavra “não” é fundamental para a educação de uma criança e é um termo que “pais helicópteros” dificilmente incluem em seu vocabulário. No entanto, dizer “não” é muito importante para que as crianças aprendam a tolerar a frustração e aprendam a se importar com os sentimentos dos outros.

Ainda que não seja uma boa ideia usar esse termo de maneira indiscriminada, já que assim ele pode perder um pouco o seu valor, é recomendável que seja usado em situações concretas, para que os pequenos entendam um pouco mais sobre os próprios sentimentos quando são contrariados.

Conselhos para evitar ser um “pai/mãe helicóptero”

1. Deixar o filho cometer erros

Uma das tarefas fundamentais dos pais é acompanhar e guiar os filhos sem resolver todos os seus problemas, porque o aprendizado está também nas dificuldades. Por isso, para não ser um “pai/mãe helicóptero”, é muito importante deixar que a criança cometa erros. É assim que ela aprende a ser resiliente e autoconfiante, e é também dessa forma que ela consegue trabalhar a autoestima.

Mas claro que não estamos falando de deixar os filhos errarem em situações em que há algum tipo de risco.

2. Ser “submarino” em vez de “helicóptero”

A palavra “submarino” é uma boa metáfora para descrever o comportamento dos pais em relação à criação dos filhos. Em vez de voar sobre a cabeça dos filhos como um helicóptero que controla e vê tudo, é preferível se manter embaixo da superfície, sempre atento às necessidades dos filhos, mas sem exercer um controle ou uma pressão constante.

Claro que é importante estar disponível para os filhos, mas dar um pouco de espaço para que eles nos procurem quando precisarem é muito mais saudável.

3. Praticar a desatenção

Quando o filho é recém-nascido, não dar atenção não é uma opção válida. No entanto, à medida que a criança vai crescendo, é natural ela querer chamar cada vez mais a nossa atenção.

Priorizar outros aspectos da vida que não sejam apenas os filhos e dedicar tempo às coisas que gostamos de fazer é uma maneira de melhorar a qualidade de vida de toda a família. O pequeno não vai se sentir o “centro do mundo” e vai aprender a lidar com os próprios sentimentos, e os adultos passam a ter duas coisas que muitas vezes ficam em segundo plano quando há crianças dentro de casa: tempo e espaço pessoal.

Você reconhece esses comportamentos? Conhece alguém que costuma se comportar assim em relação aos filhos? Conte para a gente na seção de comentários.

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