EU GOSTAVA DE VER O PICAPAU QUANDO AS MINHAS FILHAS ERAM PQUENAS QUANDO EU ERA CRIANSA NAO TINHA NEM TV
Como o passar do tempo mudou 12 desenhos animados da nossa infância
É difícil encontrar alguém que não tenha na memória afetiva um desenho animado que tenha marcado sua infância. Chegar correndo da escola para não perder o novo episódio ou atrasar alguns minutos antes de sair de casa para não perder o desfecho de uma história, quem nunca fez isso?
Provavelmente você tenha um desenho animado com um lugar especial no coração... Mas com que frequência revisita essa paixão? Muitos desses desenhos ganham novas versões com o passar do tempo, então, teoricamente, oportunidades não faltam. Mas será que é a mesma coisa?
O Incrível.club vai mostrar o que aconteceu com alguns desenhos animados da nossa infância. Alguns mudaram muito pouco, outros até viraram filme. E alguns ficaram quase irreconhecíveis! Venha conferir com a gente vários exemplos marcantes!
Pica Pau e seus Amigos (1940) — Pica-Pau (2018)
Se você não conhece o Pica-Pau, provavelmente não ficava muito em frente às telinhas. Com mais de 80 anos de existência, o personagem tem tanto tempo de vida quanto os super-heróis mais clássicos. Já teve diversas versões e atualizações, incluindo um filme no estilo chamado live action. Mas não foi a primeira vez que esse pássaro hiperativo esteve no cinema.
Em 1950 ele apareceu no filme Destination Moon para explicar aos milionários reticentes por que a viagem à lua não era coisa de... desenho animado. Quase 70 anos depois ganhou vida no cinema novamente, dessa vez através de animação por computação gráfica. Outra versão foi lançada em 2018, no formato de websérie disponível no YouTube.
Quando apareceu pela primeira vez em um episódio de Andy Panda, Pica-Pau era meio vesgo, tinha o rabo verde e até dois dentes! Nessa época, os episódios exibidos antes de filmes da Universal. Na década de 1950, quando passa a ser exibido na TV, grandes mudanças ocorrem: seus traços são atenuados e suas cores são inspiradas na bandeira nacional, seguindo o padrão dos super-heróis americanos. A mudança mais drástica e definitiva, porém, ocorre na década seguinte, quando a agressividade e o descontrole do Pica-Pau são transformados em agitação e astúcia, características que o tornam mais sério.
Superamigos (1973) — Liga da Justiça de Zack Snyder (2021)
“Enquanto isso, na Sala de Justiça”. A frase, seguida das estrelas em pirueta com efeitos sonoros característicos, é marca de um tempo. Aliás, há quem acredite que o cumprimento em soquinho, usado como alternativa ao aperto de mão, foi originado no rito de transformação dos Super Gêmeos. Os Superamigos permanecem juntos até hoje, na maior parte do tempo compondo a Liga da Justiça, mas nem sempre formando o mesmo time. Em 2015 a animação Liga da Justiça: Deuses e Monstros mostrou uma versão alternativa dos heróis, com um Batman bem similar ao Morbius da Marvel, um Superman que é filho do General Zod e uma Mulher Maravilha que é a Deusa Bekka de Apokolips.
Os Superamigos, ou a Liga da Justiça, teve sua versão cinematográfica apresentada na visão do cineasta Zack Snyder, em 2021. Assim como a Marvel, a DC também segue desenvolvendo seus personagens em versões live action.
Em retrospecto, é perceptível como o desenho animado voltado para um público mais infantil aos poucos foi assumindo uma linha mais adulta, especialmente se colocarmos na conta narrativas de outras mídias. A ideia de um Superman fazendo papel de vilão (fora dos quadrinhos) não é nada nova, como já foi visto no game Injustice: Gods Among Us, também transformado em animação.
Moranguinho (1980 — 2019)
Moranguinho nasceu de uma ação que visava promover uma linha de bonecas, algo comum nos anos 80. A personagem fora criada em 1977 por Muriel Fahrion, que trabalhava como ilustradora de cartões de congratulação. A bonequinha e suas amigas, todas baseadas em sobremesas, foram patenteadas, o que permitiu à Kenner Products licenciar e lançar as bonecas em 1979. Sob responsabilidade do editor Lyn Edwards, Moranguinho e sua turma ganharam uma história. Assim, em 1980, o primeiro desenho animado foi lançado.
Com o tempo, aquela personagem com traços fofos e semelhante a uma bonequinha de pano foi se tornando mais parecida a uma menina de verdade. A temática dos desenhos também se transformou, deixando a fantasia um pouco de lado e se aproximando mais da vida real. Na atual websérie, Moranguinho é uma garota ambiciosa que busca tornar-se a melhor confeiteira do mundo. A Wildbrain, atual detentora dos direitos da personagem, pretende lançar um especial em 3D que já teve imagens vazadas na Internet, mas nem todo mundo gostou do novo visual. Boas ou não, as mudanças que Moranguinho sofreu com o tempo não foram pequenas, não é mesmo?!
Inspetor Bugiganga (1983 — 2015)
A década de 1980 foi marcada por produções de sucesso que focavam na interação (nem sempre amigável) entre robôs e seres humanos. O Exterminador do Futuro, Blade Runner, Robocop, Um Robô em Curto-Circuito. Todas são produções de sucesso, mas misturar homem e máquina, como em Robocop, parecia ter um algo a mais. O Inspetor Bugiganga segue nessa onda, mas diferente da abordagem no cinema. Ao invés da transformação do herói em metade homem metade máquina ser fonte de sofrimento, é caracterizada por muito humor. John Brown pode ter se tornado um homem cheio de surpresas, mas a maioria delas acaba nos fazendo dar boas risadas.
O Inspetor Bugiganga original teve apenas três temporadas, mas Matthew Broderick resolveu curtir adoidado uma versão live action do personagem no final da década de 1990. O filme seguiu o tom cômico do desenho animado, mas acabou não agradando muito nem o público nem a crítica especializada. Teve uma continuação em 2003, dessa vez com o ator French Stewart, também sem sucesso em crítica e bilheteria. Atualmente a WildBrain é detentora dos direitos do personagem e a versão 2.0 do Inspetor Bugiganga, agora em computação gráfica, pode ser facilmente encontrada nos streamings. Apesar da atualização visual, a animação se mostra bastante fiel ao original.
He-Man e os Mestres do Universo (1983 — 2021)
Nos anos 1970, a Mattel era uma das gigantes da indústria de brinquedos, detendo os direitos de linhas como Barbie e HotWheels. Uma decisão ruim, porém, criou um grande problema para a empresa: sem confiar no potencial de um filme que estrearia em 1977 nos cinemas, a Mattel recusou produzir brinquedos para essa nova franquia, deixando a oportunidade para uma concorrente liderada por um de seus antigos “funcionários”. A linha recusada foi o estrondoso sucesso Guerra nas Estrelas, o que deixou a empresa em maus lençóis. A resposta veio depois de muita pesquisa e uma ideia bem original. Nascia, assim, He-Man, o homem mais poderoso do Universo.
Quando foi criado, He-Man não tinha um filme para dar combustível à imaginação da criançada. Para o público-alvo na faixa dos 5 anos a leitura ainda era um obstáculo, então a Filmation entrou em cena. A Mattel esperava apenas uma animação de suporte para a linha de brinquedos, mas a equipe de Lou Scheimer acabou criando um verdadeiro fenômeno. O modelo de negócio de He-Man acabou se tornando padrão na indústria, o que levou ao surgimento de diversas adaptações do personagem ao longo das décadas, incluindo um filme.
Depois de uma versão futurística em 1990 e um reboot em 2002, He-Man hoje aparece em duas séries da Netflix. Mestres do Universo: Salvando Eternia dá sequência à série original, mas com uma narrativa mais elaborada, deixando de lado o modelo “caso da semana” para criar uma história ampla que se desenvolve ao longo dos episódios. Já He-Man e os Mestres do Universo visa o público infantil, fazendo releituras e adaptações bem interessantes em alguns personagens e no enredo. As duas versões podem agradar aos fãs de longa data, mas estão bem longe de ser uma “reprise”.
She-Ra: A Princesa do Poder (1985) — She-Ra e as Princesas do Poder (2018)
Após o estrondoso sucesso da série animada dos Mestres do Universo, as vendas dos bonecos produzidos pela Mattel dispararam de tal maneira que a empresa acabou tropeçando em si mesma. He-Man era destinado aos meninos na faixa dos 5 anos, mas as meninas estavam deixando de lado as bonecas Barbie por causa da linha de bonecos do herói de Eternia. Visando aproveitar o interesse desse público, She-Ra foi criada e a Filmation produziu um longa-metragem revelando a origem da irmã gêmea de Adam. A animação protagonizada pela princesa Adora foi lançada em sequência.
Diferente do irmão gêmeo, She-Ra teve apenas duas versões até hoje. No reboot de 2018, a Princesa do Poder encontra outras princesas também poderosas e muito capazes, um pouco diferente do original em que She-Ra costumava centralizar a ação. Também tem uma temática mais focada nas relações entre os personagens e menos maniqueísta, além dos traços mais cartunescos. Todavia uma série pretende apresentar a versão da heroína na pele de uma atriz, por intermédio da Amazon. Legal, não é?!
Muppet Babies (1984 — 2018)
Muppet Babies era uma viagem! Nasceu de um sonho presente em uma sequência do filme Os Muppets Conquistam Nova York. Focado na imaginação dos bebês inspirados em personagens do programa The Muppet Show, o desenho animado mostrava um universo fantástico vivido na mente dos personagens, com aventuras criadas por uma fantasia conjunta. Abusando do humor e de paródias de filmes clássicos, também não eram raras as participações de grandes estrelas de Hollywood.
A versão de 2018 da animação faz atualizações técnicas com o uso de computação gráfica. Apesar de pequenas mudanças no elenco de bebês e no traço de alguns personagens, a série animada mantém sua essência, funcionando mais como uma atualização da versão clássica do que como um reboot. Além de apresentar novas histórias, o Muppet Babies recorre a um formato mais enxuto, tendo episódios com metade da duração do original. Não dá vontade de matar a saudade?
Ursinhos Carinhosos (1985 — 2019)
Os Ursinhos Carinhosos surgiram como uma ação conjunta entre a empresa de cartões de celebração American Greetings e a fabricante de brinquedos Kenner em 1981. O esforço para criar uma linha de personagens baseados em emoções envolveu até Muriel Fahrion, que já tinha trabalhado na criação de Moranguinho. Em 1983 a nova franquia foi apresentada ao grande público, com uma série de materiais licenciados, como ursinhos de pelúcia, livros ilustrados e um especial animado de 30 minutos, distribuído de forma independente para diversas emissoras de televisão. O desenho animado em série surgiria apenas após o lançamento de outros especiais televisivos, e um filme que conseguiu fazer frente à bilheteria de grandes sucessos da Disney.
Os Ursinhos Carinhosos tiveram diversas versões e muitos produtos audiovisuais lançados no decorrer dos anos, às vezes sem que qualquer alteração estética fosse feita. Apesar dos traços seguirem na pegada fofurice, ao longo do tempo as linhas mais delicadas deram lugar a um estilo mais simples e característico dos desenhos infantis mais novos. Como a grande maioria das animações, também teve sua versão em computação gráfica, mas em 2019 voltou ao tradicional desenho bidimensional. Care Bears: Unlock the Magic continua voltado para o público infantil, mas deixa de privilegiar a fofurice para focar mais na ação. Bacana, não?
Os Cavaleiros do Zodíaco (1986 — 2019)
Na metade da década de 1990 era difícil encontrar um garoto que não esperasse ansioso pelos programas Dudalegria ou Clube da Criança, da saudosa Rede Manchete. Assistir aos Cavaleiros do Zodíaco era um ritual que ninguém queria perder. E a emissora não podia estar mais feliz com isso, já que era alçada ao segundo lugar na audiência durante a exibição do desenho animado. Desenho que teve sua origem no mangá criado por Masami Kurumada, publicado pela editora japonesa Shueisha em 1986. A animação foi produzida no final do mesmo ano, mas só chegaria ao Brasil em 1994, e foi a principal responsável por despertar o gosto por mangás em muitos brasileiros.
A saga dos Cavaleiros do Zodíaco se mantém centrada sempre nos mesmos personagens, mesmo que tenha muitas linhas narrativas diferentes. O foco muda de acordo com o personagem abordado, em geral quando um dos protagonistas assume a armadura de ouro. Apesar de diversas versões e sagas, as alterações estéticas ao longo do tempo só começaram a ser significativas no final dos anos 2000. A partir do longa Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário, de 2014, a animação seguiu a linha da computação gráfica. Na série de 2019, disponível no streaming, os personagens recuperam um pouco a estética cartunesca, mesmo que mantendo os gráficos tridimensionais. Qual você prefere?
Meu Querido Pônei (1986) — My Little Pony: Nova Geração (2021)
Imagine só, a série animada Meu Querido Pônei é baseada em uma linha de brinquedos! Você já conhece a estratégia: crie uma linha de bonecos, bonecas ou... cavalinhas, e produza uma franquia audiovisual para promover os brinquedos. Mas a Hasbro, a mesma de Transformers e Comandos em Ação, acabou demorando um pouco para recorrer à estratégia. Lançou a linha de brinquedos My Little Pony (no original) em 1981, e apenas em 1986 estreou a série animada na TV. Isso alguns meses depois de lançar o primeiro filme, que tinha a voz de Danny DeVito no elenco.
A primeira linha de brinquedos do Meu Querido Pônei teve seu pico de sucesso comercial no início da década de 1990, mas a competição gerada acabou fazendo a Hasbro descontinuar a produção. Em 1997 a Hasbro tentou repetir o sucesso da linha original, mas a aceitação do público não foi boa. Em 2003, com uma versão mais próxima da original, conseguiu repetir os bons resultados, criando outra linha apenas em 2010.
Com traços influenciados pelo estilo caraterístico dos mangás, mais comuns após os anos 2000, My Little Pony: A Amizade é Mágica ficou na TV por 10 anos. Mais focada em aventura e ação, a série mantém sua essência na relação entre as personagens e os laços criados entre elas. Na versão de 2021, a rede de streaming introduz novos personagens, recorrendo à animação por computação gráfica e dando mais peso à ação e à aventura. Vale conferir, não acha?!
DuckTales: Os Caçadores de Aventuras (1987 — 2017)
Se a música de abertura de Ducktales não te empolga nem um pouco, provavelmente você não ia com a cara do ator Luiz Ricardo (um dos palhaços Bozo), que gravou a versão brasileira. A série animada da Disney foi um sucesso de audiência, mesmo estreando às 06h15 da manhã. Com o alto padrão de animação característico da Disney e a excelência técnica das dublagens da Herbert Richers, Ducktales marcou gerações nos dois períodos em que foi exibida na TV brasileira, primeiro no SBT, até a segunda metade da década de 1990, e depois na TV Globinho, já nos anos 2000.
O desenho animado foi a primeira produção da Disney para exibição em dia útil, o que pavimentou o caminho para que novas animações seguissem o mesmo modelo. Apesar do sucesso incrível, Ducktales não teve diversas versões lançadas ao longo das décadas. Apenas em 2015 o Disney XD, canal pago da Disney, anunciou uma nova versão do desenho animado. Lançado em agosto de 2017 e já concluído em março de 2021, o novo Ducktales segue a mesma linha narrativa do desenho original. Aventuras que em geral envolvem caças ao tesouro e investigações, só que dessa vez com traços mais simples e angulados, uma tendência atual. Outra mudança significativa talvez seja o humor, que ficou um pouco mais ácido. A abertura, no entanto, faz a gente voltar a ser criança!
Pokémon (1997 — 2021)
Os Pocket Monsters, nome de onde vem a abreviação Pokémon, são uma criação de Satoshi Tajiri e foram idealizados originalmente como um título de Game Boy, videogame portátil da Nintendo. Ainda em 1989, a tentativa inicial de desenvolvimento do game não deu certo, quase levando o pequeno estúdio de Satoshi à falência. O projeto foi arquivado e a empresa seguiu com produções menos ambiciosas, enquanto se recuperava financeiramente. Só na segunda metade da década de 1990 surgiu uma nova oportunidade de retomar o projeto Pokémon. Satoshi fez muito dinheiro com uma de suas produções e foi possível finalmente transformar os monstrinhos de bolso em “realidade”.
Muito rapidamente Pokémon se tornou uma linha de produtos licenciados extremamente bem-sucedida. Após o sucesso dos primeiros games, foram lançados bonecos, jogos de carta, livros, mangás e, obviamente, um desenho animado. A primeira série animada, de 1997, já seguia uma linha estética com traços mais simples, o que acabou tornando a evolução de Pokémon bem menos impactante visualmente do que outros desenhos animados. O primeiro longa-metragem, já em 1998, segue o padrão gráfico da série, apenas com animações mais bem trabalhadas. Isso ocorreu em quase todos os outros filmes. Apenas em Pokémon — Detetive Pikachu uma versão em computação gráfica (fora dos games) foi apresentada. O desenho de 2020, contudo, retoma os traços simples do original, mas oferece cenários bem mais detalhados. É uma saudade boa, não é?
O tempo é implacável, mas a memória é a sua adversária mais feroz. Tem muita coisa que é impossível esquecer e os momentos felizes certamente perseveram, especialmente num período da vida tão rico em experiências. Talvez por isso desenhos animados marquem tanto nossa memória e fiquem guardados nela com tanto carinho. Do que depende, então, reviver essa emoção? Quem sabe não seja uma questão de ficar aberto para o novo, sem tentar sobrepor o passado. O que você acha?
Qual é o seu desenho animado favorito? Ele tem diferentes versões? Se tem, você gostou? Se não, gostaria de ver uma atualização? Conte tudo pra gente sobre como é lidar com essa saudade, nem que seja preciso “desenhar”!
Comentários
agora tudo tá tão cheio de mimimi que nem dá mais vonatde de ver
acabaram com o porbre do He-Man, desisto!
Os desenhos antigos são os melhores!!!