Como Estes Sulcos Misteriosos Surgiram na Maior Lua de Marte

Curiosidades
há 1 ano

Marte tem duas luas — Fobos e Deimos. E, além da forma bizarra, não há nada de especial nelas... Exceto por uma coisa. Não faz muito tempo que os cientistas descobriram um estranho fenômeno na superfície de Fobos, mas ainda não conseguiram encontrar nenhuma explicação para isso. Do que se trata? E o que isso nos diz sobre a história do nosso Sistema Solar? Vamos descobrir.

O astrônomo americano Asaph Hall descobriu Fobos e Deimos em 1877. Você sabia que todos os planetas do nosso Sistema Solar receberam nomes de divindades gregas e romanas? Por exemplo, Marte, ou Ares, é o famoso deus da guerra. É por isso que os satélites do planeta são chamados de Fobos e Deibos — os filhos de Ares. Na verdade, esses belos nomes têm significados assustadores: “medo” e “horror”. Em 1971, o telescópio Mariner 9 da NASA tirou suas primeiras fotos. Foi assim que descobrimos que esses carinhas não eram nada parecidos com a nossa Lua. Eles tinham uma forma bizarra, uma órbita estranha e instável. Além disso, não há outras luas no Sistema Solar que se movam tão perto de seu planeta-mãe quanto essas duas. Bem, elas são crias dele, afinal.

Mesmo muito perto de Marte, se você estivesse na superfície do Planeta Vermelho, dificilmente conseguiria vê-las. Isso porque a curvatura de Marte esconde Fobos e Deimos de vista. E se você ficasse em algum lugar no equador, Fobos pareceria um asteroide comum e Deimos, uma estrela. Tudo porque esses satélites são basicamente migalhas em comparação com a nossa Lua. São as menores e menos brilhantes luas de todo o Sistema Solar. O que é irônico, considerando seus nomes imponentes. De qualquer forma, parece que tudo deveria ficar bem claro com esses dois satélites. Mas não. Existe um problema. Veja bem, os cientistas reconstruíram a história do espaço com base nos vestígios encontrados em diferentes objetos espaciais. Amassados, arranhões, rachaduras — todas essas coisas podem nos dizer o que aconteceu há bilhões de anos!

Por muito tempo, os cientistas tiveram certeza de que, assim como seus protótipos gregos, Fobos e Deimos eram “gêmeos”. Mas, então, o orbitador Viking da NASA tirou novas fotos deles, e foi aí que descobriram uma diferença significativa entre os dois. Toda a superfície de Fobos estava coberta por enormes sulcos. Era uma série de fossos longos e profundos que se estendiam de uma ponta à outra. Você pode dizer: “Qual é o problema? Todos os objetos espaciais têm esse tipo de relevo neles.” E sim, existem outros satélites com ranhuras e depressões semelhantes. Mas nenhum com tantos quanto Fobos, que é completamente coberto por sulcos, que são ENORMES — até 19 quilômetros de comprimento e 200 metros de largura!
E isso não é tudo. Alguns se cruzam. Isso significa que o satélite passou não por um, mas por muitos eventos traumáticos. Mas o que exatamente aconteceu com ele? Os cientistas ainda não têm certeza, mas algumas ideias. E essas teorias podem nos contar não apenas sobre o passado de Fobos, mas também prever seu futuro.

Teoria 1: Impacto de asteroide. Bem, o primeiro suspeito é bastante óbvio. Há uma grande cratera de quase 9 quilômetros de largura em Fobos. Ela se chama Angeline Stickney, e recebeu o nome da esposa de Asaph Hall, o cientista que descobriu os satélites. Que lindo! Então assim é a primeira hipótese: era uma vez, um corpo astronômico que colidiu com Fobos. O impacto foi tão forte que deixou uma grande cratera. E o efeito da colisão deixou um monte de sulcos por todos os lugares. Parece lógico, a princípio. No entanto, os cientistas notaram uma falha nessa teoria e descobriram que esses sulcos na verdade não se formaram DENTRO da cratera, mas PRÓXIMO dela, ou seja, não foi uma colisão que os criou. Além disso, e aqueles que se cruzam com outros? Ou é apenas uma grande coincidência cósmica? Bem, a busca pela verdade continuou.

Teoria 2: Fobos é assim por causa dos detritos espaciais. Sim, há uma diferença entre essas duas teorias. Nesse caso, os sulcos não são consequência direta da colisão. Em vez disso, é mais ou menos assim... Algo colidiu com essa lua. O impacto fez com que muitas pedras fossem lançadas ao espaço. Algumas se perderam no Universo para sempre, mas outras eram pequenas o suficiente para serem puxadas de volta para Fobos. Passando ao lado dele em um ângulo agudo, poderiam colidir com ele, saltar e assim seguir. E como a gravidade de Fobos é muito fraca, talvez as rochas não conseguiram “colar” nele.
Em outras palavras, foram continuamente puxadas e empurradas por muitos e muitos anos. Esta teoria explica os sulcos que se cruzam. É porque as pedras caíam nesses lugares o tempo todo. Parece bastante lógico, mas tem um outro problema. Não vemos nenhum pedregulho em Marte ou na superfície de suas luas, e todos esses detritos deveriam “ser capturados” pela gravidade e permanecer em algum lugar na órbita do planeta, ou, ainda, simplesmente se tornar uma parte de Fobos.

Em outras palavras, se isso fosse verdade, encontraríamos evidências dessa teoria sob camadas de poeira. Mas não foi o que aconteceu. Portanto, essa explicação também não satisfez os astrônomos, que continuaram a procurar o culpado. E se os sulcos não tenham nada a ver com a cratera Stickney? E se o verdadeiro motivo era outra outro, como algo ainda mais forte? Poderia ser... o próprio planeta Marte?

Teoria 3: Marte é o grande vilão. As hipóteses anteriores dizem que Fobos e Deimos eram originalmente pedaços dele. Em algum momento eles se separaram e viraram satélites, assim como a nossa lua. Mas e se não foi esse o caso? Observações feitas pelo Mars Global Surveyor da NASA mostram que os satélites “gêmeos” são compostos de elementos encontrados principalmente em meteoritos e asteroides. E se Fobos e Deimos forem asteroides? Há um cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Dado o tamanho, a forma e a composição de ambos, os cientistas sugeriram que podem ter pertencido a esse cinturão, um dia. No entanto, em dado momento eles “saíram voando” e a gravidade os puxou para Marte. Esse fenômeno é chamado de “captura de asteroides”.

Porém, isso é muito estranho. Sim, não é incomum, mas esses dois estão voando perto de Marte há o quê, bilhões de anos? É estranho que suas órbitas tenham permanecido as mesmas. Além disso, a atmosfera do planeta é muito rarefeita, por isso dificilmente poderia capturar asteroides. Em teoria, eles deveriam ter se separado de Marte na primeira oportunidade. No entanto, não foi o que aconteceu. Isso significa que, de alguma forma, ficaram presos, e Marte imediatamente começou a destruí-los. Sim, uma reviravolta inesperada! Nessa versão, o planeta acaba se tornando um vilão. Ao estudar o passado, encontramos algumas evidências de danos futuros! As misteriosas ranhuras de Fobos podem ter sido causadas pelas forças de maré entre ele e Marte. A Lua e a Terra também têm isso, ambas sofrendo ligeira distorção. Mas, como Fobos está muito mais perto de Marte, o impacto das forças gravitacionais é muito mais forte.

Em outras palavras, a gravidade de Marte está gradualmente destruindo Fobos. A cada 100 anos, o satélite fica quase 2 centímetros mais perto de Marte. Ele também encolhe até 20 metros, ficando ainda mais frágil e fraco. Quanto menor se torna, mais as forças de maré o impactam, criando estranhos sulcos e ranhuras. Sim. Em algum momento em 30 milhões a 50 milhões de anos, essa lua irá colidir com Marte ou se desintegrará e se transformará em um monte de pequenas rochas. E então Marte também terá anéis, como Saturno e Netuno. É por isso que Fobos também é chamado de “lua marciana condenada”. De qualquer forma, são apenas teorias, mas a dramática história desse satélite natural nos dá uma ideia de como os objetos extraterrestres podem ser dinâmicos. Quanto mais aprendemos sobre eles, mais descobrimos sobre os segredos da origem não apenas de Marte, mas também de outros objetos em nosso Sistema Solar. Se um dia realmente colonizarmos Marte, estudar suas luas pode nos ajudar muito. Vamos torcer para que a próxima missão Mars Moon Exploration revele segredos emocionantes que as luas marcianas estão escondendo.

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