Como as Cobras Fizeram Desta Ilha o Lugar Mais Perigoso do Planeta

Curiosidades
há 1 ano

Existe uma bela ilha no Oceano Atlântico a 40 quilômetros da costa do Brasil, no litoral sul de São Paulo. É fácil de chegar lá, e ela tem uma infinita faixa de praia, rochas íngremes para escalar e uma vibrante área verde tropical. No entanto, não há um único hotel ali, ninguém anda pelas rochas nem vê o pôr do sol à beira-mar e você nunca avistará crianças fazendo castelos de areia na praia.
As pessoas deixaram essa ilha há muito tempo e dificilmente voltarão a viver lá. Há muito tempo ela foi dominada por criaturas que você preferiria nunca conhecer. A Ilha da Queimada Grande tem a maior concentração de cobras venenosas do mundo! Sim, vivas!

Trata-s do único habitat natural da jararaca-ilhoa, uma das cobras mais perigosas do planeta. Em torno de duas mil a quatro mi dessas criaturas vivem ali. Dizem que nunca se está a mais de 90 cm de distância de encontrar uma delas na ilha. Elas são como vendedores de seguros de vida.

As jararacas-ilhoa têm um veneno três a cinco vezes mais forte que o de suas parentes continentais mais próximas. A evolução as ajudou a desenvolvê-lo para mantê-las devidamente alimentadas.

Sua única presa são os pássaros que visitam a ilha para descansar. Elas têm que deslizar pelas rochas para almoçar e mal podem esperar para rastrear os pássaros, como as outras cobras. Então desenvolveram um super veneno que funciona quase que instantaneamente.
Uma lenda diz que as serpentes acabaram no meio do oceano graças aos piratas, que estariam procurando um bom lugar para esconder seus tesouros. Me refiro ao ouro deles. A ilha era a combinação perfeita. Eles também precisavam de algo para proteger seus achados de quaisquer invasores. Então levaram algumas cobras e elas se multiplicaram rapidamente.

Uma explicação mais realista envolve não os humanos, mas o aumento do nível do mar. A Ilha das Cobras fazia parte do continente brasileiro, mas o mar a isolou do resto do país há cerca de 11.000 anos.
As cobras que acabaram naquela ilha conseguiram se espalhar e se desenvolver, pois não tinham predadores para incomodá-las. E quando as pessoas tentavam, vamos apenas dizer que o final não era bom.

Outra lenda sobre o local é a de um pescador que foi até lá para colher bananas. Ele não esperava ter a companhia de cobras venenosas, que estavam em êxtase com o novo item do menu.
O pescador correu para a água para se salvar, mas foi picado antes de pular para dentro do barco. Alguns dias depois, seu barco foi encontrado. Ele não conseguiu sobreviver durante a jornada.

A Ilha das Cobras é desabitada há muito tempo, mas teve uma população humana por alguns anos, de 1909 a 1920: o faroleiro, a esposa e três filhos. A tarefa deles era não deixar ninguém entrar naquele pedaço de terra.

De acordo com outra lenda, as cobras entraram na casa deles pelas janelas durante a noite. Os pais agarraram os filhos e tentaram fugir para o barco. Mas as serpentes foram mais rápidas e ninguém da família sobreviveu à visita.
O farol foi automatizado. Agora, a Marinha o visita regularmente para verificar se está em ordem e manter os visitantes longe da ilha. É para a segurança das pessoas e para o bem das cobras, que são uma espécie criticamente ameaçada de extinção.

Algumas dessas pessoas são turistas em busca de aventuras. Outros são contrabandistas que capturam e vendem as jararacas por preços que variam entre dez mil e trinta mil dólares. Colecionadores de animais e cientistas estão dispostos a pagar esse valor. Há rumores de que o veneno delas ajuda a curar problemas cardíacos.

No passado, alguém tentou colocar fogo na ilha para se livrar completamente das cobras e limpar a terra para a agricultura. Mas elas têm uma missão importante.
É fundamental estudá-las para entender melhor toda a família das serpentes e ajudar a tratar as pessoas que são picadas por elas no continente. Esses incidentes acontecem muito no Brasil.

Se você realmente quer ir para a ilha, precisa ser um daqueles biólogos ou pesquisadores que a utilizam como um laboratório real para estudar as jararacas-ilhoa. Será preciso obter um monte de papeladas e ainda uma permissão oficial para uma visita.
Sempre haverá também um médico no grupo para ajudar os outros se algo der errado, além de oficiais da Marinha para segurança.

Existem outros lugares onde as pessoas sobrevivem ao lado das cobras. A Ilha Musambwa, no Lago Vitória, em Uganda, é o lar de duas mil serpentes e menos de cem habitantes. Isso é uma proporção de mais de 20 cobras por pessoa: pítons-africanas, víboras e outras... Você pode encontrá-las até nas casas. Às vezes, elas compartilham as camas com os habitantes locais, que acreditam que a ilha é o lar para muitos espíritos bondosos que se transformaram em cobras.

As pessoas são apenas hóspedes aqui e nunca devem machucar esses animais. Mesmo se você encontrar uma cobra debaixo do seu travesseiro, não deve gritar por ajuda, pois vai espantar a sorte assim. E se machucar uma delas, prepare-se para fazer as malas e deixar a ilha para sempre.

Também existem os lagartos-monitores no local. Eles convivem em paz com as cobras e os habitantes locais e se alimentam principalmente de ovos de pássaros e não atacarão você... Primeiro! Humm.

O verdadeiro perigo da Ilha Sentinela do Norte não são as cobras, mas as pessoas. O local, do tamanho de Manhattan e cercado por corais, é o lar de uma das tribos mais isoladas do planeta: os Sentinelenses.
Eles são uma comunidade de caçadores-coletores que não recebe nenhum estranho. A única visita externa segura ocorreu em 1967. Com base no que viram naquela época, os antropólogos estimam que poderia haver entre 15 e algumas centenas de pessoas vivendo na ilha. Ninguém mais no mundo fala ou entende a língua deles.

Outro lugar perigoso é a Ilha Miyakejima, no Japão, ao sul de Tóquio. Ela é famosa pelo vulcão ativo em que fica. Foram seis erupções apenas no século passado. Desde o último incidente, em 2000, um gás venenoso tem vazado pelo solo.

Durante anos, todos os residentes e turistas tiveram que usar máscaras de gás o tempo todo enquanto estavam no local. Quando uma sirene soava, era o sinal para vestir o artefato imediatamente. Isso significava que os níveis de enxofre no ar haviam subido perigosamente. Felizmente, já se passaram anos desde que as máscaras de gás foram necessárias.

A atividade vulcânica também tornou o lago Kivu, na África, um lugar perigoso. Ele fica exatamente onde as placas tectônicas estão se afastando lentamente umas das outras. Isso torna a crosta terrestre mais fina e os vulcões mais ativos. É por isso que existem fontes de águas termais sob o Kivu que enviam água quente, dióxido de carbono e metano para dentro dele.

Os microrganismos que vivem nele geram mais metano. Todos esses gases permanecem na água porque o Kivu é muito profundo. Esta mistura é mais densa do que a água normal dele. Então, o lago tem camadas incomuns. Ele é perigoso, pois todos os gases aprisionados ali podem encontrar uma saída. O que seria um desastre.

Saba é uma pequena ilha do Caribe que viu mais tempestades nos últimos 150 anos do que qualquer outro lugar do mundo. Houve mais de 60 grandes furacões, 15 tempestades de categoria três e sete de categoria cinco, que é o mais destrutivo que um furacão pode chegar.
Se quiser tentar a sorte, visite o local no inverno. Você terá menos probabilidade de testemunhar uma tempestade, mas a aterrissagem ainda vai dar aquele nervoso. Saba também tem uma das pistas mais curtas e perigosas do planeta, que fica entre duas cristas de montanhas rochosas.

Ilha Bouvet é a mais solitária e remota do mundo. O pedaço de terra mais próximo fica a 1.600 km ao norte e a costa da Antártica está a 1.800 km ao sul.
Menos de 100 pessoas já estiveram lá, a maioria cientistas que costumavam trabalhar em uma estação de pesquisa. Se você decidir ir para lá também, a viagem levará dias. Se algo der errado, não haverá ninguém para salvá-lo a tempo. Além disso, 93% do pedaço de terra é coberto por uma geleira e há apenas um local apropriado para atracar um barco. Ei, parece divertido! Pode me inscrever! Só que não!

Monte Washington, nos Estados Unidos, recebe muito mais visitantes, mas nem todos voltam em segurança. Ele é conhecido como a pequena montanha mais perigosa do planeta. Os ventos aqui são os mais rápidos na superfície da Terra, chegando a 322 km/h. Vamos empinar uma pipa, que tal?

As temperaturas congelantes e nevascas fortes também não ajudam na subida. Os trilheiros muitas vezes são desviados das trilhas e estradas. Mesmo se você chegar ao topo, passará por avalanches, como no pico do Monte Everest.

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