Cientistas encontraram um fantástico planeta oceânico perto da Terra

Curiosidades
há 1 ano

De repente, aqui está você, no meio do oceano. É sem fim, mas você não pode vê-lo. Porque há uma névoa espessa ao seu redor. Nuvens densas escondem o enorme, mas fraco, sol. É dia ou noite?... Impossível saber. A névoa cinza encobre tudo ao seu redor. Você está sozinho. Mesmo que tente nadar para baixo, depois de várias horas, ainda não conseguirá ver o fundo do oceano... E esse é um típico planeta aquático! Eu sei, soou meio obscuro... Mas não é tão ruim assim! Esses mundos aquáticos são mais interessantes do que parecem, então vamos olhar mais de perto.

O planeta oceano é um planeta que consiste, como você deve ter adivinhado, principalmente de água, gelo e talvez algumas rochas. Pense nos oceanos da Terra. Profundezas apavorantes, a Fossa das Marianas e tudo mais... E agora você consegue adivinhar quanto espaço TODA a água da Terra ocupa? 0,025%. Exatamente! Então, tente imaginar um mundo com 40-60% de água! Se você mergulhar, a profundidade pode ultrapassar 96 quilômetros. Comparado a isso, a profundidade de 9,6 quilômetros da nossa Fossa das Marianas não parece nada! E sim, a pressão será enorme — pode atingir até 20.000 atmosferas terrestres! Esmagador!

Pode parecer assustador, mas ainda seria ótimo descobrir mais sobre esses planetas. De acordo com os cálculos dos cientistas, pode haver muitos deles apenas em nossa galáxia. Bem, não precisa ir muito longe — você pode encontrar esses carinhas aquáticos até mesmo em nosso sistema solar! Não planetas, é claro, mas luas. Júpiter tem Ganimedes e Calisto, e Saturno tem Titã e Encélado. O oceano pode chegar a cerca de 30% da massa dessas luas! Embora não esteja claro se esses oceanos são cobertos por uma espessa crosta de gelo. Mas descobrimos alguns planetas oceânicos. Isso porque as condições para que esses planetas possam existir são muito específicas. Por exemplo, este planeta deve estar em algum lugar 6 a 8 vezes maior que a Terra. Se for menor, terá uma superfície rochosa. Se for maior, se transformará em um gigante gasoso.

Ao mesmo tempo, deve estar na zona habitável de sua estrela. Um pouco mais longe — e o planeta imediatamente se transforma em um gigante gelado ou uma superterra fria. Então, sim, esses caras são muito exigentes. Começamos a explorar esses planetas na década de 1970. Desde então, encontramos apenas alguns deles, mas ainda assim, eles são muito interessantes. Temos Gliese-1214 b, o primeiro planeta oceânico que foi descoberto. Inicialmente, os cientistas notaram apenas um pequeno ponto escuro, depois perceberam ser a estrela anã vermelha Gliese-1214. Uma estrela normal e completamente comum que é 5 vezes menor que o nosso Sol e 300 vezes mais escura.

Os cientistas não se preocupariam nem um pouco com isso... Mas em 2009, eles notaram que esta estrela tem um único planeta. E este planeta se revelou... bastante estranho. Esta “super-terra” era 2,5 vezes maior que a nossa Terra e 6,5 vezes mais pesada... mas, ao mesmo tempo, tinha uma densidade muito, muito pequena e aproximadamente a mesma gravidade do nosso planeta. Em outras palavras, quase não havia pedras e metais nele. Mas também não era um gigante gasoso... Então só restava uma opção: ser coberto de água e gelo. E foi assim que descobrimos o primeiro planeta oceânico.

Bem, na verdade, apenas assumimos que ele consiste em água. É o que dizem os cálculos matemáticos. Na realidade, este planeta é bastante estranho. É difícil de explorar e até agora os cientistas não conseguiram encontrar nada lá — nem hidrogênio, nem hélio, nem água... nada. Isso porque a camada externa da atmosfera deste planeta é muito densa e esconde completamente a sua composição. Mas mesmo assim, provavelmente é um mundo aquático. Gliese-1214 b está muito próximo de sua estrela. Está a apenas 0,014 unidade astronômica de distância, o que é menor que a distância entre a lua e nós! O ano lá dura cerca de 36 horas, e as temperaturas, para dizer o mínimo, são simplesmente SELVAGENS. Os cientistas sugerem que a temperatura média pode atingir de 120 a 280°C. Caraca, que calor!

Você se lembra da descrição assustadora do início? Bem, na verdade, passar um tempo no Gliese-1214 b seria um pouco diferente. Algo tipo nadar em uma caldeira a vapor. Por causa dessas temperaturas colossais, o oceano na superfície estará constantemente em um estado próximo à ebulição, sem realmente chegar lá. Então... Imagine como seria descer até a superfície deste planeta: voar entre as nuvens de vapor. E então, de repente chegar na água! Quê? Mas quando cheguei aqui? Seria assim, pois a fronteira entre vapor e água em Gliese-1214 b deve ser muito tênue.

Claro, seria impossível nadar até o fundo deste oceano. Mas o mais provável é que esse fundo seja coberto por uma camada MUITO espessa do chamado “gelo quente”. É semelhante ao gelo normal, mas não se importa com as leis da física, então simplesmente não derrete mesmo em temperaturas enormes. E a espessura desse gelo pode chegar a 5000 quilômetros! Então é isso para o assustador Gliese-1214 b. (E nenhum AirBnB à vista.) Agora, embora não possamos garantir 100% que ele seja um mundo aquático, ainda temos outro candidato para esta posição!

Um planeta recém-descoberto chamado TOI-1452 b, localizado na constelação do Dragão, está a quase 100 anos-luz de distância de nós. Foi descoberto usando o telescópio TESS por um grupo de pesquisadores da Universidade de Montreal. Este planeta também pertence à classe das “super-terras”. Ele é 7 vezes maior que o nosso, mas 48 vezes mais pesado! Novamente, tudo isso está em uma densidade muito baixa. Por isso, os cientistas sugeriram que pode ser quase completamente formado por oceanos.

Aqui tivemos um pouco mais de sorte — este mundo não será apenas “uma poça gigante e um pouco de gelo espesso”. Neste planeta, provavelmente existe uma superfície rochosa nas profundezas da água, como nos oceanos que conhecemos. Mas não fique muito animado — as semelhanças acabam por aí. TOI-1452 b também orbita uma pequena anã vermelha. Não, não apenas uma, mas duas pequenas estrelas. Ao mesmo tempo, se o planeta anterior estava perto do seu Sol, este, ao contrário, está muito, muito longe: 2,5 vezes mais distante de suas estrelas do que Plutão está do Sol! E se move em grande velocidade — um ano dura apenas 11 dias. Mas ainda não sabemos muitas coisas sobre ele. Provavelmente obteremos novas informações quando os cientistas o observarem pelo Telescópio James Webb. Bem, é isso. Temos que dar tempo ao tempo. Você esperava outra coisa?

Tá bem, sei qual é a pergunta que mais te incomoda. Pode existir vida? Bem... Esta é uma pergunta difícil. Todos sabemos que a água significa vida e, além disso, esses planetas estão nas zonas habitáveis de suas estrelas. Então, potencialmente, sim, pode haver vida. Não uma civilização completa, é claro... Mas bactérias, peixes e alguns monstros gigantes assustadores. Quero dizer, por que não? No entanto, isso é muito improvável. A água por si só não é suficiente para gerar vida, embora seja muito importante. Também são necessários alguns microelementos e minerais. E, infelizmente, para a maioria dos planetas aquáticos, a composição consistirá apenas em água e gelo muito espesso. Não haverá nenhum mineral lá.

Mas não desista! Ainda existe alguma probabilidade. Em primeiro lugar, existem os meteoritos e cometas. Quanto mais eles colidirem com um planeta, maior a probabilidade de trazerem os minerais necessários para o oceano e, assim, a vida começar. Em segundo lugar, o TOI-1452 b realmente contém esses minerais! Sim, não sabemos a que profundidade o fundo rochoso fica localizado. Mas se ele existe, certamente algo poderia ter se originado lá. Vamos torcer para que as novas pesquisas com poderosos telescópios nos permitam descobrir a verdade. E quem sabe? Talvez um dia possamos visitar um planeta assim.

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