“As pessoas piraram porque eu engordei 20 quilos”, como Cleo passou por cima das críticas ao seu peso e encontrou o equilíbrio corporal

Psicologia
há 1 ano

Já imaginou que é possível ter saúde mental e física sem se preocupar com a balança? É exatamente isso que a Cleo fez em sua busca pelo equilíbrio corporal. A atriz compartilhou a sua jornada, como se inspirou em outras mulheres, anônimas e famosas, e até descobriu uma doença autoimune que a motivou a perseverar ainda mais. Mas como ela chegou a esse ponto? Qual foi o seu processo de autoconhecimento e aceitação? Vamos contar em detalhes, a seguir.

Símbolo de beleza aos 23 anos

Cleo lida com a atenção do público sobre si desde muito cedo. Começou quando ela fez sucesso no papel da Lurdinha da novela América, e a revista IstoÉ Gente a elegeu como a mulher mais atraente do país. Na época com 23 anos, a atriz era uma jovem ainda muito insegura, então ela tomou isso como uma validação e curtiu a atenção. “Eu sempre me achei muito feia e muito estranha. E quando eu tive aquela afirmação, aquela validação, foi muito bom para mim”.

Como Cleo percebeu que ser um ícone de beleza não é fácil

No entanto, Cleo logo percebeu que ser um símbolo de mulher atraente podia não ser legal o tempo todo. Segundo ela, “quando virou um peso, algo em que eu tinha que estar dentro daquela caixa, aí ficou chato”. A atriz trilhou o caminho contrário da autoestima alta: “Chegou uma hora em que comecei a me retrair. Aí fiquei me perguntando: ’Cadê a exibicionista que eu tenho?’ Eu não posso acabar com ela. Eu preciso fazer o que eu gosto, o que eu acho bonito e quero me libertar disso”.

Foi nessa época que Cleo chegou a ganhar 20 quilos, fato que o público logo notou. “As pessoas piraram porque eu engordei 20 quilos e não era o que elas estavam acostumadas a ver. Começou a virar uma loucura de gente dizendo que eu tinha deformado minha cara, que eu tinha feito muito preenchimento. Depois que eu passei por tudo isso, eu pensei: ’Tá tudo errado, gente. Eu não tenho que me sentir mal por nada disso’”.

Apenas 20 quilos a mais trouxeram muita pressão na vida da Cleo

Cleo afirma nunca ter passado por situações de não encontrar roupas no tamanho certo ou de não caber em lugares, como outras pessoas. Mas a gordofobia veio para ela na forma de críticas e pressão para se encaixar no padrão estético. “Confesso que foi cruel, mas aprendi muito. Busquei confiança em mim mesma e fiquei mais empática com coisas que nem sabia que poderiam ser um problema para outras pessoas”.

Cleo aprendeu com Rihanna e outras mulheres fortes a passar por cima das críticas

Mas, no lugar de dar ouvidos às críticas, a artista encontrou apoio entre os fãs, amigos, familiares e mulheres como Preta Gil, Leila Diniz e Rihanna para aceitar o seu corpo. “Comecei a consumir pessoas on-line que não tinham um corpo padrão e isso foi me dando força”, ela contou à revista Quem. “Muitos perfis me ajudaram a entender que eu não estava fazendo nada de errado, que tenho o direito de emagrecer ou de engordar, e isso não faz de mim uma pessoa melhor ou pior”.

Cleo descobriu uma doença crônica e autoimune, o que a motivou a buscar uma vida mais saudável e equilibrada

Esse processo de aceitação e autoconhecimento levou Cleo a um equilíbrio com o seu corpo, mas não pela perda de peso. “Eu não foquei em emagrecer. Eu descobri que eu tinha tireoidite de Hashimoto, comecei a tratar através da alimentação e, naturalmente, eu emagreci. Também descobri que tinha TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e que o treino fazia parte do tratamento”.

Cleo entendeu que precisaria de muito treino e alimentação regrada, não para emagrecer, mas para fazer bem para a cabeça, nas suas palavras. “Comecei a treinar mais, controlar muito a minha alimentação com coisas que não inflamam pela minha tireoide. Fiz um tratamento com a minha terapeuta para começar a dormir melhor porque eu tenho muita insônia. É um processo, não sei se eu achei o equilíbrio, mas me sinto mais perto de uma vida mais saudável e mais amorosa comigo mesma”.

Cleo compreendeu que, para alcançar o bem-estar emocional e físico, seria necessária uma grande mudança

Em uma conversa no programa Superbonita, Taís Araujo perguntou se é preciso “ter peito” para encarar tantas transformações. Cleo respondeu que “às vezes, você está num lugar que pode até ser ruim, mas já é tão conhecido para você, que fica confortável. E, quando você vai mudar, é desconfortável de alguma forma, mesmo que seja uma coisa muito boa. Às vezes, dá muito medo e você meio que se autossabota. Tem que ter muito peito, muita coragem”.

Sendo filha e neta de artistas, Cleo nasceu sob muitos holofotes. Ao longo da sua vida, algumas dessas luzes foram bastante cruéis com o seu corpo, ao passo que outras serviram para iluminar um caminho de autoconhecimento. Ela é, sim, uma mulher de peito por lutar até encontrar outras mulheres fora do padrão que a ensinaram a ficar confortável com quem ela é. E, assim, inspirar outras tantas mulheres a fazerem o mesmo.

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