As barras de chocolate estão encolhendo, mas por quê?

há 7 meses

As barras de chocolate estão mesmo ficando cada vez menores com o tempo, ou é só uma ilusão de ótica? A verdade é que isso não tem nada a ver com as embalagens ou com a forma como esses doces são moldados hoje em dia.
As barras estão mesmo encolhendo. Algumas marcas conhecidas diminuíram cerca de 9 gramas de sua barra padrão de chocolate. Quando perguntadas sobre o porquê, a maioria das empresas costuma dizer que é para melhor atender aos consumidores. Mas o motivo é muito mais complexo do que isso.
Primeiro, precisamos olhar para o mercado mundial do chocolate. As pessoas amam esse doce, e a procura por ele aumenta a cada ano que passa. Estamos falando de 118 mil toneladas de chocolate por dia, que equivale a mais de 40 milhões de barras. Mas, para ter chocolate, é preciso cultivar sementes de cacau primeiro.

A Costa do Marfim e a Gana, localizadas na África, são os principais fornecedores de sementes de cacau do mundo todo. Mas recentemente essas regiões foram severamente afetadas pelas secas, e a falta de chuva prejudicou as plantações de cacau. O preço do açúcar também aumentou. E juntando isso com o fato de a embalagem estar ficando cada vez mais cara, é fácil entender por que estamos pagando mais pela mesma barra a cada ano que passa.
O chocolate não é o único produto afetado por essas mudanças. Se você é daquelas pessoas que adoram tomar café da manhã, tenho más notícias. O preço dos cereais também mudou recentemente. Alguns estudos mostram que até 15 tipos de cereais norte-americanos encontrados em supermercados tiveram seus tamanhos reduzidos entre 2013 e 2016 — apesar de o preço permanecer o mesmo.

Bem, isso não é tão ruim, já que muitas caixas de cereal contêm açúcares desnecessários, que podem fazer mal à sua alimentação. Se não quiser mais se preocupar com o preço do cereal, você sempre pode escolher uma alternativa diferente e mais saudável para o seu desjejum, como ovos, frutas e vegetais. Sua carteira e sua cintura agradecerão!

Mudando de assunto, o papel higiênico parece ter encolhido também. Claro, você pode nem ter notado; afinal, o rolo parece ser o mesmo, né? Mas, se prestar atenção, você verá que seu papel higiênico está acabando mais rápido do que antes. O rolo não é mais tão comprido quanto costumava ser.

Um estudo realizado em 2016 concluiu que a quantidade total de folhas por rolo de papel higiênico tinha diminuído cerca de 14% em dois anos. Mas os fabricantes mudaram os preços. Muitas empresas hoje em dia se adaptaram aos altos custos e aos problemas da cadeia de fornecimento. Então, para evitar ter que subir os preços repentinamente, muitas empresas tendem a diminuir o tamanho dos produtos. Essa atitude é chamada de reduflação. É quando os produtos ficam menores — seja em peso, tamanho ou quantidade — mas os preços, não. Eles continuam os mesmos, ou até aumentam. Você certamente vê mais essas mudanças em produtos como lanches, itens de despensa, alimentos congelados, carne, pães e massas. E a má notícia é que, uma vez que um produto diminui, é pouco provável que ele volte para seu formato original.

Mas há coisas que você pode fazer para se adaptar a essas mudanças.
Para começar, pode comprar o mesmo produto, só que de uma marca diferente. Não tenha medo de mudar para uma versão genérica de uma marca. Na maioria das vezes, você acaba comprando mais com a mesma quantidade de dinheiro. E a lista de ingredientes da maioria dos produtos é quase a mesma.
Você também pode optar por comprar no atacado, sobretudo coisas não perecíveis, como comida enlatada ou material de limpeza.
E há também a opção de enviar uma reclamação oficial para a marca em questão. Claro, pode não ser suficiente para impedir que o produto diminua ainda mais no futuro, mas, em resposta, você pode receber alguns cupons para sua próxima compra.

Outros produtos têm mudado de tamanho também, mas por motivos totalmente diferentes. Pegue os motores de carro, por exemplo. Eles mudaram consideravelmente nos últimos 100 anos. Nos anos de 1930, o motor V8 da Ford pesava cerca de 230 kg, enquanto fornecia apenas 65 cavalos de potência. Se observarmos os motores mais novos, veremos que eles quase triplicaram a quantidade de potência que conseguem entregar, mesmo com um peso reduzido em mais de 50%.

O mesmo se aplica a computadores. Se analisarmos a história da computação, encontraremos o computador Atanasoff-Berry — ou o que é conhecido hoje como o primeiro computador digital do mundo. Ele era do tamanho de uma mesa, mas só conseguia resolver equações simples com adições e subtrações. Poucos anos depois, fomos apresentados a um computador com mais utilidades, mas ele precisava de uma sala inteira, de tão grande que era. Hoje em dia, os notebooks cabem praticamente em qualquer tipo de bolsa e têm 100 vezes mais capacidade de processamento. Sem contar que você consegue fazer praticamente qualquer coisa no seu notebook, desde escrever a editar vídeos ou conversar com seus familiares que estão do outro lado do mundo.

Nossas roupas estão encolhendo também, mas não por iniciativa dos fabricantes. Você pode ser especialista em lavagem de roupas, mas é bem provável que já tenha encolhido pelo menos uma blusa ou duas no passado. Você pode ter lavado a peça com a temperatura errada, ou secado-a incorretamente.

Mas na maioria das roupas esse encolhimento não acontece instantaneamente. Qualquer tipo de calor aplicado a qualquer tipo de fibra faz o tecido encolher com o tempo. Então, quando você já tiver lavado uma camiseta de 10 a 15 vezes, ela estará bem menor do que da primeira vez que a experimentou.
Manter suas roupas conservadas por mais tempo depende de um equilíbrio delicado. Para começar, alguns tipos de vestimentas precisam ser lavados em temperaturas mais altas para eliminar certos cheiros e bactérias. Peças como roupas íntimas ou meias raramente ficam limpas se você as lavar só em água fria. Quanto ao resto do seu guarda-roupa, é melhor optar pela lavagem fria mesmo. Então, tente pendurar peças delicadas no varal e evite colocá-las na secadora após a lavagem.

Odeio ter que contar isso pra você, mas nossos cérebros também estão encolhendo. Nossa matéria cinzenta diminui à medida que envelhecemos, mas certos maus hábitos podem acelerar o processo. Esse processo foi associado a coisas como falta de luz solar ou de sono, ou quantidades insuficientes de alguns nutrientes e vitaminas importantes.
Se analisarmos o todo, também veremos mudanças drásticas em nossas mentes e personalidades. Os últimos 6 milhões de anos triplicaram o tamanho de nossos cérebros. Você pode achar que isso vai continuar, mas é provável que não vai. Surpreendentemente, nossos cérebros estão encolhendo a cada geração. Pesquisas mostram que o tamanho do cérebro humano atingiu seu pico cerca de 20 mil anos atrás, pouco antes da invenção da agricultura. Depois disso, ele começou a diminuir e não sabemos ao certo o porquê. Há uma teoria de que gorduras e proteínas eram difíceis de encontrar quando começamos a plantar. Isso dificultou o crescimento e a manutenção de cérebros grandes. Nossos cérebros também gastam muita energia. Eles consumem cerca de 20% de nossas calorias diárias.

Não somos os únicos afetados pelo encolhimento. Alguns animais também estão nesse processo. Os bichos-preguiça, por exemplo, eram tão altos quanto girafas cerca de 100 mil anos atrás. Mas isso parece ter mudado quando os humanos apareceram. Como a população do Homo Sapiens foi aumentando, precisávamos de cada vez mais comida. Então, nossos ancestrais começaram a caçar animais maiores.

Atualmente as temperaturas continuam a aumentar no mundo todo, afetando o reino animal. As temperaturas sobem, algumas regiões do mundo ficam mais secas... há menos comida. A água dos oceanos tende a ficar mais ácida, afetando a habilidade de alguns organismos de processar o cálcio. Com menos cálcio, os esqueletos ficam menores e mais fracos. Na verdade, a média do tamanho animal caiu em aproximadamente 50 a 75%.

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