Quando criadores de brinquedos precisam de férias
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A Barbie é uma das criações mais bem sucedidas da história dos brinquedos. Propriedade da empresa Mattel, ela marcou tendência durante muitos anos e sempre agradou tanto crianças como adultos (até hoje há muitos adultos que as colecionam).
Claro que durante toda a sua história, polêmicas não faltaram. Confira alguns dos exemplos mais marcantes.
Os designers argentinos Pool Paolini e Marianela Perelli criaram uma série de bonecas Barbie que encarnavam deuses e santos de várias religiões: católica, budista e islâmica. A criação gerou uma forte reação, e muitos viram a coleção como um insulto à crença das pessoas.
Ela foi fabricada em diferentes modelos durante 10 anos. A primeira versão foi recebida com muitas críticas e comentários bem agressivos. Muitas pessoas afirmaram que o ’segredo’ da maternidade é um tema íntimo e que não deveria ser exposto desta maneira às crianças. Não obstante, não há nenhum estudo que mostre que essa coleção realmente tenha feito mal ao desenvolvimento das crianças.
A Mattel teve muita dificuldade para explicar a Barbie Oreo. A boneca foi lançada como parte da publicidade do biscoito, mas o mais absurdo era o slogan criado: ’Negro por fora, branco por dentro’. O racismo era tão absurdo que a campanha recebeu uma avalanche de críticas e foi cancelada.
A Barbie em uma cadeira de rodas foi uma ideia ousada da empresa. A proposta era justamente ajudar crianças nessas condições. O nome da boneca era Becky, o mesmo nome de uma garota que sofre de paralisia cerebral e que chamou a atenção da Mattel porque não conseguiu entrar na casa da Barbie. Essas problematizações são importantes para que as pessoas passem a refletir sobre as dificuldades que algumas pessoas precisam enfrentar.
Inicialmente, a boneca encarnava o ideal de sonho norte-americano. Pouco a pouco, ela foi se tornando mais real. A Barbie Avó é um bom exemplo. Vale a pena mencionar que havia também uma versão do Ken Avô.
A imagem da persistente Jacqueline, viúva do ex-presidente John F. Kennedy, comoveu todos em 1963 e se transformou em uma imagem de culto. Vestida com Chanel, ela apareceu com o rosto coberto com um véu preto. Mais do que para crianças, a boneca foi criada para colecionadores.
Mattel não pôde deixar passar a questão da obesidade entre crianças e adolescentes. Ainda que a frase que acompanhava a boneca era ’Não deixe que seu filho seja obeso’, alguns críticos olharam para a campanha como uma ideia de que o excesso de peso era normal. Polêmica é o que não faltou, afinal de contas, a Barbie tradicional ’vende’ uma imagem excessivamente magra.
Como no caso da Barbie viúva, a boneca ’morta’ não foi desenhada para crianças, mas para colecionadores. Os donos da empresa perceberam que a boneca se transformara em um objeto de desejo e de culto. É por isso que essas versões tão estranhas são criadas.
Esse é outro exemplo muito interessante, mas que gerou menos polêmica do que se esperava: misturar a imagem de uma boneca com a vestimenta do mundo islâmico. Aparentemente, a boneca não atingiu negativamente as pessoas da religião.
Todos os anos a Mattel decide homenagear mulheres famosas com coleções especiais. Claro que pensar na famosa cantora de soul Amy Winehouse como uma boneca para crianças é algo um pouco estranho. Uma mulher que morreu tão jovem e por problemas relacionados às drogas como um modelo sempre gera polêmica. O mais importante, nesse caso, é lembrar dela como uma das maiores vozes que o mundo já conheceu.
Falando de mulheres famosas, a modelo mais recente para a Barbie foi Ibtihaj Muhammad, que participou dos Jogos Olímpicos do Brasil na equipe dos Estados Unidos. Durante a competição, Ibtihaj sempre usou um lenço, que se transformou na nova moda da boneca. Uma mistura de dois estilos: esgrima e hijab.
A frase que acompanhava a boneca: ’A Barbie que você sempre quis, mas que não sabia’. Imaginar que o cavalo da Barbie seja um unicórnio já é estranho, mas pensar na própria Barbie como um foi demais para algumas pessoas. Essa criação da Mattel gerou muita polêmica, mas não deixa de ser divertida.
A empresa Mattel realmente não tem limites e consegue convencer crianças no mundo todo que elas podem ser quem elas quiserem, até mesmo o primeiro presidente dos Estados Unidos. Claro que nem tudo que a empresa faz deve ser levado a sério, afinal de contas, sonhar não faz mal a ninguém. O importante é que tudo sempre seja feito com respeito às diferenças.
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