Algo impede que os aviões sobrevoem os oceanos
Ei, todos nós queremos ir do ponto A ao B pelo caminho mais rápido e direto possível, certo? Bom. Mas se você já se perguntou por que não há um voo direto saindo de sua cidade para o seu destino, há um motivo. Ao escolher uma nova rota, as companhias aéreas têm analistas inteligentes que decidem qual ela será ou se vai acontecer. Eles têm duas perguntas principais a responder: quantas pessoas querem ir usá-la e quanto os passageiros estão dispostos a pagar?
Dependendo desses dois fatores, as empresas de aviação podem fazer novas rotas e abandonar as existentes! Distância significa combustível, que por sua vez significa dinheiro. Se elas não estão vendendo passagens suficientes para um número suficiente de passageiros que fazem essa rota, ela acaba! Assim, não são apenas os passageiros que desejam ir de A para B da maneira mais rápida possível. A companhia aérea quer fazer isso da maneira mais eficiente possível. Porque tempo é dinheiro!
Por sinal, sempre me questionei porque as pessoas não querem voar de B para A. É sempre de A para B. O quê? B é um bom lugar para se visitar, mas você não gostaria de morar lá? Eu não entendo. Enfim, de volta ao texto. Sempre que alguém vai fazer uma viagem, provavelmente planeja a rota. Aí escolhe as melhores estradas possíveis, verifica quantos postos de gasolina, lojas e paradas de descanso haverá no caminho. Mesmo que você não faça isso, as aéreas certamente fazem. Porque voar é muito mais caro do que dirigir!
Antes do início da viagem, a tripulação faz um plano de voo, que é carregado no computador de bordo e mostra toda a rota de uma cidade até a outra. O avião terá que ficar preso nela a maior parte do tempo. Mesmo assim, há todo um conjunto de possibilidades de trajetos! Porque é bom ter um plano B, C e D quando se está movendo um grande pedaço de metal pelo céu com centenas de pessoas a bordo. As companhias aéreas têm a rota principal e algumas opções para usar em caso de condições climáticas ou outros problemas possíveis.
Então, as pessoas e a companhia aérea querem que o avião voe o menor tempo possível. Como sabemos, o caminho mais curto de A para B é uma linha reta. Mas quando você olha para o mapa de voo, é tudo menos isso! Ele tem a forma de um arco-íris em todo o globo. E por quê? Porque mostrar nossa Terra 3D em um mapa 2D engana os olhos! Sua aeronave realmente está voando em linha reta! Prova: se você pegar um barbante e conectar, digamos, Los Angeles e Tóquio, verá que é tão reto quanto possível! Mas compare o seu barbante com as linhas de latitude que cruzam o globo. Aí está, aquele arco-íris!
Se olharmos para um rastreador de voo ao vivo, podemos ver milhares de aeronaves cruzando os céus ao mesmo tempo na mesma rota. Quer dizer, todo o mapa está COBERTO! Olhe para todos elas! Ok, agora vejamos, por exemplo, os EUA e a Europa. Aviões de Nova York, Boston, Chicago e muitas outras cidades vão para a Alemanha, Espanha, Grécia, o que quiser. Eles estão todos no mesmo ar ao mesmo tempo, e pousando na Europa pela manhã. Acontece que a rodovia aérea é muito mais movimentada do que qualquer pessoa pensa! Imagine isso acontecendo em uma estrada no solo. Tráfego intenso todos os dias! Mas quando se está lá no céu olhando para as nuvens, parece que o seu avião está sozinho!
Todos usam praticamente a mesma rota porque é mais rápido e mais barato. Mas então, como milhares de aeronaves, praticamente na mesma rodovia, não causam acidentes entre si? Bom, a diferença entre uma estrada e o céu é que ela é plana. Lá em cima, a milhares de metros acima do solo, o espaço é 3D. Portanto, as viagens aéreas aproveitam perfeitamente isso! Mas ainda é preciso coordenar todo esse movimento, é claro. O tráfego aéreo é gerenciado por controladores que observam os aviões e garantem que eles não fiquem a menos de 5 km um do outro.
Algo que os ajuda a fazer isso são os regulamentos de nível de voo. Todos os que vão para o oeste permanecem em altitudes pares — 10.200 m, 10.800 m e por aí vai. Todos os voos para o leste ocorrem em altitudes ímpares — 10.500 m, 11.100 m. O que significa que há pelo menos 300 m entre os aviões voando em direção um ao outro. Não parece muito quando falamos de altitudes de dezenas de milhares de pés. Mas isso equivale mais ou menos a altura do Empire State Building!
Algumas partes do ar têm tráfego extremamente intenso porque muitos aviões voam por lá a cada minuto. Sempre que um entra em uma dessas zonas com bastante movimento, ele deve seguir uma rota muito específica. Mas, mesmo em áreas menos populosas, ainda existem milhares de aeronaves. Para compartilhar o céu com segurança, cada uma deve seguir sua própria rota que até tem um nome específico. E elas têm muita ajuda para permanecer no caminho certo. Existem dispositivos no solo chamados de Auxílios à Navegação Fixos, ou navaids, para abreviar. Eles enviam ao céu sinais de rádio que um avião pode captar
Há também os waypoints, ou pontos de notificação, que são simplesmente pontos geográficos na Terra. Eles são carregados nos sistemas GPS e uma aeronave deve segui-los. A rota inteira consiste basicamente em voar de um ponto de referência para outro. Todo o caminho até o local de destino. Agora vamos voltar para aquele rastreador de voo global. Outra coisa que você notará é que os aviões geralmente evitam voar sobre o oceano e grandes massas de água. O Oceano Pacífico em particular! Sim, você vê alguns aqui e ali porque as pessoas precisam ir ao Havaí de alguma forma! Mas, em geral, todo mundo está voando ao redor do Pacífico, não sobre ele.
Isso porque é uma rota que de preferência deve ser evitada! Sempre que houver um bom caminho acima do solo que uma aeronave possa seguir, ela optará por esse. Mas isso não faz sentido porque os voos sobre a água são mais suaves! A turbulência é causada pelo ar quente subindo do chão. Quando não há solo abaixo e apenas uma vastidão de água, a fonte de ar quente desaparece e o voo é menos turbulento! Ainda assim, viajar sobre a terra é mais seguro. Tudo se resume a mais possibilidades de pouso de emergência, em vez de, bem, no meio do oceano...
E os aviões que fazem esses voos transoceânicos são geralmente do tipo grandes, com quatro motores. Seria muito perigoso para os que têm apenas dois. Imagine que um falhe, e precisar contar só com o outro! É possível, mas melhor evitar. Mas os grandes também preferem saber dos lugares seguros para pousar, só por garantia! Agora, me mostre um aeroporto no Oceano Pacífico. Não tem muitos deles, né? Por isso que todo mundo voa ao REDOR dele.
Outra região que os pilotos preferem evitar é o Himalaia. Novamente, não significa que isso não aconteça. Mas é melhor não fazer isso. As montanhas de lá têm mais de 6.100 m, e o Monte Everest atinge 8.848 m — para ser preciso. A maioria dos aviões voa a cerca de 9.100 m, e isso é perto demais para o conforto. Sem falar que os ventos são fortes por lá e as montanhas dificultam a manobra. Também quase não há serviços de radar no Himalaia, então o piloto não seria capaz de se comunicar com o solo.
Além disso, um pouso de emergência só é possível em uma superfície plana. A região do Himalaia é exatamente o oposto disso. Adicione o risco de ficar sem oxigênio nesta área já perigosa. Uma aeronave só tem oxigênio suficiente para 20 minutos. Tempo de sobra para o piloto abaixar pelo menos 3.000 m e chegar a uma altitude mais segura e com mais oxigênio. Mas o Himalaia torna isso praticamente impossível porque, bom, montanhas se erguem por toda parte. Você entendeu.
De volta ao nosso mapa de rastreamento de voo! Você também notará que quase não há ninguém voando sobre os polos. Exceto aquele solitário no Ártico. Ei, o que você está fazendo aí? Ah, Dubai-Seattle. Bom, é um dos poucos. Esta rota provavelmente obteve uma aprovação especial, sistema de navegação e um conjunto único de preparações. O problema aqui é que os polos atrapalham a navegação. As bússolas ficam frenéticas e inúteis.
O polo norte da Terra tem um campo magnético muito forte que muda constantemente. Ele se move, tornando o norte verdadeiro diferente do que os pilotos veem em seus dispositivos. Se eles estiverem apenas alguns graus fora do curso, podem acabar gerando prejuízo em longas distâncias! É por isso que poucos aviões realmente sobrevoam o Ártico. E esqueça a Antártica — ninguém voa sobre ela. Não por falta de permissão. Acontece que quase 70% das terras do planeta estão no hemisfério norte e cerca de 90% da população mundial vive lá! Ei, quanto mais você sabe!