Algo faz a Terra perder 50.000 toneladas a cada ano
Veja só. A Terra aumenta quarenta mil toneladas de massa a cada ano. Mais e mais pessoas nascendo, novos edifícios e estruturas... Você pode pensar que é alguma coisa que adiciona massa, mas não, uma vez que tudo isso é feito a partir de matéria já existente na Terra.
Na verdade, é de poeira que cai do espaço no nosso planeta. Essa poeira consiste em detritos vindos do nosso sistema solar, como corpos espaciais que nunca conseguiram formar um planeta, ou asteroides e meteoros que se desfizeram pelo caminho e agora vagam por aí.
Nosso planeta está ali como um aspirador de pó gigante que puxa todas as partículas de poeira movidas pela gravidade. Então, sim, a Terra ganha peso, mas alguns cálculos também dizem que o planeta todo, incluindo a atmosfera e o mar, está perdendo cerca de cinquenta mil toneladas da sua massa anualmente.
Existem gases como hidrogênio e hélio na atmosfera do nosso planeta, mas eles são tão leves que a gravidade não consegue retê-los. Portanto, grandes quantidades desses gases escapam do nosso planeta a cada ano: três quilos de hidrogênio a cada segundo. Parece muito, mas como a Terra é superpesada, levaria trilhões de anos para todo o hidrogênio escapar da nossa atmosfera.
Além disso, o núcleo do planeta é como uma espécie de grande reator nuclear. Ele funciona o tempo todo, então gradualmente perde energia, o que significa que está perdendo massa também.
Nosso planeta não é uma esfera perfeita, ele é um pouco achatado. À medida que gira, a gravidade é direcionada para o centro da Terra, enquanto uma força centrífuga vai para fora.
A Terra tem um eixo inclinado, então a força centrífuga não se opõe exatamente à gravidade. Além disso, a gravidade empurra essas massas extras de terra e água para cima na direção do equador, formando mais volume ali.
A Terra também tem uma circunferência de quarenta mil e setenta e cinco quilômetros.
Você pesa mais estando em um dos polos do que no equador. Embora para emagrecer, Plutão seria a melhor opção. Uma pessoa de sessenta e oito quilos pesaria cerca de cinco quilos lá. Evite Júpiter: a mesma pessoa pesaria mais de cento e sessenta quilos lá.
Nosso planeta é todo verde e azul agora, mas é provável que ele fosse roxo. Os cientistas acham que micróbios antigos podem ter usado alguma outra molécula para aproveitar a luz do sol em vez da clorofila, que dá às plantas sua cor verde. Essa molécula possivelmente coloria os organismos vivos com uma tonalidade mais violeta.
A Terra é elétrica: apenas um raio pode aquecer o ar a mais de vinte e sete mil setecentos e sessenta graus Celsius, o que faz com que o ar se expanda rapidamente.
Esse mesmo ar inflado cria uma onda de choque que conhecemos como trovão. Seis mil relâmpagos surgem em todo o planeta a cada minuto, e o mais longo deles aconteceu no céu do sul do Brasil, em 2018, com setecentos quilômetros de comprimento.
Estudos mais recentes descobriram que o núcleo da Terra é tão quente quanto a superfície do Sol, com mais de cinco mil e duzentos graus Celsius.
O local mais seco que temos é o Deserto do Atacama, no Peru e no Chile: o centro do Atacama tem locais onde nunca foi registrada chuva alguma.
O lugar mais frio é, naturalmente, a Antártica, onde as temperaturas no inverno podem cair para setenta e três graus Celsius negativos. Hum, não, obrigado. Eu passo.
Esse é também o maior deserto que temos na Terra. Imaginamos desertos como áreas infinitas, arenosas e incrivelmente quentes, mas existem desertos costeiros, subtropicais e polares. Todos eles têm terras devastadas pelo vento e estéreis, o que os torna muito difíceis de serem habitados por animais e plantas.
O Oceano Pacífico é a maior bacia oceânica da Terra, que cobre uma área enorme de quase duzentos e sete milhões de quilômetros quadrados.
O Pacífico contém mais da metade da água disponível no nosso planeta, e ele é tão grande que todos os continentes caberiam nele.
A Terra costumava ter duas luas, ou pelo menos isso é algo em que os cientistas acreditam. A segunda era quase três vezes menor do que a que temos hoje e pode ter orbitado nosso planeta antes de colidir com a maior.
Tal colisão pode ser uma explicação de por que os dois lados da Lua que sobraram não são iguais. E há lunamotos acontecendo lá. A lua parece bastante inativa da nossa perspectiva, mas o solo definitivamente treme lá, embora menos do que na Terra. Lunamotos tremem em grandes profundidades, especialmente no meio do caminho entre o centro da lua e sua superfície.
Para chegar à cadeia de montanhas mais extensa, temos que olhar bem para baixo, abaixo da superfície do Oceano Atlântico.
Ela é uma cadeia de vulcões com cerca de cinco quilômetros e meio de altura acima do fundo do mar e se estende por mais de sessenta e cinco mil quilômetros.
Nós temos um planeta magnífico, com mais de quatro vírgula cinco bilhões de anos, o que o torna 10.000 vezes mais velho que os humanos. Mas não, ele não é o mesmo que no princípio: o terreno em que pisamos é reciclado.
A Terra tem seu ciclo: o magma das profundezas do nosso planeta sobe e endurece, virando matéria rochosa. Os movimentos tectônicos trazem a rocha para a superfície, onde ocorre a erosão. Esse é um processo onde o vento, a água ou alguma outra força natural quebra a rocha e a transforma.
Esses pequenos pedaços são enterrados, depositados e compactados em rochas sedimentares, como o arenito. Se essas rochas forem enterradas fundo o suficiente, elas serão “cozidas” e transformadas em magma e, então o ciclo todo se repete novamente.
Nos acostumamos a ver lava e cinzas saindo de vulcões, mas alguns deles até produzem seus próprios relâmpagos. Em 2020, o vulcão Taal, que fica a cerca de sessenta quilômetros da capital das Filipinas, Manila, começou a lançar fumaça e cinzas bem alto no ar. Dentro da sua coluna de cinzas, pequenos fragmentos colidiam e produziam relâmpagos que as pessoas podiam ver se espalhando pelo céu.
Lagos podem enlouquecer e explodir também. Nyos, Monoun e Kivu são três lagos que ficam acima de vulcões. Uma vez que há magma sob sua superfície, há dióxido de carbono liberado neles, o que leva a uma camada de gás profunda acima do leito deles. É muito raro, mas o dióxido de carbono pode irromper repentinamente do corpo d’água e formar uma nuvem de gás desagradável, parecido com o que um vulcão faz.
70% da superfície do nosso planeta é coberta por oceanos, mas nós exploramos apenas 5% deles.
E cerca de 300 milhões de anos atrás, tínhamos apenas um supercontinente enorme chamado Pangeia, com o enorme oceano Pantalassa.
Surpreendentemente, os recifes de corais são as maiores estruturas vivas: eles consistem em pequenos pólipos de corais, mas juntos formam uma verdadeira comunidade de organismos e uma parte muito importante do ecossistema terrestre. Algumas estruturas de corais podem até ser vistas do espaço.
A superfície da Terra não tem uma forma uniforme, o que significa que sua massa também é irregular. Dessa forma, a gravidade não é a mesma em todos os pontos da Terra.
Há uma anomalia misteriosa na Baía de Hudson, no Canadá. A gravidade lá é mais baixa do que em outras regiões no entorno dessa área, e os cientistas acreditam que seja por causa do derretimento de geleiras.
Durante a última era do gelo, essa região era coberta de gelo, que agora derreteu e desapareceu. Mas o planeta não se recuperou completamente da sobrecarga do gelo. A gravidade sobre qualquer área é proporcional à sua massa. A geleira deixou uma marca que empurrou para o lado uma porção da massa do planeta, que é uma das razões pelas quais a gravidade é mais fraca nessa área.
Alguns micro-organismos ficam mais desagradáveis quando estão no espaço, sem gravidade. Estudos mostraram que algumas bactérias, como a salmonela, podem causar danos piores no espaço, pois há algo na falta de gravidade que as torna mais resistentes e altera a atividade delas.
Os dias na Terra estão lentamente ficando mais longos. Quando o planeta se formou, os dias duravam cerca de seis horas e gradualmente foram ficando mais longos.
Há seiscentos e vinte milhões de anos, um dia durava vinte e duas horas.
Hoje, temos vinte e quatro horas, mas isso está aumentando em cerca de um vírgula sete milissegundo a cada século. Tal fenômeno ocorre por causa da Lua: ela está desacelerando a rotação do nosso planeta com as marés que ajuda a criar.
Quando a Terra está girando, as projeções das marés oceânicas são puxadas um pouco à frente do eixo Lua-Terra. Isso cria um tipo de força que desacelera a rotação do nosso planeta, que é o que faz nossos dias ficarem mais longos, mas muito lentamente.
Teremos que seguir nossa programação de vinte e quatro horas por muito, muito tempo ainda.
O núcleo da Terra certamente parece estar longe de nós, mas a distância não é tão grande assim: três mil quilômetros, o que é menor do que a Rota sessenta e seis, nos nos Estados Unidos.
O terremoto mais forte que já tivemos foi no Chile, com magnitude nove vírgula cinco. Se um terremoto atingir magnitude doze, pode dividir nosso planeta ao meio.
Além disso, quando um terremoto está acontecendo, pode atingir mais de seiscentos quilômetros abaixo da superfície, e é por isso que as pessoas do outro lado do planeta podem literalmente senti-lo!
Nosso planeta tem cerca de cem milhões de vezes mais vírus individuais do que estrelas no Universo.
As nuvens não são só aquelas coisas fofas cujas formas às vezes gostamos de ficar observando. Na verdade, elas ajudam a regular a temperatura da Terra. Se pudéssemos retirar todas as gotas de água das nuvens e trazê-las para a superfície, isso cobriria o planeta com uma película líquida tão espessa quanto um fio de cabelo humano.
E, ainda assim, uma quantidade tão pequena de água faz uma enorme diferença no tempo e no clima: nosso planeta seria sete graus Celsius mais quente se não fosse pelas nuvens.