Abelhas VS vespas-mandarinas. Quem vencerá?
Se houvesse uma batalha entre uma abelha e uma vespa-mandarina, o vencedor seria óbvio. É como uma briga entre um gatinho e um tigre dente-de-sabre. E um exército de abelhas contra um exército de vespas-mandarinas é como centenas de gatinhos contra centenas de leões.As vespas certamente vencerão, pois conseguem destruir mais de mil abelhas em menos de uma hora e meia. Mas, se essa batalha acontecer na vida real, as coisas ficarão muito mais complicadas, dramáticas e surpreendentes.
Uma colmeia de abelhas trabalha o dia inteiro. Elas polinizam plantas e frutas e coletam néctar das flores. Elas trabalham duro e voltam para a colmeia no fim do dia, sem notar a presença de um impostor voando entre elas — uma vespa-mandarina. Essa vespa é maior que uma abelha, mas tem a mesma cor: preto com amarelo. Ninguém presta atenção nisso. O impostor entra na casa das abelhas sem ser convidado e faz um barulho parecido com alguma coisa se quebrando — é assim que suas mandíbulas se fecham. Faminta e voraz, ela começa a destruição. Em questão de segundos, a vespa transforma a colmeia em um caos.
A vespa tem um ferrão com veneno, mas ela nem precisa dele para fazer o que quer. Com as abelhas, o monstro usa suas mandíbulas afiadas. Os moradores da colmeia atacam o inimigo, mas é inútil. A situação está piorando, pois as abelhas não sobrevivem após usar seus ferrões. Elas sacrificam suas vidas para proteger sua casa e a rainha. Infelizmente, todas as tentativas são em vão. Após matar sua fome, a vespa sai voando por aí em busca de novas presas. Só uma abelha consegue sobreviver. Ela foge da colmeia para avisar às outras. A abelha visita cada colmeia do vale e as alerta sobre o poderoso inimigo. Todas as abelhas começam a se preparar para o ataque. Elas estão formando um exército! Mas, infelizmente, não é suficiente.
A vespa-mandarina visita uma nova colmeia. Mas, desta vez, as vítimas estão preparadas. Elas atacam a inimiga por todos os lados. Por um momento, parece que os ferrões das abelhas estão funcionando. A vespa está enfraquecendo; seus movimentos estão mais lentos. A esperança da vitória motiva as abelhas, e as deixa mais confiantes. Mas não por muito tempo. Dez outras vespas entram voando na colmeia. A que está fraca havia marcado a colmeia com um feromônio antes da batalha. O cheiro atraiu suas amigas, e agora as abelhas não têm chance.
No meio selvagem, as vespas deixam seu rastro para que suas parceiras possam encontrar a localização do alvo. Em poucos minutos, 11 vespas destruíram uma colmeia com 25 mil abelhas. Há pouco tempo, esse território ensolarado estava todo florido graças às abelhas. Agora, ele se tornou um vale sem vida. As vespas-mandarinas não querem perder tempo procurando colmeias, então se dividem em grupos e voam para direções diferentes. Elas marcam as casas das abelhas com o feromônio e começam uma destruição em massa.
A sede delas por destruição é insaciável. As abelhas agora conhecem o inimigo e o detectam assim que ele surge no ar, mas não adianta. Em cada batalha, elas usam um monte de estratégias para lutar contra ele.
Uma vez, as abelhas tentaram atacar uma colmeia de vespas, mas foi uma missão suicida. Ninguém mais poliniza flores. Ninguém mais produz mel. As abelhas vivem com medo e não saem de suas colmeias. Nesse momento sombrio, quando as esperanças estão quase perdidas, uma luz surge no fim do túnel.
Uma espécie de abelha japonesa aprendeu a derrotar o inimigo. A notícia se espalha por todas as colmeias. A estratégia parece estar funcionando. Elas conseguiram derrotar várias vespas-mandarinas. O medo vai embora e as abelhas estão prontas para lutar de novo. No mundo real, essas abelhas aprenderam a combater as vespas-mandarinas. Mas outras espécies não conseguem fazer isso.
Então, as abelhas ficam à espera do inimigo. Todas já sabem o que fazer. Finalmente, uma vespa-mandarina surge. Centenas de abelhas a atacam e a envolvem com seus corpos por todos os lados. Elas cobrem totalmente a vespa, e começam a... tremer. A vibração simultânea de todas as abelhas aquece o inimigo. A temperatura está subindo e a vespa não consegue sair da emboscada. As abelhas parecem queimá-la com a energia de seus corpos. Alguns minutos depois, a vespa cai, e as abelhas a jogam para fora da colmeia.
Agora elas estão confiantes de sua vitória. Mais uma vespa chega. As abelhas, mesmo cansadas, a atacam, e começam a vibrar de novo. O próximo monstro está vindo. E mais outro. 10, 20, 100 vespas chegam! As abelhas não têm tantos recursos ou energia. As chances de superar essa batalha voltam à estaca zero. Para vencer de uma vez por todas, as abelhas precisam se unir. Todas as colmeias. Centenas de milhões de abelhas!
Uma clareira enorme e sem vida é o lugar da batalha final. Todas as abelhas do vale se reúnem lá. Elas estão prontas para a última batalha. O silêncio pesa sobre todas. Em seguida, o ar começa a vibrar. Dá pra ouvir o zumbido das vespas de longe. Elas aumentaram sua população centenas de vezes, pois nenhum animal é páreo para elas. A derrota das abelhas é inevitável. Mas ninguém quer recuar. Os dois enxames colidem um no outro. Isso não é uma batalha. É uma destruição.
Centenas de milhares de abelhas caem no chão em poucos minutos. Uma espécie inteira de insetos está desaparecendo do planeta. Mas o que é isso? O campo mergulha em um nevoeiro estranho. As abelhas e vespas não estão mais se vendo. Então, por esse véu branco, elas surgem... silhuetas de criaturas gigantes. Elas invadem a briga. Milhares de vespas as atacam, mas não adianta. As abelhas caem rapidinho e ficam inconscientes. As vespas desmaiam também. Algumas até tentam fugir, mas a névoa não deixa. Todos os insetos dormem. Alguém usou um gás para apartar a briga. E esse “alguém” é aliado das abelhas. Um humano entrou no jogo.
Com trajes grossos de proteção, as pessoas pegam as vespas desacordadas do chão. Elas são colocadas dentro de um cesto; as abelhas vão em outro. A coleta dos insetos dura várias horas. Depois, as abelhas acordam em suas colmeias, ilesas. As vespas acordam em compartimentos especiais. Elas estão presas e agora não podem machucar ninguém. As pessoas estão destruindo ninhos de vespas no mundo todo. Elas não deixam esses insetos se multiplicarem. As abelhas são responsáveis pelo ciclo da vida na natureza. Por meio da polinização, elas ajudam muitas plantas a se reproduzirem.
É graças a elas que temos frutas para comer. Elas cuidam das flores das quais o gado e outros animais se alimentam. Graças a elas, temos muito algodão. Se as vespas as destruírem, faltarão roupas feitas com esse material. Camisetas, jeans, jaquetas — tudo isso ficará mais caro e, depois, desaparecerá do mercado.
Muitos produtos perderão seu rico sabor e suas propriedades boas. Animais e pessoas não obterão vitaminas suficientes. As vacas não produzirão leite. Não haverá mais queijo, requeijão, manteiga e outros laticínios. Você não poderá pedir um hambúrguer suculento em uma lanchonete. Berinjelas, pimentas, kiwis, mirtilos, cranberries e muitos outros frutos desaparecerão dos mercados. Espécies inteiras de animais e plantas vão deixar de existir. Isso acarretará outras crises não só na agricultura, mas também na economia global.
Enquanto isso, a quantidade de vespas vai aumentar. Quase não existem animais no mundo que possam controlá-las. Se as pessoas não fizerem nada, todos terão que usar trajes grossos de proteção quando saírem de casa. As vespas entrarão nos lares e nos carros, atacarão as pessoas e os animais. Uma vespa-mandarina pode causar um problemão. Seu ferrão é um dos mais perigosos e dolorosos entre todos os insetos.
Ele é como uma agulha em brasa. Quando uma vespa finca-o no inimigo, injeta o veneno na pele. Essa toxina dilata as paredes dos vasos sanguíneos. A região ao redor da picada fica avermelhada. Isso pode durar várias horas, ou até dias. A vespa é uma criatura agressiva. Ela pode fincar seu ferrão várias vezes. Imagine o que um enxame desses insetos não faria... Para escapar, você precisa se esconder dentro de um arbusto, com folhagem densa, ou pular dentro d’água. Após se certificar de que as vespas foram embora, entre em contato com o serviço de emergência do hospital. As vespas podem prejudicar muito a vida das pessoas. É importante combatê-las. Infelizmente, as abelhas não conseguem fazer isso. Elas são totalmente indefesas. A humanidade está ciente desse perigo e faz de tudo para controlar a população das vespas. É por isso que as vespas-mandarinas não têm chance nessa batalha.
Agora todas as abelhas voltam à rotina de sempre. Polinização, extração de néctar, produção de mel nas colmeias... o vale está florido de novo. As abelhas podem dormir em paz. As pessoas monitoram a situação e ficam de olho nas vespas-mandarinas. Se um inimigo surge, significa que há um ninho em algum lugar. Serviços especiais rastreiam os insetos e encontram ninhos debaixo de árvores velhas e em buracos.