A vila inteira desapareceu sem deixar rastros || O mistério de Anjikuni

Curiosidades
há 1 ano

Está ocorrendo uma forte nevasca. O frio penetra em seus ossos. Suas pernas estão quase até os joelhos de neve. Joe Labelle, um caçador experiente, avança pela floresta, cobrindo o rosto contra o vento contrário. Qualquer outra pessoa já teria caído e gritado em desespero, mas não Joe Labelle. Ele consegue sobreviver em qualquer circunstância e sempre sabe o que fazer. Neste momento, está se dirigindo a um dos vilarejos no extremo norte do Canadá.

Esse pequeno povoado está localizado no Lago Anjikuni. Os habitantes dali são inuítes, povos indígenas da América do Norte. Joe não come nem bebe há muito tempo. Ele precisa dormir bem e comer uma refeição quente, o que espera conseguir com os hospitaleiros inuítes. Por entre as árvores e uma névoa branca, o cara percebe as silhuetas das tendas. A fumaça está saindo de algumas casas. Joe provavelmente chegará a tempo para o almoço.

Ele alcança a aldeia e, nesse momento, o vento se acalma. A nevasca terminou. O caçador acelera e vai em direção à vila situada ao longo do lago congelado. É estranho, mas não há habitantes em lugar algum. Provavelmente, todos estão sentados em suas casas, esperando a nevasca passar. “Alô?” Joe diz em voz alta, mas não obtém resposta. Ótimo! A fumaça está saindo da tenda. Joe bate na parede, mas ninguém abre.

Então bate mais algumas vezes e entra. A pequena tenda está vazia. Todas as coisas estão em seus lugares. Há um pedaço de tecido com agulhas e linhas sobre a mesa. A lenha está fumegando na lareira. Parece que as pessoas acabaram de deixar esse lugar. Joe entra na tenda seguinte e vê o mesmo quadro. Tuda está no lugar, mas não há ninguém

Joe passa pelas tendas e vê um poço onde antes havia uma fogueira. Há uma corda acima dela, com a carne que os inuítes estavam cozinhando pendurada nela. Por alguma razão, eles não a comeram. O Lago Anjikuni faz parte de uma cadeia de cursos d’água. Ali, os habitantes locais pescavam e comercializavam vários produtos. Normalmente, há muitas pessoas, mas agora algo as obrigou a sair de suas casas.
Por que elas deixaram suas coisas para trás e para onde foram? Não há rastros ao redor da aldeia. Todos os trenós estão no lugar. Os inuítes até deixaram seus cães, que os ajudam a caçar e a andar de trenó. Ninguém abandonaria roupas quentes e cachorros ao ir embora, especialmente em condições climáticas adversas. Joe Labelle sabe de tudo isso e conclui que algo terrível aconteceu. Seu corpo está tremendo, não de frio, mas de medo. Depois de percorrer todo o assentamento, ele não encontra uma única alma viva.

Aterrorizado, sai da aldeia, dirige-se ao posto telegráfico mais próximo e envia uma mensagem à polícia. Depois de um tempo, mais e mais pessoas chegam. Os policiais estão tentando encontrar rastros de desaparecidos e descobrir o que aconteceu, mas não há nada. Perto da aldeia, encontram um túmulo vazio. Durante a cerimônia, os inuítes puseram pedras ao redor do local do enterro. As rochas cercando a cova aberta permanecem intocadas, o que significa que não foi um animal que a desenterrou. Mas quem ou o que precisava dela?

Cerca de 30 moradores viviam na aldeia. E todos desapareceram. Os dos vilarejos vizinhos não podem ajudar, pois não têm ideia do que aconteceu. A única coisa que a polícia notou foram luzes azuis incomuns. Nessa área, as luzes do norte são um fenômeno comum. Quem vive ali vê regularmente um brilho no céu estrelado. Mas a polícia viu outra coisa: luzes azuis pulsantes. Além disso, outros caçadores testemunharam algo semelhante. Eles dizem que algumas coisas estranhas estavam voando no céu.

Tudo isso ocorreu em 1930. Já se passaram mais de 90 anos desde o desaparecimento da aldeia e várias teorias foram criadas. A mais popular é um ataque de uma civilização extraterrestre. De acordo com ela, as luzes azuis no céu que os habitantes locais e a polícia viram eram naves espaciais. Há quem acredite que, em uma noite sinistra, essas naves voaram até o assentamento e levaram todas as pessoas.
Além dessas versões de ficção científica, havia também outras mais realistas. Os usuários da Internet descobriram que Joe Labelle não tinha licença para caçar. Talvez ele não fosse um profissional e tenha inventado tudo. Mas, naquela época, muitos caçadores não tinham licença, portanto, as palavras de Joe podem ser verdadeiras. Mas se tentarmos descobrir de onde vieram todas essas informações, veremos que as fontes primárias foram livros e alguns artigos de jornal da década de 30. Mas nenhum pode confirmar se a misteriosa história do Lago Anjikuni é verdadeira. Talvez tudo tenha sido inventado.

Agora, vamos deixar as neves do Canadá e seguir para as planícies quentes da Índia. Nesse grande país, há um vilarejo sinistro onde as pessoas também desapareceram sem deixar rastros. Isso aconteceu na primeira metade do século XIX. Mesmo assim, os habitantes locais evitam esse lugar até hoje porque acreditam que forças malignas invisíveis vivem lá. Vamos dar uma olhada e descobrir o que aconteceu com Kuldhara.
Ele fica no distrito de Rajasthan. Para chegar lá, é preciso pegar um táxi direto até a cidade ou vila mais próxima. O vilarejo fica longe de outros povoados e parece deserto. Há apenas ruínas. Parece que os arqueólogos recentemente escavaram esse lugar do chão e o deixaram aqui. Mas essa não é uma cidade antiga, foi abandonada há mais de 200 anos. Porém, até aquele momento era próspera.

Kuldhara era um vilarejo grande. Seus habitantes eram, em sua maioria, agricultores. Eles vendiam seus produtos agrícolas. E então, em uma noite, tudo mudou. As pessoas abandonaram suas casas e coisas e fugiram de lá. Ninguém sabe por que fizeram isso e nem para onde foram. Nunca mais os moradores de Kuldhara foram vistos.
Além dos turistas, quase ninguém vai para lá. Os habitantes locais têm certeza de que o vilarejo é amaldiçoado e um centro de atividades paranormais. Se você perguntar aos de outras cidades próximas ou ler as informações na Internet, conhecerá algumas lendas sobre esse local. Uma versão popular diz que as pessoas deixaram o lugar por causa da falta de água. Entretanto, essa versão não explica por que os moradores fizeram isso durante a noite e abandonaram seus pertences.

De acordo com outra versão, os aldeões escaparam para salvar a filha do chefe Kuldhara. Um governante local se apaixonou e queria se casar com ela. Ele ameaçou os habitantes dali com graves consequências se a moça o rejeitasse. E lhes deu um dia para tomar uma decisão. Os moradores discordaram de tal exigência. Como sinal de solidariedade, decidiram deixar a aldeia junto com o chefe e sua filha. Mas se isso é verdade, por que ninguém mais viu essas pessoas? Elas devem ter fugido para outro assentamento. Além disso, precisavam de seus pertences no caminho para lá. As histórias de Kuldhara e do Lago Anjikuni têm uma coisa em comum: o abandono de um lugar confortável e seguro por um motivo desconhecido.

Uma história semelhante aconteceu na Irlanda, em um pequeno vilarejo na ilha de Achill. Cerca de 40 casas simples feitas de pedra e palha estavam situadas ao longo do vale da Baía de Keem. O local foi mencionado em documentos datados da década de 1830 como um grupo de pequenas construções. Hoje, porém, não resta praticamente nada dele, exceto pedaços de paredes e pequenos montes de terra.

As pessoas de outros povoados não se lembram desse vilarejo. Mas sabemos sobre ele graças aos registros de escritores de viagens, que descreveram a incrível beleza desse lugar em seus diários. Os alunos da escola de arqueologia local tentaram encontrar as respostas. Eles iniciaram escavações e descobriram que os moradores poderiam ter deixado tudo para trás por causa da fome ou de alguma doença.

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