A segunda lua da Terra: O que sua chegada revela para nós
Boas notícias, pessoal! A lua tem um novo amiguinho — uma minilua! Mas antes que você fique muito empolgado, saiba que esse convidado cósmico está apenas de passagem. Esse pequeno asteroide ficará conosco por cerca de dois meses, até 25 de novembro, antes de retornar ao seu lugar habitual — um local aconchegante no cinturão de asteroides que orbita o sol. Vejamos como a estadia do nosso pequeno visitante pode agitar as coisas para nós e para o nosso planeta!
O que é uma minilua?
Uma minilua é como uma rocha espacial turista que fica temporariamente presa à gravidade da Terra, fazendo com que orbite nosso planeta por algum tempo — geralmente apenas algumas semanas ou meses. Ao contrário da nossa fiel lua, que permanece por muito tempo, as miniluas são mais como caroneiros errantes do cosmos, que passam por aqui para uma visita rápida antes de partir para sua próxima aventura. Esses asteroides são bem pequenos — com apenas alguns metros de largura — daí a dificuldade para vê-los e, muitas vezes, vão e voltam sem que ninguém perceba.
O Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System ou ATLAS (Sistema de Último Alerta de Impacto Terrestre de Asteroide) avistou esse novo hóspede, um asteroide de 10 metros de largura batizado de 2024 PT5, em 7 de agosto. A previsão é que ele dará algumas voltas em torno da Terra de 29 de setembro a 25 de novembro, antes de se libertar da força gravitacional do nosso planeta e voltar para o espaço.
Como a Terra recebe uma segunda lua?
Os asteroides são como viajantes cósmicos introvertidos que passam pela Terra o tempo todo, mas são discretos na sua maioria. Os pequenos vêm e vão sem muito alarde, enquanto os maiores e mais dramáticos só aparecem nas manchetes uma vez a cada poucos milhões de anos.
Assim como outros viajantes do sistema solar, os asteroides são impulsionados pela gravidade do sol, percorrendo o espaço em seus caminhos predeterminados. Os cientistas trabalham arduamente para rastrear essas rochas espaciais — não apenas para ficar de olho em possíveis colisões, mas também para aprender mais sobre suas propriedades misteriosas.
Agora, embora a 2024 PT5 seja uma rocha minúscula, não é por isso que não é considerada uma lua de verdade. Quando se trata de ser chamada de lua, o tamanho é indiferente — o que importa é se o objeto realmente começa a orbitar outro corpo. Tomemos a nossa lua normal, por exemplo: ela orbita a Terra em uma trajetória elíptica, completando uma volta a cada mês aproximadamente. Sua gravidade atrai nosso planeta, esticando-o apenas o suficiente para que se assemelhe a uma bola de futebol ligeiramente esmagada. Esse cabo de guerra cósmico é o que molda as marés, afetando tudo, desde a vida marinha até nossa capacidade de navegar pelos mares.
“Quase todos os seres vivos são afetados de alguma forma, sutil ou forte, pelos ciclos lunares. Portanto, estamos fortemente ligados à nossa lua”, diz Thomas Statler, cientista-chefe de pequenos corpos do sistema solar na sede da NASA.
Já tivemos outras miniluas?
A resposta é sim. A 2024 PT5 não é a primeira minilua da Terra. Nosso planeta tem o hábito de capturar asteroides próximos e colocá-los em órbita por algum tempo.
“Já houve miniluas muito maiores do que esta, e haverá outras no futuro”, diz Statler. Felizmente, os cientistas estão melhorando na detecção desses pequenos visitantes. Em 2016, descobriram Kamo’oalewa, uma quase-lua que planeja permanecer por aqui nos próximos 300 anos.
Batizada com a expressão havaiana para “fragmento oscilante”, a Kamo’oalewa tem o tamanho aproximado de uma roda gigante. Embora pareça dançar com a órbita da Terra, na verdade, está fora do alcance gravitacional do nosso planeta — portanto, não chega a ser considerada uma verdadeira minilua.
Em 2020, um pequeno asteroide chamado 2020 CD3 foi descoberto orbitando a Terra. Estava há alguns anos por perto antes de decidir se libertar e sair da órbita no mês seguinte.
O que essa lua nova significa para a Terra?
Honestamente, isso não vai mudar a vida como a conhecemos — não temos nenhum evento cósmico dramático aqui. Essa minilua tem o tamanho aproximado de um caminhão grande, portanto, não afetará as marés, o clima ou qualquer outra coisa na Terra. Pense nela mais como uma hóspede espacial peculiar do que como um grande divisor de águas.
Todavia, para os astrônomos e observadores de estrelas, é uma oportunidade divertida de estudar um visitante das galáxias e aprender mais sobre essas rochas espaciais à deriva. E isso dá à Terra o raro direito de se gabar de ser um planeta com duas luas por um curto período! Não é um acréscimo ruim ao nosso currículo planetário, concorda?
Quanto tempo essa minilua permanecerá?
Essa minilua é mais uma convidada de curto prazo do que um residente permanente. Ela ficará na Terra de 29 de setembro a 25 de novembro, o que nos dá alguns meses com uma lua bônus antes de decidir ir embora. Portanto, aproveite as vibrações das duas luas enquanto pode! Depois disso, essa pequena visitante sairá das garras gravitacionais da Terra e continuará sua aventura ao redor do sol, deixando-nos novamente com nossa velha e fiel lua.
Os cientistas preveem que a rocha espacial não entrará na órbita da Terra novamente até 2055.
Podemos ver a minilua?
Avistar essa minilua não é tarefa fácil. Ela é mais parecida com uma rocha espacial — com cerca de 10 metros de comprimento, do tamanho de um ônibus urbano —, portanto, não espere que ilumine o céu noturno como a nossa lua habitual. Mesmo com um telescópio, será um verdadeiro desafio vê-la, já que é bastante pequena e está bem distante.
Para a maioria de nós, é melhor deixar esse trabalho para os profissionais com seus aparelhos de alta tecnologia. Contudo, há algo muito legal em saber que ela está lá fora, girando em sua própria dança cósmica, não acha?
O que acontece quando uma minilua sai de órbita?
Quando uma minilua decide ser a hora de deixar a órbita da Terra, está basicamente rompendo com a nossa gravidade e voltando para o espaço. Após passar algum tempo girando conosco, ganha velocidade suficiente para se afastar e retomar sua rotina habitual de orbitar o sol, como qualquer outra rocha espacial.
Não espere nenhum grand finale — nem explosões, nem confetes cósmicos — apenas uma saída silenciosa enquanto ela retorna ao grande além. A Terra volta à sua vida de lua única e a minilua continua sua aventura solo pelo cosmos.
Por que a 2024 PT5 e a pesquisa de asteroides são realmente importantes
É claro que a Terra e sua lua já receberam muitos visitantes espaciais de curta duração ao longo dos tempos, mas não espere outro vizinho do tamanho da lua tão cedo. Esses pequenos visitantes celestes, como o 2024 PT5, têm entrado e saído por bilhões de anos sem causar alarde. Como diz o cientista planetário Statler, “isso é uma boa indicação de que não se trata de algo importante em termos de afetar a vida na Terra”. Em outras palavras, essas rochas espaciais fizeram passagens discretas.
Se, de alguma forma, acabássemos com uma segunda lua do tamanho da nossa atual, isso alteraria totalmente nossos padrões de maré e, provavelmente, reescreveria o que os cientistas entendem da história da astronomia e da formação da lua. Mas não se preocupe, isso não acontecerá tão cedo. Os últimos bilhões de anos foram bastante consistentes nesse aspecto.
Então, por que todo esse alvoroço em torno do asteroide 2024 PT5? De acordo com Andrew Rivkin, astrônomo planetário do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, é tudo uma questão de tempo. Essa é uma das primeiras vezes que os cientistas conseguem prever a chegada de uma minilua. “É uma grande demonstração de nossa capacidade de encontrar coisas e de prever para onde elas vão”, explica Rivkin.
Rivkin também liderou a missão Double Asteroid Redirection Test (Teste de Redirecionamento Duplo de Asteroides), da NASA, um teste que provou que os seres humanos poderiam realmente desviar um asteroide do curso — um grande salto na defesa do planeta. Pela primeira vez, mostramos que podemos mudar a trajetória no espaço de um objeto celeste. Fale sobre influência cósmica!
Prepare-se para um evento cósmico muito maior em 2029
Olhando para o futuro, o próximo grande asteroide a passar pela Terra será o Apophis, uma rocha de 305 metros de largura, que deve passar rapidamente em abril de 2029. Ele não ficará preso em nossa órbita, por estar se movendo rápido demais para isso, mas chegará perto o suficiente para termos uma ótima visão, cerca de dez vezes mais perto do que a lua! Pode parecer um pouco mais estressante do que o sobrevoo do 2024 PT5, mas para os entusiastas de asteroides, é um evento emocionante.
“Asteroides não são apenas para se ter medo. Os céus estão cheios de coisas grandes e maravilhosas”, diz Rivkin. E com o 2024 PT5, teremos um lugar na primeira fila para ver uma dessas maravilhas cósmicas.
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