A NASA encontrou um planeta que poderia suportar a vida como a conhecemos
Talvez todos tenhamos parado para pensar em algum momento sobre como seria viver em um planeta diferente. Eu sei que já tive dias assim. Tenho que ir embora. E talvez até interaja com outros tipos de criaturas que já vivem em algum outro lugar do espaço. Hoje em dia, essas ideias soam mais como algo saído de um livro de ficção científica. Mas, no futuro, mudar permanentemente de endereço para outro objeto espacial pode se tornar obrigatório. Pense na estrela do nosso Sistema Solar como uma bateria. Daqui a bilhões de anos, a energia dela terá acabado. Sem a luz e o calor dela, a vida na Terra não pode existir.
Quando pensamos sobre isso dessa maneira, temos que esperar que os humanos do futuro tenham encontrado algum outro lugar para viver. Felizmente, há boas notícias. Recentemente, cientistas da NASA anunciaram que acharam um novo planeta que pode ser capaz de sustentar a vida. Eles o chamaram de TOI 700E. Tem aproximadamente o mesmo tamanho da Terra e está localizado em uma região do espaço onde os especialistas acreditam que a água pode existir em sua forma líquida, o que é crucial para o desenvolvimento da vida.
Este carinha não é o único, no entanto. Perto dele, há outro promissor que recebeu o nome de TOI 700D, mas está mais longe de sua estrela. Devido à distância da principal fonte de luz, fica em uma área especial chamada de “zona habitável conservadora”. Em termos simples, os cientistas não têm tanta certeza de que possa existir vida ali, mas não excluem a possibilidade. O TOI 700E está na “zona otimista”, o que significa que talvez tenha água e até atmosfera.
Ei, pelo menos temos opções! Os dois ficam em um sistema solar a apenas 100 anos-luz da Terra, algo considerado bastante próximo em termos espaciais. A NASA encontrou esses carinhas ao observar a luz que vem da estrela e medindo como ela se move quando um planeta passa na frente dela. Esta é a primeira vez que a agência americana identifica um sistema solar com vários planetas que podem ter vida.
Até agora, os cientistas descobriram mais de 5.000 exoplanetas. E acreditam na possibilidade de que existam pelo menos mais 10.000. Especialistas da NASA estão procurando maneiras de saber se algum é capaz de abrigar vida. Mas também dizem que podemos achar formas de vida que não esperamos ver e que devemos estar abertos a outras possibilidades. Isso porque só sabemos o que um ser vivo pode ser olhando para o nosso próprio mundo. Claro, tudo parece atraente até agora, mas não faça as malas ainda.
Por mais convidativos que esses novos mundos talvez pareçam, ainda há um problema: chegar lá. Os cientistas pesquisam há décadas como as pessoas podem permanecer no espaço — e prosperar — por longos períodos. E a história nos diz que não é um projeto fácil. Em 1962, John Glenn se tornou o primeiro americano a orbitar a Terra. Para dar apenas 3 voltas, ele teve que passar por meses de preparação técnica e física.
Hoje em dia, a tecnologia avançada nos ajuda a investigar melhor Marte. E os pesquisadores descobriram que há água e materiais no Planeta Vermelho que podem ser úteis para as pessoas. Isso gerou a ideia de enviar humanos para morar lá — só para começar. A primeira missão tripulada está programada para o final da década de 2030 ou início dos anos 2040 — se tudo correr bem. O plano é que seja uma viagem de ida e volta. Mesmo que a NASA consiga planejar tudo bem, essa jornada ainda levará cerca de 500 dias. Tudo depende das posições de Marte e da Terra em suas órbitas ao redor do Sol. Um dos maiores problemas de viver por lá é a gravidade.
Para começar, os astronautas chegarão ao Planeta Vermelho após meses vivendo em microgravidade. Ou seja, levariam muito tempo para entrar em forma física antes de começarem a explorar, porque ficar em condições de microgravidade afeta fortemente o corpo humano. Pode significar perda de massa óssea e muscular, bem como uma mudança no movimento normal dos fluidos corporais, que tendem a subir. Isso pode causar pressão nos olhos e até problemas de visão.
Porém, Marte está bem aqui, em nosso próprio Sistema Solar. E os planetas que estão a anos-luz de distância? A resposta ainda está em debate. Pode parecer legal viajar muito rápido, como na velocidade da luz. Até agora, os cientistas acreditam que não é possível. Claro, fomos capazes de criar aviões que se deslocam mais rápido que o som — quero dizer aeronaves supersônicas — mas não é a mesma coisa. Na verdade, há uma grande diferença: a luz é cerca de um milhão de vezes mais veloz que o som! Viajar à velocidade dela significaria ir da Terra à Lua em um segundo. Ou de Los Angeles a Nova York em menos de um piscar de olhos. Mas o que nos impede? Alguns dizem que é energia.
Pode ser possível fazer algo muito rápido, mas exigirá muita energia. Nesse caso, os engenheiros precisarão encontrar novas maneiras de fazer as coisas se moverem no espaço. No momento, os foguetes usam combustível semelhante à gasolina que você usa no seu carro. Mas isso não é muito eficiente quando se trata de viagens espaciais. Outras maneiras de impulsionar uma espaçonave incluem o uso de forças elétricas ou magnéticas. Uma ideia promissora é uma vela solar que é como uma grande e fina folha de plástico, que pode ser empurrada pelo espaço pela luz solar. Algumas espaçonaves já a utilizaram, e os pesquisadores acreditam que ela é capaz de chegar a até 10% da velocidade da luz.
Se outros planetas em nosso Sistema Solar se revelarem inóspitos e não pudermos inventar naves espaciais que se movam rápido o suficiente, ainda podemos ter uma escolha. A opção secreta C! Foi proposta pela primeira vez por um cientista que escreveu um estudo interessante sobre um tipo especial de planeta. Isso sugere que talvez não precisemos de espaçonaves para nos deslocarmos e escaparmos de problemas em nossa própria casa. Poderíamos usar planetas que não orbitam uma estrela — eles são chamados de interestelares. Em vez de gravitar em direção a uma delas, esses objetos espaciais solitários simplesmente flutuam sozinhos pelo espaço, fazendo suas próprias coisas.
Pense nisso desta maneira. Mudar para Marte é como ir para uma casa já mobiliada. Independentemente de quão bom seria, você ainda teria que se adaptar ao novo lar. Precisaria se acostumar com a quantidade de luz que entra pelas janelas todos os dias e subir e descer as escadas para chegar à sala de estar. Mudar para um interestelar significa começar do zero, construir nossa própria casa do nada, perfeitamente adaptada às nossas necessidades.
Os planetas flutuantes são geralmente vistos como frios, escuros e inadequados para a vida. Mas se tiverem recursos subterrâneos, podem ser úteis. Eles oferecem uma gravidade de superfície constante, muito espaço e recursos. Também conseguem fornecer água e proteção contra a radiação espacial. Se nos tornarmos uma civilização suficientemente avançada, seremos capazes de controlá-los e até mesmo de criar novos tipos de energia.
A próxima pergunta seria onde encontrar um interestelar. É difícil saber quantos existem no Universo, mas vários foram identificados em uma determinada região da Via Láctea. Alguns podem ter sido expulsos de seus próprios sistemas solares porque eram mal-educados. Não, na verdade não. Foi por causa da gravidade, enquanto outros podem ter se formado por conta própria.
De qualquer forma, também não queremos que planetas interestelares cheguem muito perto. Pelo menos não em um futuro próximo. As chances de um deles entrar em nosso Sistema Solar são extremamente baixas. Mas se acontecesse, poderia atrapalhar as coisas para nós. Dependendo do tamanho, um objeto espacial interestelar pode desviar outros planetas de seu curso ao redor do Sol, o que altera sua exposição à luz e ao calor. E se colidir com a Terra, bem, isso também não seria nada bom.