A história do neto que criou uma agenda telefônica ilustrada para a avó que não sabe ler
Os momentos que você compartilha com seus avós permanecem em um lugar especial e exclusivo no seu coração. Não se trata apenas de amor, mas de cumplicidade também. Muitas vezes, é fácil ver sua avó como mãe, como melhor amiga e como a pessoa mais fantástica que, sem hesitar, faria tudo para vê-lo sorrir. Pedro Ortega criou uma agenda telefônica ilustrada para a avó, pois ela não teve a oportunidade de aprender a ler. Gestos assim podem parecer simples e sem muita importância, mas, no final das contas, são os que ficam na nossa memória e em nosso coração.
Esse neto exemplar contou ao Incrível.club os detalhes de sua linda relação com a avó e o presente que deu a ela.
Um neto super-herói
A história começou há 22 anos, quando seu pai criou uma agenda telefônica para os avós. O garoto, então com 10 anos, decidiu fazer alguns desenhos ao lado dos nomes dos contatos, pois sabia que a avó não podia lê-los. Até então, ela era obrigada a recorrer ao marido. O avô lia os nomes para, só então, ela conseguir ligar para as pessoas.
“Eu tinha 10 anos. Sentei-me com minha avó e comecei a desenhar símbolos ao lado dos números de telefone para que ela pudesse identificar a quem cada um pertencia”, compartilhou. Ao longo dos anos, Pedro foi “atualizando” a agenda aos poucos. Esse “trabalho” se tornou uma atividade divertida para os dois e, graças à ideia, a avó encontrou uma utilidade na caderneta ilustrada, passando, depois, a fazer ligações sozinha. Foi um verdadeiro trabalho em equipe.
Como a avó lidava com a rotina sem saber ler
Algumas pessoas podem se perguntar o motivo de essa senhora nunca ter aprendido a ler. Desde os 9 anos, a avó de Pedro precisou trabalhar em casas de famílias abastadas em troca de comida. Ela não teve a chance de frequentar a escola e, embora tenha tentado aprender, não conseguiu. No entanto, soube se adaptar e levar uma vida normal, independentemente das circunstâncias.
“Quando vai ao supermercado, ela sabe distinguir todos os produtos. Sabe qual é o leite integral, o desnatado ou o semidesnatado, por exemplo, pela cor da embalagem. Sabe quando um produto é light ou qualquer outra coisa, a partir das imagens no rótulo”, disse o neto.
Uma conexão única e mágica
Desde pequeno, Pedro sempre foi muito unido à família e, principalmente, muito próximo dos avós, graças à sua mãe. Embora ambos morem no mesmo país, ele trabalha em Madri e sua avó vive em Linares — ambas na Espanha. Devido ao trabalho de Pedro como jornalista e assessor de comunicação, eles se veem apenas 4-5 vezes por ano e geralmente aproveitam esse tempo para fazer juntos algo que adoram: cozinhar. Apesar de não se encontrarem muito, avó e neto estão sempre em contato e se falam por telefone toda semana.
“Acho que temos uma relação de muita confiança e que sentimos muita admiração e respeito um pelo outro. Além disso, sua filha mais velha e minha mãe, morreu há cinco anos. Essa falta de uma pessoa tão querida por nós dois nos aproximou. Ela perdeu a filha, eu perdi minha mãe e tentamos amenizar essa falta cuidando um do outro”, afirmou. No final das contas, Pedro e sua avó são um belo exemplo das possibilidades que existem na relação entre avós e netos. Independentemente das circunstâncias, eles estão sempre presentes para um apoio mútuo incondicional.
O que você faria no lugar de Pedro? E no da avó? Conte para a gente nos comentários e compartilhe uma foto com sua avozinha conosco. Gostaríamos muito de conhecê-la!