A descoberta espacial mais assustadora da história || A teoria do grande filtro
É difícil não pensar se existe outra forma de vida Universo afora quando se está observando o céu noturno. Há uma coisa chamada Paradoxo de Fermi. Basicamente diz o seguinte: se as probabilidades de existência de civilizações extraterrestres são tão altas, por que ainda não encontramos nenhum sinal delas?
Procuramos muito, mas não tropeçamos em nenhuma prova de que existam outras formas de vida em algum lugar no espaço. E suspeitamos que possa haver muitas civilizações porque os cientistas calcularam que existem possivelmente bilhões de planetas habitáveis somente em nossa galáxia. Portanto, parece razoável supor que alguns desses planetas poderiam ter desenvolvido vida inteligente, possivelmente até mesmo civilizações mais avançadas do que as nossas.
Então, o Paradoxo de Fermi basicamente pergunta: “Onde está a festa”? Como não fomos convidados? E uma das respostas potenciais para o porquê de não termos encontrado nenhuma outra forma de vida no Universo até então é algo chamado de teoria do Grande Filtro.
Esta teoria surgiu nos anos 90 e diz que há um grande obstáculo ou desafio que impede que a vida seja difundida no Universo. É chamada de Grande Filtro porque sugere que existe um “filtro” pelo qual a maioria, se não todas as civilizações devem passar para se tornarem realmente legais e avançadas — como as dos filmes de ficção científica. Mas até agora, não há sinais de outras civilizações assim ou mesmo alguma evidência real de qualquer forma de vida extraterrestre.
Talvez seja realmente difícil evoluir para uma forma de vida complexa, ou talvez seja realmente difícil desenvolver a tecnologia para viajar pelo espaço. De qualquer forma, parece ser um obstáculo complicado que todas as civilizações inteligentes podem enfrentar, aquele que não lhes permite fazer nenhum progresso além de um certo ponto. Isso significa que elas podem ter chegado a um certo nível de desenvolvimento, e então algo aconteceu que as destruiu, como um impacto de asteroide ou um desastre ambiental. Ou podem ter causado seu próprio fim. E — BUM! — tudo o que elas haviam alcançado se foi.
Portanto, o Grande Filtro sugere que há algum tipo de obstáculo que impede as civilizações inteligentes de se tornarem suficientemente avançadas para fazer contato com outras civilizações ou colonizar outros planetas.
Esta teoria apresenta dois cenários interessantes. O primeiro diz que o filtro está em nosso passado e que nós já o superamos. Isto significaria que passamos na fase mais difícil e no teste em geral. Iurrul! Mas também significaria que a vida inteligente é relativamente rara no Universo e que podemos ser a única civilização avançada que existe no momento. Portanto, o Universo poderia realmente estar relativamente vazio em se tratando de vida inteligente. Isso significa que as chances de fazermos alguns amigos de outros planetas e visitá-los em nossas naves espaciais super legais são baixas. Isso é triste, mas o segundo cenário é muito pior.
Ele afirma que o filtro pode, na verdade, estar no nosso futuro. Ainda não enfrentamos este teste misterioso e bastante avançado. Isso significa que ainda há uma chance de fracassarmos. Se o filtro realmente estiver no nosso futuro, pode significar que existem muitas civilizações inteligentes por aí, mas todas elas estão lutando para superar os mesmos obstáculos que podemos enfrentar mais cedo do que pensamos. Elas podem estar tentando passar nestes testes, permanecer vivas e nos enviar uma mensagem de que não estamos sozinhos e que gostariam de nos visitar também.
Uma das coisas de que a teoria do Grande Filtro fala é o desenvolvimento da inteligência artificia, ou IA. À medida que as tecnologias de IA se tornam mais avançadas, é possível que elas possam representar uma ameaça à humanidade ou levar a consequências indesejáveis se não tivermos cuidado o suficiente com elas.
Ainda há esperança, porém, nem tudo é tão escuro e sombrio! Talvez algumas civilizações já tenham passado pelo Grande Filtro e estejam por aí, no Universo, e elas conseguirão nos enviar uma mensagem. Talvez uma forma de vida que ainda não seja maior do que as bactérias esteja em algum lugar lá fora. E ela ainda não chegou ao nível em que está desenvolvida o suficiente para se comunicar conosco. Ou talvez seremos nós a passar no teste e a enviar uma mensagem aos outros um dia.
De qualquer forma, os cientistas não desistem. Eles continuarão procurando por traços de vida ao nosso redor no espaço, especialmente em nosso Sistema Solar. E algumas de suas descobertas nos dizem que talvez não precisemos olhar além de nossa vizinhança para encontrar sinais de vida.
Primeiro, há Encélado, uma pequena lua que gira em torno de Saturno. No início, os pesquisadores acreditavam que se tratava apenas de uma simples rocha coberta de gelo. Mas em 2005, a nave espacial Cassini da NASA tirou fotos de gêiseres de água congelada que foi vomitada de fendas na parte sul de Encélado. Uma das explicações mais prováveis é que existem oceanos de água líquida sob a superfície congelada. Eles permanecem quentes por causa das forças gravitacionais entre Encélado e outras luas de Saturno. A água é o elemento chave para o desenvolvimento da vida, portanto... bem, nunca se sabe.
Além disso, os cientistas descobriram a presença de fósforo em Encélado, que é outro elemento essencial para que a vida apareça. É um dos seis elementos básicos da vida, e desempenha um papel muito importante em muitos processos biológicos — por exemplo, na formação de membranas celulares e na transferência de energia. Acredita-se que o fósforo provavelmente venha do núcleo rochoso da lua e seja transportado para o oceano através de aberturas hidrotermais.
Passando para o próximo local potencial que poderia conter alguma forma de vida — Titã, o irmão mais velho de Encélado. É a única lua em nosso Sistema Solar que tem nuvens e uma atmosfera densa que normalmente se encontra nos planetas. E é o único lugar conhecido em nosso Sistema Solar — exceto a Terra, é claro — que tem lagos líquidos. Cheios de metano e etano — gás natural líquido — mas, ainda assim. Titã é um mundo que mais se assemelha à Terra.
Os cientistas até acreditam que existem condições semelhantes às que a Terra teve em seus primeiros anos de vida. No entanto, nosso planeta natal está mais próximo do Sol e, por isso, sempre foi mais quente. Titã também pode ter um oceano subterrâneo de água líquida sob sua superfície.
Não podemos deixar Marte de lado quando falamos das possibilidades de vida no espaço. Uma das principais evidências é o metano encontrado no Planeta Vermelho. O metano é um gás que pode ser produzido por organismos vivos, como as vacas, por exemplo, e, por isso, pode ser um sinal importante. Também foram encontrados compostos orgânicos na superfície marciana, os quais são os blocos de construção da vida.
Outra descoberta promissora em Marte é a água líquida. Pode haver um lago localizado sob uma calota polar de gelo, e os cientistas acreditam que ele possa até conter vida microbiana.
Europa é uma das luas que orbitam Júpiter. Ela também tem muita água, potencialmente. Poderia haver um oceano salgado sob sua crosta de quase 16 quilômetros de espessura com mais água do que todos os oceanos da Terra contêm juntos. É provável que haja um fundo marinho rochoso no fundo deste misterioso oceano. A interação entre as rochas e o oceano poderia criar nutrientes químicos que os organismos — se houver algum — precisam para sobreviver.
O oceano secreto de Europa provavelmente também tem respiradouros hidrotermais, que são basicamente áreas onde água quente e minerais são liberados do fundo do mar. Estas aberturas suportam uma variedade de formas de vida na Terra, portanto é empolgante saber que existe a possibilidade de que formas de vida similares possam existir também em Europa.
O problema poderia ser a radiação proveniente de Júpiter. Ela é verdadeiramente forte e, como tal, pode ser realmente prejudicial a qualquer forma de vida potencial lá. Qualquer vida em Europa precisaria ter algum tipo de escudo para que pudesse sobreviver a uma radiação tão intensa.
Vamos também verificar a segunda maior lua de Júpiter, Calisto. Ela tem muitas crateras, mas ainda é um dos corpos geologicamente mais inativos do Sistema Solar, sem vulcões ativos ou atividade tectônica. É por isso que sua superfície é, em sua maioria, a mesma da época em que a lua se formou, e é por isso que ela nos dá uma janela única para a história inicial do Sistema Solar. E você adivinhou bem: Calisto também tem um oceano subterrâneo que pode potencialmente conter vida. Divertido de se pensar, não é?