9 Tendências incomuns que surgiram na última década e parece que vieram para ficar
Como disse Mário Quintana: “A saudade é o que faz as coisas pararem no tempo”. Sentir o cheiro do perfume da mãe ou escutar uma música favorita de 10 anos atrás certamente instigariam o sentimento nostálgico em muitos de nós. Há algumas coisas, ainda, que nos transportam para uma determinada época na história. Os anos 90, por exemplo, nos deram muitos presentes, como os pokémons e as fitas de videocassete. Os anos 2000: os glamourosos telefones dobráveis. E, agora, no ano de 2020, quais são as características mais marcantes que serão recordadas nas próximas gerações?
Nós, do Incrível.club, decidimos analisar quais fenômenos e tendências emergiram na última década (2010-2020), e quais deles serão lembrados no futuro. Acompanhe!
Sadfishing
Se antes todos queriam estar sempre “bem” na frente das câmeras — mesmo quando não estivessem na realidade — agora a nova tendência é expor momentos e pensamentos íntimos e de preocupação com os outros. É conhecido como sadfishing quando usuários compartilham seus momentos de tristeza (às vezes com lágrimas) com a audiência de suas redes sociais. O termo foi primeiramente usado por Rebecca Reid, uma jornalista britânica, e pode ser traduzido como uma junção entre “sad” (triste) e “fishing” (pescaria).
O sadfishing causa reações diversas: alguns simpatizam com as pessoas que falam abertamente sobre assuntos delicados. Outros acreditam que é apenas uma forma de chamar a atenção e ganhar mais seguidores. Muitas celebridades também participaram do movimento. A modelo Kendall Jenner, por exemplo, compartilhou em seu Instagram a batalha que travava com a acne; Justin Bieber admitiu publicamente que enfrentava problemas de saúde mental; Billie Eilish já chorou diversas vezes na Internet e publicou muitos posts com legendas melancólicas.
Segundo pesquisadores, pessoas com alta pontuação de personalidade da tríade obscura — psicopatia, narcisismo e maquiavelismo — muitas vezes buscam atrair a atenção dos outros para si mesmas. Por essa razão, há grandes chances de que se tornem autoras regulares de posts de sadfishing.
E-Girl/E-Boy
E-Girl/E-Boy é uma nova subcultura que explodiu nas redes sociais e representa uma variação da estética emo. Podemos reconhecê-los nos vídeos curtos e característicos do TikTok e pela hashtag #eboy ou #egirl. O visual é também bastante perceptível: sombras coloridas nas pálpebras, desenhos nos olhos, cores modernas de cabelo, sardas no rosto.
Os interesses dos “emos” da geração Z são os mais diversos: jogam videogames; assistem a animes; seguem as mais novas tendências da Internet e escutam artistas contemporâneos, como Billie Eilish e Lil Peep.
As subculturas dos anos 2000 tentavam transmitir para a sociedade seus ideais, e a aparência servia apenas como meio de se autoidentificar e chamar atenção para as ideias que buscavam disseminar.
Os “novos emos” — e-boy/e-girl — não representam um recorte típico da nossa cultura, mas uma reflexão das redes sociais. A grande diferença desse grupo em relação ao dos anos passados é que a imagem vem em primeiro lugar e essa representação artística é como uma personalidade alternativa que existe apenas no mundo virtual.
Tirar foto de cócoras
Em inglês, essa pose é conhecida como getting leggy, o que em português se diria “agachado” ou “de cócoras”. Não se popularizou apenas entre os adolescentes, mas também entre as celebridades. É uma forma de exibir uma imagem mais ousada e, talvez, mais urbana. Uma das posições mais usadas por Kylie Jenner, Emily Ratajkowski, entre outros influenciadores do Instagram.
Doomer
Muitas pessoas conhecem as gerações “Z” e “Baby boomer”, mas doomer é um termo relativamente novo e, por isso, nem todos os usuários das redes sociais estão familiarizados com ele. Não podemos dizer que faz parte de uma nova geração: em tese, os próprios milênicos (Geração Y) já exibiam tal comportamento — que se baseia em ter uma visão um tanto quanto pessimista da vida. Os doomers acreditam que não adianta combater as mudanças climáticas, o esgotamento dos recursos naturais e nem mesmo a corrupção. De forma geral, tais pessoas apresentam certas características marcantes, como, por exemplo, ter dificuldade de se adaptar ao meio social, manter maus hábitos com relação à saúde e escutar músicas depressivas com frequência.
O termo foi mencionado pela primeira vez em um comentário acerca de um artigo publicado pelo romancista Jonathan Franzen, intitulado “E se parássemos de fingir?”, no The New York Times em 2019.
Cultura Woke
Quando falamos de cultura woke, nos referimos principalmente às pessoas que são muito sensíveis à injustiça social e defendem os direitos daqueles que não se encaixam no padrão: diferentes etnias, representantes do meio LGBTQIA+, feministas.
No entanto, há uma opinião circulando na mídia de que algumas pessoas veem opressão até mesmo onde ela não existe. Além disso, a cultura woke incentivou empresas a capitalizar o idealismo e criar campanhas de marketing com ideias mais progressistas.
Nanoinfluenciadores
Diferentemente dos blogueiros com enorme audiência, os nanoinfluenciadores têm apenas cerca de 1000-1500 seguidores. As contas não são glamourosas, e as fotos não são cobertas de filtros. Dessa forma, os usuários — que visitam tais perfis — têm uma percepção de maior proximidade, como se vissem aquelas pessoas como tangíveis. Consequentemente, há maior confiança nelas do que nos influenciadores das capas de revistas.
As marcas, por sua vez, estão cada vez mais priorizando qualidade sobre quantidade. A publicidade para nanoinfluenciadores é mais barata, e o público deles tende a ser mais fiel e engajado.
Grupos e páginas fechadas
As redes sociais podem estar migrando para um âmbito mais privado — como grupos e páginas fechadas apenas para um seleto grupo de amigos. Mark Zuckerberg comentou ainda no começo deste ano que acredita ser esse o futuro do Facebook e do Instagram. A Internet vem se tornando cada vez mais restrita: blogueiros criam contas separadas e privadas e exigem uma taxa para quem quiser seguir. Muitas estrelas abrem suas contas oficiais somente para ganharem mais seguidores.
Além disso, há um acúmulo cada vez maior de dados no meio virtual, o que faz com que seja mais difícil de encontrar informações relevantes e de qualidade.
Criador de filtros de Instagram
Os filtros são um dos principais recursos visuais usados no Instagram e, por conta da alta demanda, até surgiu uma nova profissão — criador de filtros de Instagram. É um ramo ainda novo apesar de a tecnologia existir há pelos menos três anos. Embora os filtros sejam disponibilizados em diversas plataformas, como Snapchat ou Facebook, a tendência viralizou mesmo no Instagram.
Agora qual você acha que é o preço de um filtro? Bom, depende da dificuldade do projeto e do tamanho da marca. Por exemplo, esse trabalho (na foto acima) da Johanna Jaskowska — uma criadora digital que vive em Berlim — sairia por cerca de 7 a 25 mil euros.
Vídeo vertical
Podemos estar no meio de uma revolução no audiovisual: os vídeos verticais estão ganhando cada vez mais espaço, principalmente porque são mais convenientes para assistir no celular. Normalmente não têm nenhuma história, apenas mostram imagens visualmente agradáveis. Antes existiam só nos Stories. Hoje, também no TikTok. É possível que em breve tenhamos diversos conteúdos “verticais”: clipes de músicas, filmes, streaming. Já pensou?
Na sua opinião, quais as tendências mais incomuns do nosso tempo que serão lembradas no futuro? E o que você gostaria que fosse? Comente!