9 Princípios do castigo que não ferem a autoestima das crianças
Segundo as estatísticas, quase todos os pais estão convencidos de que estão criando bem seus filhos. Na prática, nem tudo é tão idílico. Como regra geral, os erros são reduzidos à incapacidade de controlar suas próprias emoções e de aplicar uma punição semelhante ao mau comportamento. Isso, por sua vez, leva a conseqüências desagradáveis para a vida futura da criança: complexos, medos e atitudes inadequadas aparecem.
No Incrível.club, temos a certeza de que ninguém gosta de repreender os filhos, mas às vezes não há escolha a não ser fazê-lo. No momento do aprofundamento dessa questão, parece fundamental a ajuda de especialistas que sabem que tipo de punição e em que situações isso pode ser necessário.
1. Não castigar por atos não intencionais
Na maioria dos casos, a criança não foi movida pelo desejo de fazer algo ruim, mas por seu instinto de exploração. Se a criança fez algo por razões desse tipo, vale a pena apoiar, mesmo que seu ato tenha sido seguido de um desgosto. O mesmo pode se aplicar àquelas situações causadas por um acidente. A criança precisa que os adultos usem de sua empatia com ela e sugiram como é melhor corrigir as consequências do evento.
Ao castigar ações não intencionais como se fossem má conduta, os pais correm o risco de criar uma pessoa indecisa. Ela fará o que lhe dizem com perfeição, já que se habituará a comportar-se impecavelmente na presença de uma pessoa autorizada. Quando chegar à fase adulta, terá problemas para tomar suas próprias decisões, tornando-se difícil para ela assumir responsabilidades.
2. Proibir e pedir são coisas diferentes
Esses tipos de situações são chamados de “ações estereotipadas”. Como regra geral, os defensores da educação tradicional tendem a cair nisso. A motivação de um adulto neste caso é simples: “porque é necessário” ou “porque meus pais fizeram isso”. Por exemplo, entre as frases “é melhor que você não jogue videogame” e “não jogue videogame”, encontramos uma grande diferença: no primeiro caso, é um pedido, enquanto o segundo é uma ordem. Repreender por esta violação só faz sentido no último caso.
Para uma criança emocionalmente forte, isso não envolverá nenhum trauma, enquanto em uma mais sensível pode causar dor. Quando atingir a idade adulta, será criado um sentimento de culpabilidade. A criança atenderá às solicitações de absolutamente todas as pessoas que respeita, pois temerá as consequências negativas de recusá-las ou de fracassar.
3. O castigo deve ser imposto com a mente fria, sem emoções
Se uma criança não quiser obedecer alguma determinação, alguns pais experimentam uma raiva incontrolável, mesmo que geralmente amem loucamente o filho ou filha. Isso é frequentemente associado ao fato de que os adultos têm expectativas muito altas sobre a criança. E, quando essas expectativas são confrontadas com a realidade, os pais acabam sentindo insatisfação. Essas emoções, simplesmente, devem ser eliminadas.
Uma criança com uma mente saudável muitas vezes não será afetada por gritos frequentes e pelo mau humor de seus pais, mas se ela for muito suscetível, pode acabar tendo problemas no futuro. Entre eles, os psicólogos falam sobre a aceitação do papel da vítima, bem como dependência de pessoas com um status social mais elevado.
4. O castigo em público é inaceitável
O castigo público provoca na criança um sentimento de vergonha diante da sociedade que a rodeia e, muitas vezes, acaba em raiva dos pais. Os psicólogos não recomendam nem o uso de frases comuns como “o que os outros dirão?” Aproximadamente a mesma coisa, é claro, acontece com a estimulação em público, mas o que é encorajado neste caso não é vergonha, mas tendências narcísisticas.
A criança, resignada a ser “flagelada” na frente de todos, se sente constantemente humilhada e espera que a mesma coisa aconteça novamente em breve. Na idade adulta, é possível que se torne uma pessoa que depende inteiramente da opinião da maioria, por isso é improvável que possa tomar decisões com base em suas idéias pessoais sobre o mundo.
5. Se você ameaçou com uma punição, é preciso executá-la
Se o adulto prometeu uma punição, deve cumpri-la. A ameaça que não é levada ao fim, segundo os psicólogos, acaba sendo pior que a ausência de punição. A criança percebe que as palavras dos pais são sopradas ao vento e deixam de levá-las a sério. O sistema de valores dela torna-se impróprio para o uso, porque não consegue entender a diferença entre uma ação ruim e uma boa, já que não existe um sistema de controle definido.
Entretanto, você pode esquecer a punição se a ameaça tiver efeito. Mas, neste caso, é necessário informar seu filho que esta não é a norma usual, mas uma rara exceção à regra.
6. Não sabe quem é o culpado? Todos devem ser castigados!
Se um adulto não tem certeza de quem é o culpado, punir um único filho não é a melhor solução. No caso de haver amigos com ele, é melhor se abster de críticas em geral, já que você não deve repreender os filhos de outras pessoas. Se eles são irmãos e o fato é sério, forçando uma punição, é melhor puni-los todos igualmente se nenhum admitir a culpa.
Caso contrário, o “culpado” pode ficar com complexo de vítima e no futuro pode facilmente tornar-se alguém que sempre tem a culpa de tudo. Enquanto aqueles não punidos desenvolverão uma autoestima excessiva e um senso de imunidade, que também, provavelmente, não terá um efeito positivo na vida adulta.
7. A criança é responsável apenas pela ação atual e não pelos erros cometidos no passado
Uma das regras básicas da educação: “punido, perdoado, esquecido”. Uma criança que é constantemente lembrada de seus erros do passado se torna um adulto sem iniciativa. Fica com medo de inovar e, por isso, escolhe a rotina. Também será muito difícil para uma pessoa assim aprender com seus erros: em vez de analisar cada situação em particular, acabará simplesmente entrando em looping baseando-se neles.
No caso de os pais descobrirem um “delito” menor, depois de muito tempo que ele tenha sido cometido, os psicólogos também recomendam rejeitar a punição. É o suficiente para explicar à criança em que consiste sua culpa.
8. O castigo deve ser proporcional à idade e às predileções
da criança
O sistema a ser seguido na hora de castigar deve ser claro e equilibrado. Não faz sentido repreender as notas ruins na escola da mesma maneira que uma janela quebrada na casa do vizinho. Para pequenos danos, pequenas punições. Já para uma má conduta de natureza séria, punição severa.
Você também tem que levar em conta a idade e seus hobbies. Se um adolescente adora redes sociais, sua ausência será obviamente percebida como uma punição severa, mas para uma criança que nem ao menos usa serviços de mensagens instantâneas, ou os usa de uma maneira não tão ativa, essa punição pode parecer inclusive sem sentido.
Uma criança que é repreendida da mesma maneira por todas as travessuras e maus comportamentos não conseguirá construir um sistema adequado de valores morais. Será difícil para ela distinguir as coisas de acordo com o seu significado, já que não verá a diferença entre uma janela quebrada e notas baixas na escola, por exemplo.
9. Repreender sem recorrer a palavras obscenas nem insultos
Isso acontece espontaneamente e sob a influência de emoções fortes. Muitos pais nem percebem do que chamam seus filhos. Enquanto isso, os psicólogos recomendam usar apenas um vocabulário neutro e não avaliativo.
Em uma criança que é mais sensível, insultos diminuem sua autoestima. A palavra, proferida pela mãe ou pelo pai, fruto do calor da raiva, pode ficar marcada a fogo na memória de uma pessoa adulta. Aliás, nas meninas essas coisas as afetam mais fortemente porque são mais propensas à reflexão do que os representantes do sexo masculino.
Talvez você tenha topado com métodos errôneos de punição que tiveram suas consequências? Você pune seus filhos? Conte mais sobre isso para a gente.
Comentários
Quando eu era criança ficava com muita raiva quando meus pais me batiam e quando eu perguntava pq eles diziam "pq eu sou sua mãe" . E daí? Tem q conversar e explicar
DIALOGO E TUDO MEUS AMIGOS
Sofri tudo isso na minha infância e hoje sou um qualquer q a sociedade v como lixo