8 Mensagens ocultas que mostram o lado profundo dos filmes da Disney

Psicologia
há 5 anos

Se você acha que os desenhos animados são feitos apenas para crianças, vai se surpreender, porque por trás de histórias de princesas e animais falantes existem muitos assuntos sérios e importantes sendo tratados, mas que muitas vezes passam despercebidos. Os temas nem sempre são apresentados de maneira óbvia ou são fáceis de digerir, por isso podem arrebatar até os fãs mais atentos, levando-os a sérias reflexões.

Aqui, no Incrível.club, explicaremos várias questões sociais mostradas pela Disney em seus filmes, muitas vezes nem notadas. Aproveite para rever os desenhos animados, pois, a partir de hoje, sua perspectiva a respeito deles com certeza será totalmente diferente.

1. Assédio sexual — O Corcunda de Notre Dame (1996)

O filme O Corcunda de Notre Dame provavelmente conta a história mais sombria dos desenhos da Disney. Muitas questões sociais são mencionadas nesse filme, incluindo religião, genocídio e assédio sexual.

A jovem cigana Esmeralda representa o objeto sexual e esse fato é especialmente óbvio quando ela está com Frollo. O modo como ele a trata (constantemente a tocando e até cheirando seu cabelo e lenço) mostra claramente que ele se sente sexualmente atraído por ela e Esmeralda sabe disso. Ele nem nega seu desejo: sugere claramente que ela deve escolher entre ficar com ele ou ser queimada viva.

O exemplo de Esmeralda nos ensina a ter coragem, a nos defender e a deixar apenas pessoas dignas fazerem parte de nossas vidas.

2. Depressão e saúde mental — Divertida Mente (2015)

Divertida Mente é, na verdade, um filme sobre depressão e fala como essa doença se desenvolve. Quando Riley se muda para São Francisco, no norte da Califórnia, nos EUA, sua depressão começa a surgir, mas ela não quer decepcionar seus pais e tenta esconder seus verdadeiros sentimentos. Também podemos notar quando a tristeza toma conta dela, afetando tudo ao seu redor.

Quando a Alegria e a Tristeza desaparecem, Riley não consegue ser feliz nem se abrir para mostrar seus sentimentos, entrando em uma profunda depressão. O filme inteiro narra como a doença progride e destrói tudo o que costumava ser significativo para ela.

O filme mostra que não há problema em não se sentir feliz o tempo todo e que é importante aceitar todas as emoções experienciadas. Também convida a falar sobre os sentimentos e sobre a saúde mental.

3. Custódia e perda dos filhos — Lilo & Stitch (2002)

Além de falar, entre outros temas, sobre alienígenas, a narrativa explora ainda como duas irmãs órfãs tentam superar a perda dos pais e continuar sendo uma família. A perda foi muito forte emocionalmente para a pequena Lilo, além disso, ela não se comporta muito bem, dificultando tudo para a irmã mais velha, Nani, que agora precisa trabalhar e cuidar da irmãzinha para manter sua custódia.

A situação fica ainda mais difícil com a atitude da assistência social, cujos responsáveis ficam de olho nas irmãs, ameaçando levar Lilo embora. O filme fala da luta pela guarda dos filhos e sobre a dissolução de uma família. Também mostra como é difícil para uma criança superar a perda, o que é preciso para uma família desolada superar todas as dificuldades e o quanto as crianças precisam de amor e apoio.

Lilo & Stitch nos ensina a ser gentis e a confiar nos outros e, é claro, ensina que “Ohana significa família, e família significa que ninguém deve ficar para trás ou ser esquecido”.

4. Deficiência mental — Procurando Dory (2016)

Dory é um peixe azul que tem problemas de memória de curto prazo. Desde cedo aprendeu a sobreviver com a doença, explicando sua condição para outras pessoas. Quando perdeu os pais, nadou totalmente sem rumo, sem saber quem era — e essa é a realidade enfrentada por pessoas que sofrem de distúrbios da memória.

A perda de memória de curto prazo não é o único problema mostrado no filme. Muitos personagens que Dory conhece têm uma determinada doença mental (por exemplo, Hank, o polvo, representa a depressão e a baleia, chamada Bailey, representa a ansiedade).

O filme ensina às crianças como aceitar pessoas com alguma deficiência mental e as encoraja a superar seus problemas, para poder alcançar seus sonhos. Mostra ainda a realidade e as lutas enfrentadas por aqueles que sofrem de algum distúrbio, inspirando as pessoas a ajudá-los e a apoiá-los.

5. Minorias sociais — Frozen: Uma Aventura Congelante (2013)

Em Frozen: Uma Aventura Congelante, Elsa precisa esconder sua personalidade e seus poderes desde criança. Até mesmo seus pais nunca a ajudaram a ser ela mesma e a não ter medo, preferindo excluí-la, fazendo com que se adequasse aos padrões.

As luvas dadas por eles representam a tentativa de esconder a personalidade de Elsa e torná-la “normal”. A jovem usou as luvas por muito tempo e tentou ser “normal”, até fugir e aceitar quem era, jogando-as fora.

No dia de sua coroação, quando todos descobrem que Elsa é dotada de poderes mágicos, ela é chamada de monstro. Mas a jovem nunca prejudicou ninguém nem fez nada de errado. Mesmo assim, as pessoas não querem aceitá-la, por ser diferente. Algo que soa bem familiar na sociedade atual.

O filme mostra como as pessoas diferentes são ameaçadas socialmente, e não se trata apenas de mágica: qualquer tipo de minoria social existente em nossa própria sociedade pode passar por essa situação. Frozen: Uma Aventura Congelante ensina que não há problema em ser diferente e que todos têm seu lugar no mundo, não importa quem sejam.

6. Ditadura — Toy Story 3 (2010)

No filme, Andy adulto doa seus brinquedos para uma creche, governada por um ursinho de pelúcia chamado Lotso. Ele apresenta o local como um paraíso, mas a realidade é completamente diferente: o local é liderado por um déspota de pelúcia, o urso Teddy.

Esse filme ilustra os muitos aspectos da ditadura: um líder carismático, a existência de classes sociais (a elite que vive em uma sala, onde as crianças boas brincam e cuidam muito de seus brinquedos; e o restante dos brinquedos deixados em uma sala diferente, onde ninguém cuida bem deles), lavagem cerebral (o que aconteceu com Buzz Lightyear), trabalho forçado e ideologia.

Apresentado como um paraíso e um lugar de liberdade, Sunnyside vive, na verdade, uma ditadura, com disciplina militar. O que o criador quer mostrar e ensinar vem da boca da boneca Barbie: “A autoridade deve derivar do consentimento dos governados, não da ameaça e do uso da força!”

7. Bullying — Detona Ralph (2012)

Em Detona Ralph, Vanellope não era como as outras garotas. O fato de ter um defeito a transformou em alvo de bullying: além de não ser aceita por seus colegas, era constantemente humilhada e zombada por eles. Mas Vanellope sempre se mostrou amistosa, esquecendo das ofensas sofridas.

O bullying é algo generalizado em nosso mundo e muitas crianças podem receber o mesmo tipo de tratamento dado a Vanellope. Ao criar uma personagem forte e carismática, a Disney pretende passar a mensagem de que apoia as vítimas de bullying, mostrando que as peculiaridades do indivíduo são responsáveis por torná-lo único e que existem pessoas no mundo que vão gostar dele do jeito que é. Além disso, Vanellope é um exemplo para as crianças que se sentem intimidadas, ensinando o quanto é importante se manterem amistosas, não importa o que aconteça.

8. Relacionamento familiar abusivo — Enrolados (2010)

A mãe de Rapunzel, Gothel, tenta destruir a autoestima da filha, zombando de sua aparência física, questionando a possibilidade de alguém gostar dela, rindo de seus sonhos e fazendo a moça se sentir culpada por tudo.

Além disso, ela constantemente diz que Rapunzel é ingênua e que não conseguiria se defender, tentando torná-la emocionalmente dependente. Gothel também não a deixa sair da torre e tomar suas próprias decisões. O filme ilustra muito bem a relação dos filhos com pais superprotetores e tóxicos.

O abuso emocional não é visto como um abuso físico, embora possa ser tão traumatizante quanto. As pessoas não discutem isso amplamente e a Disney revela esse problema, mostrando às crianças que as pessoas podem ser abusivas e, mesmo sendo próximas, elas devem fugir, pois existem pessoas neste mundo que vão amar quem você é e apoiar até suas ideias mais loucas.

Gothel só expressa carinho e amor pelos cabelos de Rapunzel, não diretamente à filha, demonstrando que realmente não a ama. Gothel não apenas não ama Rapunzel, como também a manipula constantemente, ilustração clara de uma relação emocionalmente abusiva.

Quais outras questões sociais você acha que também deveriam ser expostas? Já notou outros problemas ocultos nos filmes da Disney? Vamos discutir todas as suas ideias nos comentários.

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