7 Truques para nunca mais precisar gritar com seu filho
Ser pai ou mãe não é fácil, e se irritar quando os filhos se comportam mal é completamente natural. Mas se os pais expressarem suas emoções através de gritos e tapas, isso pode ter sérias consequências para o desenvolvimento da personalidade e da saúde mental da criança. Um estudo realizado com 976 famílias mostrou que os gritos dos pais podem causar mudanças negativas na estrutura do cérebro, o que pode levar a depressão e a um comportamento antissocial na adolescência. E embora alguns acreditem que sem essas correções a criança não obedecerá os pais e tentará dominá-los, há uma maneira de transformar as relações familiares de tal forma que não seja mais necessário levantar a voz.
Aqui no Incrível.club acreditamos que nunca é tarde demais para nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos como pais. Esses simples passos poderão ajudar as mamães e os papais a aprender como se comunicar com seus filhos de maneira calma e construtiva em qualquer situação.
1. Encontrar o gatilho
Todos sabemos que gritar é errado, mas muitas vezes é difícil evitar. Por exemplo, quando as crianças estão atrasadas para a escola e não querem colocar a roupa, ficamos irritados e imediatamente pegamos o pequeno e, sem esconder nossa raiva, começamos a vesti-los com irritação. As situações que nos causam uma reação exagerada são consideradas gatilhos.
O médico e autor do popular livro Anger Kills (A raiva mata, em tradução livre), Redford Williams, sugere que recordemos e registremos os momentos que nos causam raiva para que possamos nos preparar com antecedência ou para aprendermos a evitá-los. Por exemplo, é possível colocar a criança para dormir meia hora antes e, de manhã, organizar uma competição para ver quem irá se vestir mais rápido.
2. “Pedir” para que seu cérebro avise-o antes de um
surto de raiva
É impossível evitar todas as situações em que temos reações exageradas. Mas se soubermos de antemão o que geralmente nos deixa irritados, é possível evitar tais crises. A autora do blog “Woman from Mars”, a ex-vice-presidente da empresa 20th Century Fox, Olga Nechaeva, falou sobre uma técnica que a ajuda a lidar com as emoções.
Imagina esta situação: você está terrivelmente cansada depois do trabalho, está difícil colocar o seu filho para dormir, você sai do quarto na ponta dos pés e já antecipa alguns momentos só seus, quando, de repente, ouve aquele choro exigente: “Mamãe!”. Exatamente nesse momento, quando a raiva toma conta de seu corpo, é importante entender a sua reação. Você cerra os punhos ou os dentes? Fica sem fôlego? O ressentimento e sentimentos de impotência invadem seu corpo? Para melhorar, é preciso lembrar qual a sensação que esta explosão de emoções traz, e “atribuir uma tarefa” ao cérebro, para que, da próxima vez, ele avise que o ataque está prestes a começar.
Olga diz: “Da próxima vez que eu ouvir ’mamãe!’, vou perceber que o primeiro pensamento que me vem em mente é: ’agora vou enlouquecer’. É assim que o aviso funciona. E isso nos dá uma janela de responsabilidade, um segundo para respirar e sermos capazes de escolher entre agir como antes, depois desse gatilho, ou enfrentá-lo de maneira diferente”. Por exemplo, se a criança já tiver idade suficiente, é válido tentar explicar a ela que você deseja e precisa descansar e que, se precisar de algo, ela mesma poderá pegar. Essa é uma boa maneira de evitar acessos de raiva.
3. Encontrar uma maneira própria para controlar a raiva
Quando percebemos claramente qual é nosso gatilho, o poder que ele teria sobre nós enfraquece. Nesse momento, podemos encontrar uma maneira própria para nos acalmarmos: ir para outra sala, contar até 10, respirar profundamente ou dizer uma palavra que nos faça parar ou mudar o foco. No filmeTratamento de Choque, a palavra escolhida foi “gusfraba”. Os personagens tinham que dizer isso cantando durante uma explosão de raiva. Você também pode inventar sua própria palavra-chave (ou até mesmo uma frase, se for o caso).
4. Aprender a expressar suas emoções negativas
sem agressão
É preciso estar atento a qualquer emoção que você experimente, mesmo que seja raiva ou irritação. É importante não reprimir seus próprios sentimentos, mas aprender a expressá-los de forma construtiva. Em vez de levantar a voz, tente liberar essa "pressão’ de outras maneiras.
1. Use mensagens que mostrem o “Eu”. Por exemplo, em vez de dizer “você fez algo errado”, diga “eu fiquei chateado com o seu comportamento”. Isso permitirá expressar sentimentos negativos sem ofender a criança.
2. Procure transformar as coisas em uma brincadeira. Por exemplo, você pode optar por “rosnar” ferozmente, cantar uma ópera dramática, exclamar que sua paciência se esgotou e jogar um bicho
de pelúcia para resolver a situação, transformando uma situação difícil em uma brincadeira divertida, algo leve.
Caso não consiga evitar uma reação “ruim”, peça desculpas. Depois de uma briga, quando os ânimos de todos se acalmarem, discuta seus motivos e descreva como se sentiu. Quando há muita confiança nas relações familiares, a pessoa tende a gritar com menos frequência.
5. Institua “Um dia tranquilo” em sua família
Se você não consegue se conter, faça um pequeno experimento. Tente não gritar apenas por um dia (é melhor aproveitar um dia do final de semana para isso) e peça à criança para fazer o mesmo. E, aconteça o que acontecer, tente resolver o problema sem levantar sua voz. É possível tentar instituir um “dia sem grito” (ou como quiser chamar) uma vez por semana. Uma ideia é utilizar as maneiras de resolver as coisas que você inventou durante esse período de “trégua” nos outros dias.
6. Substitua pedidos por regras
Em seu livro Não Grite com as Crianças! Como Resolver Conflitos com Crianças e Fazê-las Ouvir Você?, em tradução livre, o psicólogo Daniele Novara aconselha os pais a estabelecer regras claras na família. Desta forma, muitas razões que geram conflitos desaparecerão sozinhas. Não confunda as regras com ordens como “sente e coma!”, ou “não se atrase!”. Quando damos uma ordem, sempre corremos o risco de enfrentar a desobediência. Estabeleça regras claras, que todos devem respeitar de forma sistemática: que horas a criança deve ir para a cama, como ela deve se comportar na mesa, quanto tempo deve ficar na frente do computador, etc. Isso a ajudará a compreender como se comportar e, dentro desse contexto, agir de forma independente.
7. Entenda as causas da sua raiva
Suponha que a criança tenha tirado uma nota ruim na escola ou tenha deixado cair um copo de suco. Nada fora do comum, mas isso te irrita. Pense no que exatamente causa essa reação. A psicóloga Lyudmila Petranovskaya argumenta que o real motivo pode ser exaustão emocional dos pais, sentimento de culpa ou até mesmo medo da condenação dos outros. Seja qual for o motivo da sua raiva, tente descobri-lo, sozinho ou até mesmo com a ajuda de um psicólogo. A raiva muitas vezes substitui experiências mais profundas e, talvez, ao cuidar do seu estado mental, você tornará a vida mais fácil, tanto para você quanto para seus filhos.
Como você age quando seus filhos o deixam com raiva? Comente para que as pessoas vejam que não estão sozinhas!
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Algumas pessoas parecem repetir o padrão de como foram criadas,sem acompanhar a evolução educativa.