7 Hábitos que nos fazem deixar a própria vida para depois

Psicologia
há 6 anos

Embora saibamos que a vida não é para sempre, poucas pessoas se dispõem a viver o aqui e o agora. Costumamos nos lamentar pelo passado e sonhar com o futuro. Com isso, acabamos perdendo parte do que acontece no presente. A razão para isso são, geralmente, os “parasitas” mentais que podem afetar toda e qualquer pessoa.

O Incrível.club preparou uma lista de hábitos mentais prejudiciais que nos impedem de curtir o presente, além de indicar as causas que levam a isso e também dicas para driblar a situação.

1. Resolver os problemas do passado

Em seu livro “Mental Traps: Stupid Things That Sane People Do To Mess Up Their Minds”, o filósofo e psicólogo Andre Kukla classificou essa peculiaridade humana como sendo um mecanismo de defesa: não devemos tentar voltar, de forma compulsiva, àqueles pensamentos que lembram momentos desagradáveis, já que é impossível encontrar outra solução para eles.

Por que isso acontece: depois de um encontro romântico fracassado ou uma prova importante em que nos saímos mal, sentimos emoções desagradáveis. Ao tentar “corrigir” a situação do passado, passamos algum tempo sentindo uma espécie de sensação de revanche. Infelizmente, o que passou não pode ser mudado, mas ainda assim continuamos pensando continuamente no que já aconteceu.

O que fazer: quando as sensações negativas estão dominando, é preciso manter o foco no dia a dia: esportes, trabalho ou estudos, por exemplo. Dali a algum tempo, quando a situação deixar de provocar tanto incômodo, podemos até voltar a pensar nela para tirar conclusões. Sem o domínio de emoções fortes, é possível enxergar racionalmente o fato, deixando a situação desagradável onde ela tem de ficar: no passado.

2. Adiar coisas importantes

Para ganhar aquilo que não temos, precisamos fazer o que não fazemos. Isso, porém, nem sempre é algo fácil de colocar em prática. Durante meses ou até anos, as pessoas adiam a matrícula na academia, a mudança de emprego ou o início de um novo curso universitário.

Por que isso acontece: nossa vida real é adaptada à existência de diversos hábitos e assuntos. Quando iniciamos algo, geralmente enfrentamos certos problemas. Por exemplo, fica difícil emagrecer quando se está acostumado, no trabalho, a tomar café com doces ou ir a restaurantes com as amigas frequentemente. Além disso, a vontade de emagrecer é muito abstrata, então o cérebro não entende o que precisa fazer e simplesmente ignora.

O que fazer: em primeiro lugar, substitua hábitos antigos por novos aos poucos. Você pode se encontrar com as amigas para jantar só uma vez por mês, deixando 3 dias livres para a academia. Em segundo lugar, é preciso dividir um grande objetivo em pequenas tarefas. O autor do livro “One Small Step Can Change Your Life: The Kaizen Way”, Robert Maurer, propõe o seguinte: se você tem preguiça de ir à academia, pode começar fazendo alguns exercícios diários em casa. O corpo não sentirá muitos efeitos, mas, para a mente, será um sinal de um novo hábito, que é importante e necessário para você.

3. Muito planejamento gera muita expectativa

Essa armadilha mental é chamada de “regulação”. Nós caímos nela quando ficamos muito envolvidos na elaboração de planos e começamos a programar até aquilo que não podemos influenciar. Por exemplo, fazemos todo um planejamento para a semana inteira das férias. Só que, ao chegar ao destino, damos com a cara na porta de um museu fechado, restaurantes lotados e precisamos encarar um tempo fechado, em vez de dias de sol. O resultado: férias arruinadas.

Por que isso acontece: diante de um planejamento em detalhes, o cérebro tenta se assegurar, buscando por possíveis ameaças para garantir o máximo de sucesso naquilo que foi programado.

O que fazer: lembrar que nem tudo depende de nós. Não podemos influenciar o clima, o trânsito nem o horário de funcionamento dos estabelecimentos do nosso interesse. Isso quer dizer que não é preciso se esforçar demais. Basta cuidar do que é mais importante. Para o resto, é preciso confiar na situação. Assim, ficamos mais abertos para lidar com surpresas agradáveis e para resolver tranquilamente problemas que eventualmente apareçam.

4. Fazer várias coisas ao mesmo tempo

Esse “parasita” é um verdadeiro problema nos dias atuais. Estamos acostumados a falar ao telefone e, ao mesmo tempo, digitar um relatório, ou então passear com os filhos enquanto não desgrudamos do celular para falar com as pessoas do trabalho.

Por que isso acontece: nosso cérebro nos faz crer que, quanto mais fizermos, maior será nossa recompensa. Por outro lado, o órgão não leva em consideração a qualidade do trabalho feito. Porém, é comum que existam vários erros num relatório feito às pressas, ou que não lembremos de nada a respeito de uma conversa importante que acabamos de ter.

O que fazer: lidar com o fato de que só podemos agir satisfatoriamente numa coisa de cada vez. Caso sinta que está com pouco tempo, combine tarefas que não exijam muitos esforços mentais. Você pode pintar as unhas e assistir um seriado, ou então fazer sua caminhada enquanto conversa com alguém ao telefone. Assim, dá para reservar tempo para algo mais importante e você se sentirá bem por não ter gasto tanta energia com assuntos de menor importância.

5. Costume de se comparar com os outros

Essa armadilha tornou-se mais popular nas últimas décadas, graças ao desenvolvimento da Internet e das redes sociais. Em vez de curtir a própria vida, muita gente se sente mal ao acompanhar os sucessos obtidos por outras pessoas, as viagens que elas fazem e os filhos lindos que têm.

Por que isso acontece: a competição social é algo normal e, até certo ponto, um processo inevitável. Afinal, não podemos nos desligar totalmente da sociedade. Quando nos comparamos com os outros, percebemos que lugar ocupamos na hierarquia social e sentimos o desejo de chegar mais longe. E é assim que se evolui.

O que fazer: há certo sentido em se comparar com “rivais” diretos e depois fazer algumas reflexões. Por exemplo, tentar entender por que seu colega se sai melhor nas disciplinas da universidade ou o que leva aquele conhecido a fazer tanto sucesso com as mulheres. Depois de descobrir os seus pontos fracos, bastará trabalhar para melhorá-los e comparar os resultados obtidos com os anteriores. A conscientização de querer ser melhor em algo motiva o desenvolvimento.

6. Condicionar a felicidade a determinada situação no futuro

Também prejudicial, esse hábito é conhecido como “fixação”. Esperamos passar a ganhar mais para que a vida seja mais agradável. Ou então acreditamos que, quando encontrarmos um grande amor, todos os nossos problemas acabarão. Em outras palavras, esperamos o momento para que algo aconteça e alcancemos a felicidade.

Por que isso acontece: é tudo culpa das emoções. Quando nos prendemos a certo acontecimento e pensamos constantemente nele, acabamos superdimensionando sua importância. Por exemplo: determinada mulher só pensava na própria solteirice às vezes, mas foi ao casamento de uma amiga e ficou triste durante um mês inteiro, vendo melodramas na TV e sonhando com o namorado ideal. Agora, ela acha que só será feliz quando encontrar alguém especial.

O que fazer: em primeiro lugar, não pensar demais no sonho. É preciso saber desviar a atenção. Assim, a ausência do que é desejado não será vista como uma catástrofe, já que o mundo conta com outras coisas também agradáveis e essenciais. Em segundo lugar, reconhecer que o caminho à felicidade pode exigir muito tempo e começar a trabalhar por ele com pequenos passos.

7. Excesso de zelo

Um ponto que está diretamente ligado ao anterior. Uma pessoa obcecada com a ideia de ter um relacionamento passará 3 horas escolhendo uma roupa para um encontro e pensando em como agir para parecer interessante. Já quem está obcecado com o trabalho tentará executar tarefas até no ônibus e chegará a dormir menos para começar a trabalhar antes.

Por que isso acontece: quando algo importante afeta outros aspectos de nossa vida, criamos uma espécie de dependência e deixamos de diferenciar as ações que trazem resultado das que não trazem. Para nós, é importante fazer algo e sentir que nos aproximamos do objetivo.

O que fazer: tranquilize-se e desvie seu foco para outras esferas da vida. Quando emoções turbulentas e a vontade de obter o desejado desaparecerem, avalie corretamente as atitudes que trazem benefícios. Com isso, será possível aplicar apenas 20% do esforço anterior e receber em troca o máximo de resultados.

A verdade é que até as pessoas mais inteligentes caem nas “armadilhas” mentais. Como você costuma lidar com elas? Comente!

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