7 Características do corpo humano que nos tornam animais vulneráveis

Em algum momento da história o homem passou a se considerar a grande obra prima de Deus. Mas, atualmente, os cientistas demonstram constantemente o contrário por meio de estudos, e não param de achar uma série de defeitos em nosso corpo. Muitas dessas características não combinam com o estilo de vida moderno. Além disso, todos nós pagamos um preço bastante alto por comer calorias demais e por ficar o dia todo sentados.

O Incrível.club decidiu falar sobre alguns defeitos do corpo humano que se formaram durante muitos anos de evolução. Por exemplo, o peso das pernas, uma consequência da pouca resistência à gravidade; ou o soluço, que se transformou em algo inútil quando perdemos as brânquias. Vamos ver outros aspectos interessantes sobre este tema.

1. Bipedismo

Para poder caminhar sobre duas pernas as pessoas pagam com curvaturas nas costas, hérnias e outros problemas. Quando nascemos, as vértebras estão unidas apenas com cartilagem (elas se juntam depois). Às vezes, esse processo nunca finaliza, o que pode levar a uma disfunção da coluna vertebral e a fortes dores.

A cintura é a que mais sofre, porque diariamente sente a pressão dos órgãos superiores. Se carregamos objetos pesados, a situação fica ainda mais grave. A radiculite, a lombargia e a osteocondrose são doenças que costumam aparecer em pessoas que fazem muito esforço físico.

Outras consequências desagradáveis de caminhar em pé são as doenças nos pés. Mais da metade da população mundial sofre com problema de pé chato, por exemplo. Esse tipo de deformidade causa incômodo, dores e afeta negativamente as partes superiores do corpo, como os joelhos, o quadril e a coluna vertebral.

2. Dupla função de alguns órgãos

Os órgãos reprodutores também são usados para eliminar toxinas, o que aumenta o risco de infecções e inflamações. Os homens sofrem esse tipo de problema de uma outra maneira porque seus órgãos mais sensíveis são externos e, evidentemente, mais vulneráveis. Além disso, a inflamação da próstata (uma glândula exócrina), através da qual passa a uretra, pode levar a problemas nas duas funções.

Além disso, não podemos falar, mastigar e respirar ao mesmo tempo. O que ocorre é que a laringe humana fica próxima ao esôfago, portanto um pedaço de comida pode entrar no buraco errado. A natureza ajudou os bebês: nos primeiros meses de vida, a laringe fica significativamente em cima do esôfago. Portanto, recém-nascidos podem respirar pelo nariz e engolir simultaneamente.

3. Transtorno do coração e dos rins

O corpo responde de maneira clara a qualquer mudança. Por exemplo, se a quantidade de sangue circulando diminui, os rins começam a reter líquido e sal. Antigamente, as pessoas percebiam isso quando a pessoa sofria alguma lesão e perdia uma quantidade significativa de sangue. Hoje em dia, a causa mais comum na diminuição do volume sanguíneo é o infarto do miocárdio (ataque cardíaco). Nesse caso, a retenção de líquidos é apenas um fator agravante que pode levar a edemas e à insuficiência cardíaca.

4. Veias frágeis

O sangue passa através das veias, vai até as extremidades e sobe pelo corpo, ou seja, supera a força da gravidade por causa das válvulas. Contudo, hoje em dia as válvulas estão mais fracas em função de uma predisposição hereditária ou por causa de um estilo de vida sedentário, deixando de realizar aquilo que deveriam. Como consequência, o sangue se acumula nas veias, fazendo com que elas se expandam e fiquem mais visíveis na pele. Dor e sensação de cansaço nas pernas não são as piores consequências das veias varicosas. Mais perigosa ainda é a formação de coágulos, que podem chegar a obstruir os vasos sanguíneos.

Não são apenas as extremidades as que sofrem por um fluxo sanguíneo excessivo. A estase sanguínea nos órgãos pélvicos prejudica os vasos intestinais e pode levar a problemas tipicamente sofridos por pessoas que trabalham sentadas em escritórios.

5. Sistema evolutivo de acumulação de gordura

A energia dos alimentos é gasta para manter a atividade vital; a que sobra é armazenada. Ela é parcialmente acumulada no fígado e nos músculos, mas, quando há muita sobra, se transforma em gordura corporal com a ajuda da insulina. Se você diminuir drasticamente a quantidade de calorias que entram, o seu corpo vai ativar o modo de alarme e vai passar a armazenar o máximo possível.

Essa é uma descrição muito simplificada do mecanismo que ajudou os nossos antepassados a sobreviver em tempos de fome. Mas, hoje em dia, há mais alimentos com mais calorias à nossa disposição, e a capacidade do nosso corpo de acumular gordura pode nos trazer muitos problemas.

6. Nervo laríngeo recorrente

Existe um nervo em nosso corpo que vai do cérebro até a aorta e volta até a laringe. Uma pessoa pode se perguntar por que o nosso sistema é tão complicado. O que ocorre é que o nosso antepassado distante era um peixe, cuja laringe se encontrava ao lado do cérebro, e o nervo ia diretamente até ele. Durante a evolução, os órgãos mudaram de lugar e o nervo seguiu o coração, no centro do corpo. É assim que se formaram os mamíferos. Vale a pena mencionar que essa característica construtiva fica particularmente divertida em uma girafa.

7. Soluço

Antigamente, havia seres que podiam respirar tanto com pulmões como com brânquias. Uma respiração profunda trazia também muita água, e a forte expiração fazia com que a água entrasse nas brânquias. Hoje em dia, esse mecanismo ajuda os girinos e algumas espécies de ’peixes pulmonados’. Mas, para o homem, o soluço é apenas um grande incômodo.

Bônus: a presença do apêndice tem justificativa

Parece que esse órgão propenso à inflamação só traz problemas. No século XX, na Alemanha e nos Estados Unidos, todos os recém-nascidos tinham o apêndice operado. Não obstante, mais tarde, os cientistas descobriram uma função que trouxe protagonismo a ele. Nessa parte importante do corpo se formam substâncias que são responsáveis pela imunidade e pela digestão.

A medicina de hoje luta por preservar este órgão, mesmo quando ele está inflamado.

A natureza nos fez imperfeitos e é por isso que devemos prestar mais atenção em nós mesmos, cuidando de nossa alimentação e sempre fazendo exames preventivos. O que você achou desses detalhes do nosso corpo?