"Outro perigo do casamento aberto é o de que apenas um dos parceiros o desfrute, e o outro só aceite as condições por medo de perder a pessoa amada." Isso é real, já vi acontecendo e a coisa ficou feia. Tem que ter cuidado pra ser direitos iguais pra cada um
6 Novos formatos de relacionamento para aqueles que estão insatisfeitos com o casamento tradicional
No mundo dinâmico de hoje há cada vez mais discussões de que o casamento tradicional está perdendo sua relevância. A estrutura familiar conservadora é, a princípio, a forma mais estável e patriarcal que conhecemos há milênios. Porém, o século XXI trouxe algumas mudanças. Hoje em dia, a família nuclear já não é mais a única opção de relacionamento.
O Incrível.club explorou as últimas tendências para você não ficar desatualizado. E, por isso, decidiu esclarecer como o núcleo familiar pode ser diferente do que você está acostumado. E quais as novas versões de casamento que estão surgindo. Confira!
1. Casamento por praticidade
Esse tipo de união está ficando cada vez mais popular. Os cônjuges não vivem juntos e não levam uma vida comum, apenas se encontram periodicamente na casa um do outro ou em algum território neutro. Às vezes, as pessoas escolhem essa forma de casamento sob a pressão de circunstâncias externas, na maioria das vezes o trabalho. Imagine que a um dos cônjuges foi oferecido um trabalho em outro país, e para o outro houve uma promoção incrível para continuar trabalhando no próprio país. No entanto, isso pode ser também fruto de uma escolha consciente. Digamos que os parceiros concordem em se ver apenas nos fins de semana ou algumas vezes na semana, e nos outros dias ficam por conta própria, sem se comunicar, mesmo se estiverem entediados ou com algum problema pessoal. Além de tudo, esse tipo de casamento permite muito mais espaço e liberdade para os envolvidos.
É importante entender que um casamento por praticidade não implica em traição; as pessoas ainda são leais e próximas umas das outras. A única diferença é que elas não se veem todos os dias.
Claro que pode ser difícil dar esse passo, porque ainda estamos sob muita pressão social do conservadorismo; de como as coisas devem ser feitas “corretamente”. No entanto, os psicólogos dizem que essa forma de relacionamento é particularmente boa para casais maduros, depois que as crianças já cresceram e saíram de casa. Muitas vezes, ao longo de muitos anos, o casal passa a se irritar mais facilmente e tolerar menos aborrecimentos. Isso pode deixar um relacionamento à beira do colapso. Para que isso seja evitado, cada um pode ir para uma casa diferente e tentar o casamento prático.
Muitos famosos decidem se relacionar dessa forma. Um dos casais mais falados de Hollywood, a atriz Helena Bonham Carter e o diretor Tim Burton também preferiam não se ver todos os dias. No começo, eles moravam em países diferentes, e depois viraram vizinhos. Eventualmente, eles terminaram, mas mantiveram um casamento por praticidade durante 13 anos, e nesse período tiveram 2 filhos: um menino e uma menina.
Uma das formas do casamento por praticidade é o chamado casamento interrompido. Em tal relação, os parceiros vivem juntos, mas em algum momento eles podem se separar por qualquer período de tempo acordado. As razões podem variar de cansaço mental a necessidade de trabalho.
2. Casamento aberto ou livre
As pessoas que fazem parte de um relacionamento aberto declaram independência, e dizem o seguinte um para o outro: “Sim, gosto muito de estar com você, mas se eu também sentir prazer de estar com outra pessoa, não vejo motivos para me privar disso”.
Há duas versões desse tipo de relacionamento: aberta e fechada. Na versão “fechada”, acredita-se que ambos os cônjuges estão de acordo com a “troca”, mas preferem manter os detalhes em sigilo da outra pessoa, como forma de preservação. Já na versão “aberta”, os parceiros entram em um acordo de contar todos os desejos e romances que estejam experimentando fora de casa. Nessa variante ambos devem ser extremamente sinceros. Eles podem até conversar e tirar dúvidas um do outro sobre as aventuras extraconjugais que vierem a acontecer, visto que há uma promessa de nunca mentir e lidar sempre com as emoções racionalmente. Para sermos sinceros, esses relacionamentos são raros e, normalmente, não duram muito tempo.
Por exemplo, a atriz Gwyneth Paltrow e seu ex-marido, o músico Chris Martin, tiveram um casamento aberto que durou 10 anos, e mesmo após a separação, eles mantêm uma excelente amizade.
É claro que o casamento livre não é adequado para pessoas ciumentas ou àqueles que são um pouco possessivas. É mais compatível para quem gosta de uma aventura ou para aqueles que decidiram casar por motivos além do amor, como por exemplo bens materiais ou meramente por status. Outro perigo do casamento aberto é o de que apenas um dos parceiros o desfrute, e o outro só aceite as condições por medo de perder a pessoa amada.
3. Família com prazo de validade
Trata-se de uma forma relativamente nova de se relacionar, em que o casamento tem validade por tempo determinado, por exemplo, 5 anos. Depois desse tempo, a relação é imediatamente encerrada e os parceiros, pesando os prós e contras, tomam uma decisão: eles realmente terminam de vez, renovam o casamento por mais algum tempo específico ou simplesmente ficam juntos por tempo indeterminado.
Em favor desse tipo de relacionamento, podemos dizer que o mundo moderno é muito volátil. Uma pessoa pode mudar sua forma de pensar, assim como seus valores individuais e os planos para o futuro. Sim, você queria viver com essa pessoa o resto da vida, mas como ela era naquele momento. E o que fazer se ela mudar ou deixar de ser atraente para você? Talvez vocês notem que têm opiniões diferentes sobre o futuro ou objetivos contrários. Por exemplo, um quer filhos e o outro não. Certas coisas só notamos depois de conviver com alguém por um tempo.
4. Família dinâmica ou união de direitos iguais
A versão clássica da família, onde o homem é o provedor e a mulher cuida da casa e dos filhos, já está ultrapassada. Ela foi substituída por uma relação em que os papéis dos parceiros são mais ou menos nivelados.
Tal matrimônio implica que ambos os cônjuges sejam indivíduos maduros e autossuficientes, que se casaram em busca de harmonia, felicidade e oportunidades de desenvolvimento conjunto. Não é de se surpreender que as diferenças de gênero dentro dessas famílias estejam cada vez mais irrelevantes, e o conceito de “trabalho em equipe” passa a ser o cerne da relação. Se ambos os parceiros têm uma carreira e ganham aproximadamente a mesma quantia de dinheiro, também é coerente dividir as responsabilidades domésticas. Além disso, uma vez que as mulheres podem agora se realizar mais profissionalmente e ganhar mais do que os homens, não é raro ver o pai fazer mais uso da licença maternidade para cuidar das crianças.
Esse tipo de casamento ainda pode ser chamado de dinâmico. No centro dessa família, está sempre o indivíduo, ou melhor, a própria individualidade de cada um dos parceiros. Sua escolha pessoal é a única coisa que pode te limitar. Vocês decidem como é a melhor forma, a mais confortável, de viver juntos. Algumas regras podem ser retiradas do manual da família tradicional, porém, aquelas que estiverem ultrapassadas devem ser ignoradas ou modificadas para se adequar ao seu núcleo familiar.
5. Relacionamento virtual
Parece bastante estranho, mas esse formato de relacionamento está se tornando uma das principais tendências. A tecnologia moderna já facilita a manutenção de relações à distância. Isso é similar ao casamento por praticidade, mas sem encontros reais, quando a comunicação principal acontece somente no mundo virtual. Além disso, com o desenvolvimento de inteligências artificiais se tornou possível conseguir uma namorada virtual que reproduz o comportamento de uma pessoa real.
É preciso dizer que, no século XXI, as pessoas são caracterizadas por uma certa dualidade: por um lado, sofremos com a falta de comunicação e a necessidade de contato, e por outro, ficamos ansiosos quando a relação começa a ficar mais séria e estabelecida. Talvez tenhamos medo de nos transformar em outra pessoa ou perder a nossa liberdade e independência. Assim, os relacionamentos virtuais podem ajudar se você quiser ter alguém próximo, mas não está pronto para dedicar todo o seu tempo à essa pessoa. Você pode escolher, aliás, a frequência e intensidade na comunicação de vocês.
A grande desvantagem, em contraponto, é a impossibilidade de sentir a outra pessoa em toda a sua plenitude, bem como a falta de contato físico. No entanto, os jovens em geral são muito mais relaxados em relação ao sexo e buscam a intimidade um pouco mais tarde e com menos frequência do que a geração anterior.
A propósito, o fato de passarmos mais tempo nas redes sociais e no espaço virtual deu origem a muitos novos conceitos.
Por exemplo, as micromudanças são bastante comuns hoje em dia: curtidas nas fotos do ex ou longas conversas secretas com conhecidos ou colegas de trabalho. Além disso, as redes sociais deram origem a um conceito novo, como a prática do Orbiting, que é quando uma das partes deixa a outra “na sua órbita”. Em outras palavras, ela pode visualizar seus stories no Instagram, escrever um ou outro comentário, mas não escreverá para você diretamente, muito menos conversar ao vivo. Finalmente, também no século XXI, surgiu um outro tipo especial de relacionamento chamado Situationship. Significa algo como: vocês não se posicionam como um casal, são mais como amigos, mas ambos entendem que é um pouco mais do que amizade. É como estar no conhecido território do “limbo”.
6. Solteiristas
Os solteiristas são pessoas que escolheram ficar sozinhas. Hoje, uma pessoa cria uma família não porque é habitual ou por conveniência econômica, mas simplesmente porque é isso que ela quer. Ao mesmo tempo, para outra pessoa, pode ser mais confortável viver sozinha e não ter relacionamentos sérios, nem filhos. Anteriormente, as pessoas simplesmente não tinham essa oportunidade, pois era muito difícil viver sozinho, mas hoje as estatísticas mostram que o número de solteiros está aumentando em muitos países.
Viver sem uma família proporciona a capacidade de se concentrar em outras coisas importantes, como ciência, arte e viagens. É provavelmente por isso que muitas pessoas criativas preferem não estar vinculadas ao matrimônio. Jared Leto, Leonardo DiCaprio, Charlize Theron e muitas outras estrelas nunca se casaram. Ser um solteirista também abre mais espaço para a liberdade de decisão e às mudanças. Não é preciso, porém, excluir todo tipo de romance, mesmo que curto e desapegado.
O sociólogo Eric Klinenberg até escreveu um livro explicando a escolha dos solteiristas. Ele conduziu centenas de entrevistas com mulheres solteiras e encontrou evidências de que elas têm melhor saúde mental do que aquelas que vivem em matrimônio.
Uma forma um tanto quanto estranha do “solteirismo” é a chamada sologamia, ou seja, casar consigo mesmo. Parece um pouco narcisista, mas a tendência está ganhando força, especialmente entre as mulheres. A mídia cobriu o casamento da treinadora italiana de fitness Laura Messi, assim como o das treinadoras britânicas Sophie Tanner e Grace Gelder, que se casaram consigo mesmas.
A ideia principal da sologamia é que você faz uma promessa de aceitar e amar a si mesmo, assim como cuidar de seu próprio bem-estar. Os iniciadores de tais casamentos organizam cerimônias em sua própria honra e chamam convidados exatamente com um casamento tradicional, somente sem a outra metade.
Você vê a necessidade de novas formas de união ou acha que não há substituição equivalente a uma família tradicional? Comente!
Comentários
Eu me identifiquei muito com o casamento dinâmico, acho que esse deveria ser o padrão de casamentos, na verdade. Duas pessoas que se amam, resolvem morar juntas e dividir tudo, como uma equipe!
Casamento com prazo de validade, achei bizarro
Cada uma...kkkkkkkkkk