5 Rituais de beleza estranhos do passado que voltaram com tudo

Mulher
5 horas atrás

Os rituais de beleza do passado estão experienciando um verdadeiro renascimento. Justamente quando achamos que a indústria cosmética já havia testado de tudo, ideias esquecidas ressurgem das páginas da história e voltam a brilhar com força total. Às vezes, tudo o que aquela receita inusitada da vovó precisa é de um bom marketing — e, de repente, o que parecia ultrapassado vira tendência nas prateleiras mais badaladas do mercado. Seja de séculos ou milênios atrás, o passado está mais presente do que nunca na rotina de cuidados de hoje.

Unhas superlongas

“Minhas novas unhas stiletto superlongas e verdes”

Na China Antiga, as unhas compridas iam muito além da estética — elas eram uma verdadeira demonstração de status social. A nobreza deixava as unhas crescer até 15 centímetros como forma de mostrar que não realizava nenhum trabalho físico.

Essa moda atingiu seu auge na dinastia Qing (1644–1912), com a imperatriz Cixi sendo sua principal influenciadora. Para preservar suas preciosas unhas, a monarca usava protetores de ouro cravejados de joias durante o dia e capinhas de cetim amarelo à noite. Existia toda uma equipe de servos responsável pela rotina de beleza da imperatriz: sua manhã começava com um banho de ervas para as mãos. Depois, passava por uma sessão de manicure higiênica e renovação do esmalte. Dizem, inclusive, que até os pedaços cortados das unhas eram guardados em uma caixa de jade, jamais iam para o lixo.

“Minhas novas unhas superlongas coloridas”

Hoje, as unhas superlongas estão de volta — e numa nova era. O que antes era privilégio da elite virou um sinal de estilo e atitude. Com a ajuda de materiais modernos como acrílico, biogel e polygel, é possível criar unhas nas mais variadas formas: das clássicas quadradas às ousadas stilettos. E quanto mais longas, mais espaço para criatividade no design! A diferença é que, ao contrário da imperatriz, as mulheres modernas encaram sozinhas o desafio de manter essas belezinhas intactas no dia a dia — e com muito bom humor e truques engenhosos.

Depilação e remoção de pelos faciais em mulheres

A prática da depilação facial entre mulheres existe há milhares de anos. Acredita-se que, no Antigo Egito, elas já faziam o sugaring — uma técnica para remover os pelos indesejados do rosto com uma mistura de açúcar e água. Já na época do Renascimento, a rainha Elizabeth I popularizou a linha do cabelo mais alta e, para alcançá-la, as damas da nobreza arrancavam os cabelos da testa e até removiam as sobrancelhas. Por sua vez, na Inglaterra do século XIX, as coisas foram ainda mais longe: criavam-se cremes para depilação com arsênico, cuja eficácia era testada mergulhando uma pena na substância. Se as cerdas da pena caíssem, era sinal de que o produto funcionava.

Hoje, essa prática voltou com força na estética moderna, especialmente nos salões de beleza, sob o nome de dermaplaning. Durante o procedimento, não apenas os pelos finos do rosto são removidos, mas também a camada superficial de células mortas da pele com um bisturi. Algumas influenciadoras vão ainda mais longe e levam a tendência para dentro de casa, aplicando um spray que destaca os pelos antes de passar a lâmina de barbear no rosto.

A promessa? Uma pele lisa e radiante, garantindo que a maquiagem fique impecável. No entanto, apesar da popularidade, tanto o dermaplaning quanto o ato de raspar com lâmina de barbear ainda carecem de comprovação científica sólida quanto à eficácia e aos benefícios. Já a depilação com linha, técnica de origem asiática que remove os pelos usando linha torcida, teve seus efeitos reconhecidos até mesmo pela ciência. Hoje, ela é bastante usada por designers de sobrancelhas — e com ótimos resultados.

Uso de muco de caracol nos cosméticos

O uso do muco de caracol na cosmética pode parecer uma moda recente, mas sua história remonta à Grécia e à China Antiga. Plínio, o Velho, já mencionava suas propriedades cicatrizantes para queimaduras. Na Europa medieval, boticários ferviam caracóis para criar bálsamos hidratantes usados contra irritações na pele. No entanto, foi só nos anos 1980 que a secreção do molusco virou uma verdadeira revolução na beleza. Tudo começou quando criadores de escargots para restaurantes notaram que suas mãos cicatrizavam mais rápido e apresentavam menos cortes — graças ao contato constante com o muco dos caracóis.

Hoje, a popular “baba de caracol” virou estrela dos cosméticos coreanos. Pesquisas revelaram que o muco contém ácido hialurônico, ácido glicólico, peptídeos e antioxidantes — uma combinação poderosa que estimula a regeneração celular e com ação anti-inflamatória antienvelhecimento.

Para extrair o muco usado em séruns e cremes, os caracóis são colocados sobre uma grade especial, onde liberam naturalmente a substância, e depois são devolvidos a seus viveiros para descanso. Por outro lado, a indústria recebe críticas preocupadas com o bem-estar desses animais, alegando que os caracóis, mesmo com esses processos controlados, ainda sofrem estresse. Como resposta, algumas marcas já adotaram alternativas vegetais ou sintéticas para continuar oferecendo os benefícios do muco — mas com mais consciência.

Extensões e cílios postiços

Os cílios já eram destacados na época do Egito Antigo, mas foi apenas entre o final do século XIX e o início do século XX que surgiu a indústria dos cílios artificiais como conhecemos hoje. Naquela época, os responsáveis por essa arte eram os fabricantes de perucas, que criavam modelos postiços feitos de seda e cabelos humanos colados sobre uma base. Segundo jornais da época, já existia até um método de extensão de cílios, onde os fios eram costurados diretamente na pálpebra na França.

No começo, os cílios postiços eram pesados e nada naturais — serviam apenas para o teatro ou para o cinema. Mais tarde, a base passou a ser feita com bexigas natatórias de peixe, o que as deixou mais finas e quase imperceptíveis. Para aplicar esses cílios, porém, as mulheres precisavam ir a salões de beleza, já que o processo exigia certa habilidade. Além disso, era preciso curvá-los regularmente com um curvador especial — um instrumento que praticamente não mudou até hoje.

As técnicas modernas de extensão ainda são bastante semelhantes às originais, mas são muito mais seguras. Hoje em dia, os fios são colados diretamente sobre os cílios naturais. Existem opções de todas as cores, comprimentos e curvaturas, feitas principalmente de materiais sintéticos ou de pelos de visom. A propósito, alguns anos atrás, surgiu uma tendência curiosa nas redes sociais: colar os cílios postiços por baixo da linha natural dos cílios, em vez de por cima.

Esponjas de água doce e espículas

Spongilla lacustris — certamente, um nome desconhecido para muitas pessoas. Entretanto, trata-se de uma esponja de água doce que, desde tempos antigos, é conhecida como um remédio popular para problemas de pele. Suas propriedades já eram conhecidas desde a China Antiga. E as mulheres eslavas ainda encontraram um uso inesperado para o pó da esponja: como blush! Elas secavam, trituravam e aplicavam o pó na pele, provocando microlesões que estimulavam a renovação celular e criavam um efeito de rubor natural.

Atualmente, essa esponja ganhou uma nova vida no mundo da beleza: os cosméticos com espículas estão batendo recorde de vendas. As espículas são as microagulhas minúsculas que compõem o esqueleto das esponjas. Em produtos de beleza, elas ajudam a estimular a renovação celular, a produção de colágeno e ainda facilitam a penetração de ativos nas camadas mais profundas da derme.

A moda é mesmo cíclica — até as práticas de beleza mais inusitadas acabam voltando, ainda que em versões mais seguras e eficazes. O importante é lembrar que nem todos os métodos antigos devem ser seguidos cegamente, e sempre é essencial consultar um especialista antes de testar novas tendências!

Está mais do que na hora de deixarmos de lado padrões antigos que só servem para gerar insegurança nas mulheres. A beleza real está justamente nos detalhes que as tornam únicas — e não naquilo que tentam convencê-las a esconder ou corrigir. Aqui você confere porque alguns traços femininos merecem ser celebrados, não apagados.

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