4 Fatos sobre faraós que mudarão seus conceitos sobre o Egito Antigo
A civilização egípcia é uma das mais antigas do mundo, e inspira uma infinidade de mitos, incluindo muitos que não são corroborados pela ciência. Embora saibamos muito sobre a época dos grandes faraós, essa civilização ainda esconde muitos segredos. Por exemplo, ainda não se sabe qual a localização do túmulo de Nefertiti. No entanto, muito em breve, esse mistério não será apenas conhecido, mas também expandido.
O Incrível.club propõe que você se aprofunde em algumas descobertas importantes realizadas na última década por especialistas em história do Egito Antigo.
É possível que a máscara de ouro de Tutancâmon tenha sido construída para Nefertiti
Em 2015, o arqueólogo britânico Nicholas Reeves surpreendeu o mundo científico com a teoria de que a famosa máscara funerária de Tutancâmon não era originalmente para ele. Segundo o especialista, a peça foi inicialmente pensada para a madrasta do jovem líder do Egito, Nefertiti, que governava junto com seu suposto pai, o faraó Aquenáton.
Reeves chegou a essa conclusão por conta de certas características. Em primeiro lugar, a máscara tinha perfurações nas orelhas. Como é sabido, no Egito Antigo os brincos eram usados apenas por mulheres e crianças, e Tutancâmon tinha 19 anos na época de sua morte. Então, pelos padrões da época, ele tinha deixado a infância há muito tempo. Em segundo lugar, os hieróglifos com o nome do faraó morto foram gravados por cima de outra gravação. O pesquisador acredita que, inicialmente, a máscara tenha recebido uma gravação com o título completo da rainha Nefertiti, “a verdadeira personificação do deus do Sol, amada por Aquenáton, o mais bela de todos os belos do disco solar”.
Aliás, ao nascer, Tutancâmon foi chamado Tutancáton. No entanto, depois de sua ascensão ao trono e da “substituição” do culto a Áton pelo culto a Ámon, ele adotou um novo nome. E é exatamente no retorno do culto a Ámon que, segundo os cientistas, está o segredo do sepultamento de Nefertiti: sacerdotes tentaram apagar da história todas as referências à divindade “passada” e aos seus principais símbolos. Isso, sem dúvida, incluía Aquenáton e sua bela esposa.
É provável que o túmulo de Tutancâmon esconda cômodos secretos
Atualmente, o local onde a rainha Nefertiti foi enterrada ainda é desconhecido. Contudo, os arqueólogos ainda têm esperança, pois em 2015 a análise das paredes da câmara mortuária de Tutancâmon mostrou a existência de áreas vazias, possivelmente feitas por humanos. Na opinião de Nicholas Reeves, em uma delas pode estar outra câmara funerária, onde a famosa rainha do Egito estaria enterrada.
De acordo com a versão de Reeves, Tutancâmon morreu de repente e foi colocado no mesmo túmulo de Nefertiti, pois não havia tempo para a construção de um novo santuário separado. Corroborando a tese da versão “feminina”, afirma-se que, na época da XVIII Dinastia do Egito, à qual pertencia o jovem faraó, ao entrar no túmulo feminino, era preciso virar à direita e, no masculino, à esquerda. Aqui, a câmara funerária fica à direita da entrada.
Ainda não se sabe quando o mistério das salas secretas será esclarecido. A duração do trabalho de escavação no corredor do local ainda não foi determinada e toda a comunidade científica está esperando por uma das mais importantes descobertas na história do estudo das pirâmides.
Especialistas descobriram como os blocos de pedra foram levados à Pirâmide de Gizé
Diário de Merer no Museu Egípcio do Cairo
Já se sabe que o lugar de onde foram retirados os blocos de pedra com os quais a Pirâmide de Quéops foi construída ficava a cerca de 800 quilômetros de Gizé. Graças ao Diário de Merer, encontrado às margens do Nilo, estudiosos descobriram como os egípcios foram capazes de transportar blocos de pedra que pesavam muitas toneladas.
Para levar essas pedras enormes até perto da pirâmide, os egípcios criaram canais artificiais, desviando as águas do Nilo de forma que os navios podiam chegar diretamente ao local da construção. Para vencer a distância faltante, os blocos eram transportados pelos construtores em carrinhos feitos especialmente para isso.
Aliás, os especialistas encontraram ao pé da pirâmide dois esconderijos nos quais foram encontrados as embarcações funerárias de Quéops, que eram navios especiais pensados para realizar a viagem até o céu, para junto de Rá, o deus do Sol. Graças a eles, foi possível descobrir os segredos da construção naval do Egito Antigo e até recriar, de acordo com o modelo, um barco capaz de transportar cargas pesadas.
A misteriosa múmia “que grita” é o filho de Ramsés lll
Um dos faraós mais poderosos do Império Novo, Ramsés III foi assassinado por conspiradores depois de passar 30 anos governando o Egito. O chefe da conspiração era Tiye, uma de suas esposas, que decidiu colocar o próprio filho no trono. A história conhece esse filho como Pentawer. No entanto, ele foi destituído de seu nome real durante o julgamento realizado como uma forma de castigo.
O assassinato do faraó Ramsés III foi muito violento: inicialmente, o “dedão” de seu pé foi cortado. Em seguida, sua garganta foi atingida com um punhal, de forma que até sua coluna foi ferida. Aliás, os embalsamadores tentaram esconder os ferimentos ao máximo. Isso fica claro quando se observa o tecido envolto em várias camadas ao redor do pescoço de Ramsés.
Segundo especialistas, a múmia “que grita” é Pentawer, que foi preso imediatamente, junto com outros conspiradores, após o assassinato do pai. De acordo com uma das versões, ele recebeu a alternativa cometer suicídio, enquanto a outra opção era o sufocamento, como mostram as feridas encontradas na múmia.
Após a morte, o corpo de Pentawer foi envolto em pele suja, provavelmente de bode. O líquido para embalsamamento foi derramado diretamente na boca, e os órgãos não foram extraídos. Assim acreditava-se que ele não desfrutaria da boa vida eterna. Em relação à boca aberta da múmia, isso não reflete a agonia do suicídio, e sim um “comportamento” natural dos corpos mumificados, que, com o passar do tempo, acabam jogando a cabeça para trás.
O destino de Tiye continua desconhecido. Possivelmente, seu nome foi alterado antes da execução, perdendo-se em algum lugar da história.
O Antigo Egito conta com 40 séculos de história, ao longo dos quais uma das civilizações mais importantes se desenvolveu. Ela teve grande influência sobre a Roma Antiga e, por consequência, também sobre o mundo atual. A escavação de pirâmides e as novas descobertas ligadas a elas ocorrem constantemente. Quem sabe o que mais será achado no futuro? É importante se manter atualizado sobre o tema.