26 Imagens da vida da Barbie, todas com uma história por trás

Curiosidades
há 4 anos

A cada 3 segundos, uma boneca Barbie é vendida no mundo. Em seus 58 anos de existência, imitou muitas profissões e evocou imagens diferentes: de uma aparência de modelo loira a uma engenheira de computação com o cabelo preso num rabo de cavalo, vestindo uma simples camiseta. Parece que este é o segredo de sua popularidade: ela muda com o mundo, e neste post você conhecerá sua evolução e seus papéis mais inusitados.

A Barbie simplesmente mudou seu traje e sua profissão de um ano para o outro, enquanto as próprias pessoas procuravam por um significado oculto em suas imagens, até inventando, depois lutando contra as ideias dos outros. Este processo tem acontecido há mais de meio século, e o escritor Linor Goralik escreveu um livro inteiro sobre isso.

O Incrível.club vai contar como foi essa evolução desde o começo até os dias de hoje.

Um dia, Ruth Handler (presidente da Mattel) observou como sua filha Barbara brincava com bonecas de papel, trocando suas roupas e atribuindo-lhes personagens adultos. Foi assim que surgiu a ideia de criar uma figura "adulta" para as meninas.

1. O protótipo da Barbie é uma prostituta do universo dos HQs

1959. O protótipo da Barbie foi baseado na boneca Lilli, da companhia Heinz Frank, protagonista de alguns quadrinhos alemães populares. Na história, esta loira linda e com seios grandes, estilo pin-up, provocava empresários para ganhar dinheiro e presentes. A boneca, originalmente, foi projetada para adultos, vendida em tabacarias e outros estabelecimentos exclusivos para maiores.

A empresa Mattel comprou seus direitos e a Lilli deixou de ser fabricada.

Embora possa ser difícil acreditar, em 1959 todos os vendedores rejeitaram a boneca sob a premissa de que acreditavam que não haveria demanda. A primeira Barbie parecia ter cerca de 30 anos, com uma maquiagem "pesada" e formas não naturais, tanto no rosto quanto no corpo. No entanto, no varejo, foi vendida instantaneamente. Os pais protestaram, mas suas filhas ficaram encantadas.

Um ano depois, a empresa modificou um pouco sua maquiagem: sobrancelhas mais leves, arredondadas e sem o delineador inferior das pálpebras.

2. Barbie pela igualdade de gêneros

1960. A luta das feministas por igualdade no início dos anos 1960 não passou despercebida pelos criadores da Barbie. A boneca adquiriu sua primeira profissão: estilista. Sua imagem reconhecível, que já havia sido vendida em muitos países, serviu como um catalisador do movimento de direitos das mulheres em todo o mundo.

No total, a Barbie possui 80 profissões diferentes, desde modelo até as consideradas tipicamente masculinas.

3. A boneca "igual a mamãe"

1961. Barbie, a motorista, estilista, cantora, dançarina, enfermeira, professora, aeromoça, bombeira... As meninas ficavam loucas pela boneca. Ela se vestiu como uma mãe, foi trabalhar como uma mãe, se maquiava e se penteava como uma mãe, e era uma referência ideal a ser seguida. Foi rotulada como uma boneca consumidora, elegante e obcecada em cuidar de suas roupas.

Na verdade, Ruth Handler queria criar uma boneca com a qual as crianças pudessem brincar, trocar de roupa, pentear o cabelo, imitar situações típicas da vida adulta e assim sugerir o bom gosto às meninas. Por sinal, a Barbie teve 19 tipos de penteados em diferentes épocas, e mais de 75 estilistas criaram suas roupas.

4. Gravidez adolescente ou um exemplo de família?

1963. Barbie teve sua melhor amiga, Midge, que era casada. Um dia, a empresa criou um jogo de "Happy Family", no qual ela tinha um abdômen de plástico "tira e põe" com um bebê dentro. Também havia uma criança mais velha, junto com Barbie e Ken, como um médico. Parece que mostravam às meninas a imagem de uma família e a maternidade lhes foi explicada, mas os críticos logo encontraram significados estranhos no design: a nova imagem das bonecas encorajava a gravidez na adolescência.

5. Barbie dança twist e mexe a cintura

1967. Devido às inúmeras censuras dos pais sobre a vida adulta da Barbie, a empresa lançou uma boneca com o rosto de uma menina. Tinha as bochechas coradas, cosméticos discretos e um rosto mais redondo. Essa versão durou apenas três anos no mercado: não foi aceita pelas crianças, acostumadas ao outro design mais maduro.

O engenheiro Jack Ryan criou para a Barbie um mecanismo que lhe permitia movimentar a cintura, dobrar os cotovelos, joelhos e pulsos: na época o twist era muito popular. Posteriormente, ela se interessou pela prática de diferentes modalidades esportivas. Por exemplo, uma Barbie-bailarina, que foi especialmente projetada para fazer um espacate, dar piruetas e outros passos de balé.

6. O homem, um acessório a mais

1968. Ken parou de ser produzido pois não era muito popular. Na verdade, ele fez o papel de um animal de estimação além dos muitos que a Barbie tinha, por isso os críticos acusaram a Mattel de criar nas meninas uma ideia equivocada sobre a relação entre os gêneros masculino e feminino.

Mas um ano depois, ele teve que voltar. Acontece que desempenhou um papel muito mais importante do que acompanhar uma boneca líder em vendas: Ken protegia a Barbie atraente e livre pensadora de perguntas desnecessárias de crianças e pais. Na verdade, protegia a reputação da mulher.

7. A primeira boneca de pele negra

1969. Nesta época, houve uma luta nos Estados Unidos para se conseguir a igualdade de direitos civis. Ruth Handler abordou esse problema criando uma amiga de pele escura para a Barbie: Christie. Foi assim que a empresa conquistou a lealdade dos afro-americanos, e a própria boneca influenciou a tolerância das opiniões de muitas gerações de crianças e adultos.

8. Adeus a Lilli

1972. Até agora, todas as Barbies olhavam para a esquerda, como Lilli. Mas, a partir desse momento, a boneca finalmente começou a observar o centro e, em geral, a oferecer uma imagem mais natural. Seus lábios já não eram tão proeminentes e seu sorriso abriu um pouco, seu cabelo diminuiu naturalmente e se apresentava quase sem maquiagem.

9. Seu famoso sorriso e os olhos azuis

1977. Graças à popular série "A tribo dos Brady", daquela década, a boneca adquiriu o famoso "sorriso californiano", um rosto redondo, alegre e aberto, nariz arrebitado, um rubor de menina e os cílios pintados. Nesta época, gozou de um pico de popularidade e tornou-se o rosto mais reconhecido da Barbie no mundo até hoje. No total, as bonecas da série tinham 19 formas diferentes de corpo e rosto.

10. Igualdade de raças no mundo todo

1980. A série "Bonecas do mundo" é resultado da globalização: Barbie de pele negra, espanhola, oriental, italiana, parisiense e, inclusive, como rainha da Inglaterra. Então, até as mães compraram e brincaram com elas, escondendo-se atrás do que, sem dúvida, era um passatempo para adultos. Na coleção de Barbies podem ser encontradas bonecas com 11 tons de pele e 9 olhos diferentes.

11. Barbie e suas obras assistenciais

1980. A empresa produz Barbies de edição limitada, cujas vendas são destinadas a instituições de caridade. Por exemplo, uma boneca do estilista australiano Stefano Canturi custou 302 mil dólares: usava um colar com um diamante rosa e um anel com outra joia preciosa. O dinheiro de sua venda no leilão da Christie's foi para a Breast Cancer Research Foundation (Fundação para a pesquisa do câncer de mama).

Outra edição limitada, a Barbie 2007, com um glamoroso vestido vermelho, foi lançada no mercado para apoiar um movimento nacional de combate às doenças cardiovasculares.

12. A Barbie que os pais pediram não agradou às crianças

1983. Os pais continuaram a exigir uma mudança na aparência da boneca e, finalmente, a empresa lançou uma Barbie com imagem pseudo-infantil: um rosto mais arredondado e nariz achatado. Os adultos adoraram a boneca corada com "olhar angelical", só que mais uma vez o modelo não empolgou as crianças, forçando a interromper sua produção.

13. Barbie "Dia e noite"

1985. As mulheres mostraram que têm o direito de construir suas carreiras em pé de igualdade com os homens. Enquanto muitas inovações facilitaram o cuidado das crianças, surgiram assistências sociais que permitiam a mães solteiras trabalhar em tempo integral. É assim que surge a mulher de negócios Barbie "Dia e noite": de dia, num terno e, à noite, com um vestido para sair.

Curiosamente, todas as conquistas e sucessos caíram apenas sobre ela, uma questão pela qual a Mattel também foi criticada em mais de uma ocasião. Mas, na realidade, os bonecos masculinos não eram ou não são tão populares e os pais não comprariam para seus filhos um brinquedo formado pelo casal "Barbie e Ken, advogados".

14. Um mundo sem adultos

1987. O mundo da Barbie tem de tudo, exceto adultos. Ela é a mais bela, inteligente e ágil, mas não tem ninguém que lhe sirva de exemplo. Pior ainda, suas irmãs mais novas aparecem constantemente, mas ninguém sabe nada sobre seus pais. No total, ela tem 70 amigos e parentes.

Em 1987, apareceram os bonecos dos avós de sua amiga Midge. Seu papel era estar na cozinha, fazendo parte da casa. Nos quadrinhos, às vezes cuidavam dos netos enquanto Barbie saía para se divertir. Esta é a imagem dos idosos transmitida às crianças, ainda que parecessem felizes, carinhosos e amáveis brincando com os bonecos dos avós.

15. Barbie quebra estereótipos

1991. Em 1994, foi aprovado o projeto de lei sobre igualdade de oportunidades no domínio educativo e profissional. A Mattel, como sempre, reagiu sensivelmente a este regulamento, inclusive três anos antes havia lançado várias bonecas com profissões tradicionalmente ocupadas por homens: comissária de bordo, astronauta, pediatra, veterinária e bombeira. Barbie serviu na força aérea e no Corpo de Fuzileiros Navais.

16. Barbie, escândalos e sexo

1992. A Barbie transmite teimosamente, desde o momento de sua aparição, um duplo sentido. De um lado, seu aspecto feminino, provocante e livre. Por outro, o fabricante sempre insiste em sua inocência e começou a processar artistas e poetas que a usaram como um objeto sexual.

No entanto, algumas bonecas de edições limitadas parecem ser muito provocantes: usam meias de renda com ligas e roupas íntimas sensuais. Mas apresentam rostos exageradamente antiquados, pouco atraentes para as crianças.

17. A loira indomável

1992. Surge a Barbie que pode dizer 300 frases. Algumas delas incomodaram muito os pais: "As lições de matemática são muito difíceis", "Adoro fazer compras!", "Temos roupas suficientes?". A imagem da loira indomável incutiu nas crianças um estilo de vida orientado para o consumo com indiferença ao conhecimento e aos estudos.

Até mesmo o próprio Kenneth Handler, filho dos fundadores da Mattel, protestou que a boneca poderia se preocupar com outra coisa na vida, além do comprimento de seu cabelo, fazer compras ou ir à praia.

18. Obsessão pelos acessórios

1997. Às vezes, parece que toda essa obsessão com acessórios atinge grandes picos de loucura: um pente para cachorrinhos, pequenas casas com eletricidade de verdade e eletrodomésticos em funcionamento, além de cosméticos para bonecas. A Barbie teve 40 animais de estimação. Este mundo fictício assusta qualquer realidade!

No entanto, deve-se acrescentar que a variedade de acessórios sempre foi o principal indicador de uma boneca de qualidade, e parece inadequado julgar seus fabricantes por isso.

19. A amiga Becky, uma cadeirante

1997. A Mattel criou Becky, uma boneca cadeirante, para que crianças que sofrem de algum tipo de deficiência não se sentissem estranhas ao mundo. E para as saudáveis, a fim de incutir empatia em relação a outras pessoas, que devem ser tratadas com respeito e compreensão.

Apesar do sucesso nas vendas, ela parou de ser produzida. A cadeira não cabia na porta da casa de bonecas. Além disso, a linha de roupas e acessórios da Barbie não combinava com Becky, razão pela qual teria que mudar tudo.

20. Ideal demais

1998. Considera-se que Midge e outras amigas da Barbie foram criadas para que, ao compará-las, a protagonista pudesse brilhar com sua mente, beleza, gosto, talento e trajes luxuosos. As amigas é que enfrentam todos os problemas do mundo real: Becky, uma cadeirante e Midge, casada, com dois filhos, servem para aliviar um pouco a tensão gerada pela imagem da boneca ideal e sofisticada, quase perfeita. Um estudo da Universidade de Bath descobriu que as meninas passam por uma fase de ódio em relação à Barbie: elas a quebram, cortam o cabelo e até mesmo a assam no micro-ondas.

É engraçado, mas a beleza não tão ideal das amigas chama muito mais atenção. Por exemplo, a "Barbie Campeã Olímpica" é menos interessante que Becky, campeã nos Jogos Paralímpicos.

21. A mulher de negócios que ensina às meninas

1999. No quadragésimo aniversário da Barbie, a empresa doou 1,5 milhão de dólares para programas que ensinam às meninas tecnologia, finanças, matemática e ciências, bem como a planejar suas carreiras profissionais.

22. Barbie, com um corpo de proporções reais

2000. O artista Nickolay Lamm desenhou um modelo da Barbie com proporções femininas reais. Segundo a autora, a nova boneca libertaria as meninas de complexos em relação a seus corpos e de dietas debilitantes, enquanto os meninos teriam uma ideia correta da beleza feminina. Se a Barbie clássica fosse uma pessoa real com uma altura de 1,72 m, suas medidas seriam 91-45-82 cm. Com esses parâmetros, uma a cada 100 mil mulheres nasce no mundo .

Mas nunca dá para agradar todo mundo: "Se eu quisesse ver algo real, eu iria para a frente do espelho!", respondeu uma menina num fórum sobre esta questão.

23. Divórcio de Ken

2004. O mundo ficou surpreso com a notícia de que Barbie se divorciou de Ken, e ainda por cima no Dia dos Namorados. A Mattel derrapou novamente numa enxurrada de reprovações, sendo culpada por propagar valores familiares equivocados.

Não foi em vão que a Barbie, nos seus 57 anos de existência, refletiu todos os problemas e complexidades sociais mais prementes de seu tempo, e o divórcio é uma dessas facetas da vida real. Na verdade, essa boneca popular é um espelho da humanidade e reflete os problemas inerentes à nossa sociedade.

24. Barbie, engenheira de computação com uma camiseta código binário

2010. A tecnologia digital avança a passos gigantes. Surge a "Barbie Eletrônica", com uma câmera de vídeo integrada, com a qual você pode fazer gravações de até 30 minutos, conectar-se a um computador via USB e curtir sua camiseta código binário. Uma excelente tentativa de dissipar o estereótipo de que as mulheres não são capazes de ser programadoras e de trabalhar com novas tecnologias.

25. Barbie, com celulite e espinha

2014. O designer Nickolay Lamm, que criou a Barbie com proporções naturais, continuou com sua experiência. Assim, a boneca agora inclui um conjunto de adesivos simulando cicatrizes, sardas, espinhas e até celulite. A boneca foi projetada para fazer as meninas ao redor do mundo amarem seus corpos.

Se existisse uma garota com as proporções da Barbie clássica, de acordo com sua anatomia, ela mal conseguiria manter a cabeça sobre os ombros. A realidade é mais bonita: assim, o designer quer convencer não só as meninas, mas também os pais, que muitas vezes precisam disso mais do que as próprias crianças.

26. Barbie com hijab

2017. Por muito tempo, a Barbie foi banida do Oriente Médio por causa de sua aparência. Nos países árabes apareceu sua própria boneca, Fulla, muito parecida com a famosa da Mattel, mas muito mais modesta, tanto nas roupas quanto na maquiagem.

Em 2017, a empresa fabricou uma figura muçulmana, usando um hijab e um uniforme de esgrima. A nova boneca, seguindo o plano de seus criadores, pretende reiterar às meninas muçulmanas o amor pela religião, pela cultura e pelo vestuário nacional, bem como mudar no mundo falsas crenças sobre as mulheres "oprimidas" no Oriente Médio. Hoje, a Barbie é vendida em 150 países.

Com qual dos modelos da boneca Barbie você presentearia sua filha?

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