20+ Curiosidades sobre a língua inglesa que você dificilmente vai aprender em cursos de idiomas
A linguista e professora de línguas e culturas estrangeiras, Kristina Konstandenkova, publicou em seu Twitter fatos muito curiosos sobre o inglês. Ela é apaixonada por línguas estrangeiras desde pequena e gosta de ler livros e ver filmes sempre no idioma original. Kristina estuda muito sobre a história da língua inglesa e compartilha fatos interessantes para aqueles que estão aprendendo.
Nós, do Incrível.club, queremos compartilhar algumas peculiaridades sobre o idioma inglês, que pode parecer fácil à primeira vista, mas é uma língua muito rica e cheia de características interessantes. Acompanhe!
- Por que os nomes dos animais e de suas respectivas carnes são diferentes (cow — beef; pig — pork; calf — veal)? Durante os anos de 1066 e 1399 (ou seja, de Guilherme, o Conquistador até Henrique IV) toda a nobreza falava francês na Inglaterra. As pessoas comuns, no entanto, se comunicavam em inglês antigo, ou anglo-saxão. Dessa forma, os camponeses se referiam aos animais usando termos anglo-saxônicos, mas, quando esses animais chegavam à mesa da nobreza, a carne recebia o nome francês.
- Como sabemos, os franceses não gostam muito dos ingleses. E o que nós chamamos de “sair de fininho”, quando não nos despedimos antes de ir embora, os ingleses dizem “To take french leave” (“Saída à francesa”). Os franceses, por sua vez, dizem “Filer à l’anglaise” (“Saída à moda inglesa”).
- Quando você estudou artigos em inglês, provavelmente aprendeu que nomes próprios não podem ser acompanhados por eles. Bom, isso não é bem verdade. Podemos, sim, usar artigos com nomes próprios, mas em casos específicos e raramente. Por exemplo, THE James Gordon vai indicar que estamos falando de uma pessoa bem específica e notória, e não de uma pessoa qualquer. Em português, seria algo similar a dizermos “Eu vi o (próprio) Sílvio Santos!” Já o artigo indefinido “a”, na frente de nomes próprios, vai indicar que é uma pessoa desconhecida, como no exemplo “Um tal de Carlos Magno ligou para você” (a Carlos Magno).
- Muitas pessoas acreditam (erroneamente) que o pronome pessoal “you” é a maneira informal de se comunicar, não havendo, portanto, pronomes pessoais formais em inglês. Tecnicamente, é exatamente o contrário. Lembre-se, a forma da 2ª pessoa dos verbos coincide com o plural. O “you” informal costumava ser “thou” / “thee”. Hoje em dia, essas formas não são mais usadas.
- Não podemos deixar de falar de pronúncia. “X” no início de palavras é quase sempre lido com som de “Z”. Por isso, a pronúncia correta da palavra “xerox” é “ziróx” (zeeuh-roks). Outros exemplos: xylophone — zai-luh-fown; xenophobia — zeh-nuh-fow-bee-uh. E, claro, a princesa guerreira, Xena, chama-se na verdade “Zina”.
- Sobre mulheres fortes. A empresa Nike tem esse nome em homenagem à deusa da vitória (Nike), por isso o nome é pronunciado mais como “Naiki”, e não “Naik”.
- A ortografia e a fonética do inglês, às vezes, fazem nossa cabeça doer um pouco. Por exemplo, há palavras como though, rough, cough, through, bough, thorough. As últimas 4 letras são as mesmas, mas nenhuma palavra rima com outra.
- Você se confunde com little / a little / few / a few? O que é importante saber: little / few — “pouco”, no sentido de “insuficiente”; já a little / a few — também “pouco”, mas um pouco mais, suficiente. Como lembrar? Em a little e a few há mais letras do que em little e few, respectivamente, por isso indicam uma maior quantidade.
- Falsos cognatos. Um assunto inesgotável. Sympathy é normalmente “solidariedade, compaixão” (não “simpatia”); fabric — tecido (não “fábrica”); library — biblioteca (não “livraria”); novel — romance (não “novela”) e, por fim, tax — imposto (não “taxa”).
- Em inglês, é frequente a fusão de palavras para designar algo novo, dando origem à chamada “palavra-valise”, que normalmente consiste em duas palavras. Brunch = breakfast + lunch; smog = smoke + fog; Tanzania = Tanganyika + Zanzibar. E dos mais modernos, Megxit (termo criado para se referir à abdicação do casal real britânico, Meghan e Harry, de seus deveres reais — “Meghan” + “Exit”). Lindo!
- Se alguém disser que vai a uma public house, não se assuste. Public house, ou seja, “lugar de reunião pública”, é um termo que hoje conhecemos mais pelo seu diminutivo: pub (bar).
- Há duas expressões muito legais com a palavra “Dutch”. “To go Dutch” — cada pessoa que esteja participando de uma atividade em grupo pagará as suas despesas individuais, como quando cada um paga a sua conta no restaurante, por exemplo. “Dutch courage” — sentimento de coragem após beber alguma bebida alcóolica ou o próprio álcool que te dá a coragem.
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Inglês americano. Há um nome curioso para dizer “camiseta sem manga” — “wifebeater”. Literalmente, a palavra significa “espancador de esposas”. Sinto que essa palavra será banida muito em breve, mas, por enquanto, é usada para se referir àquela camiseta sem manga que normalmente usa-se por baixo de outra roupa. Na Inglaterra, camiseta é “vest”, e nos Estados Unidos, “vest” é colete. Na Inglaterra, usa-se a palavra “waistcoat” para se referir ao colete.
- Britânicos adoram criar diminutivos “fofos” para muitas palavras usadas no dia a dia, como “wellies” que é diminutivo de “Willington boots”; “brolly” — “umbrella”. Mas os australianos vão muito mais longe nesse quesito. Eles dizem “avo” para “avocado”, e “barbie” para “barbecue”. Pensando assim, “veggies” para “vegetables” é uma moleza. Aliás, “moleza” em inglês pode ser traduzido como “piece of cake”, “easy-peasy lemon squeezy”, “duck soup” e outras mil opções, mas essas são as mais comestíveis.
- Erros recorrentes de muitos estudantes: substantivos incontáveis. Água e farinha entendemos mais facilmente, mas e dinheiro, notícias, torradas? É preciso memorizar! É só lembrar que tais palavras estarão sempre gramaticalmente no singular. “Money” / “News” “is”, não “are”. Mas por que no singular? Afinal, podemos contar dinheiro. O que acontece é que o conceito de contagem, nesse caso, refere-se à capacidade de contar os itens em si (peças). O dinheiro pode ser contado em libras, reais, euros, dólares, mas não em “dinheiro”. Da mesma forma que a água é calculada em litros. Por isso, permanecem no singular.
- E como contar notícias e conselhos? “News”, “advice”, “furniture”, “toast” etc. Aparentemente, tais itens são incontáveis como o pão, ou seja, devemos contar em pedaços: “a piece of”. Em português, “um pedaço de notícia” não soa muito bem, mas é assim a lógica do inglês.
- Sobre “advice”. Significa “conselho”, e o verbo aconselhar, “to advise”, tem o som de “z” no final. Por analogia, “practice” — “to practise”. O mesmo acontece com f / v nos pares: “relief” — “to relieve”; “belief” — “to believe”; “grief” — “to grieve”.
- Verbos reflexivos. Quando tentamos traduzir “eu me sinto...”, podemos cometer o erro de dizer “I feel myself...”. Essa não é a forma correta de expressar a ideia da frase em português. Quando “feel” vem antes de um substantivo ou pronome, tem mais sentido de “tocar, encostar”. Por isso, “I feel myself” passaria a ideia de estar encostando / tocando em si mesmo.
- A única cidade cujo nome é acompanhado de artigo definido é Haia. “The Hague” (Holanda).
- Outra dica para memorizar (bom para iniciantes): “this” / “that”. “This” é isso (perto); “that” é aquilo (longe).
- Uma vez um estudante leu a frase “how to give a shot to a dog” e, surpreso, perguntou por que alguém queria embebedar um cachorro. Em inglês, há muitas palavras que possuem mais de um significado, e “shot” é uma delas. Primeiramente, significa “tiro”, a partir do verbo “to shoot” (atirar), mas também pode significar “foto” ou, como sugerido, uma “dose” de álcool.
- Mas, na minha opinião, a palavra mais universal é “get”. Esqueceu o verbo correto? Use “get”. Significa muitas coisas: receber, chegar, tornar-se, entender, comprar, punir, entre muitas outras conotações.
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Outra nota sobre a elegância da língua. Em inglês, todos os parentes, “adquiridos” após o casamento, são chamados de “in-laws” (fazem parte da família pela lei). “Mother-in-law”, “brother-in-law”, “son-in-law”... E nada de cunhado, madrasta, sogra etc.
- “Sibling”. Pode ser tanto irmão como irmã, basta que sejam filhos dos seus pais.
- Mais algumas curiosidades. O nosso porquinho-da-índia é “guinea pig” (atenção na pronúnca: “gi-nee”). Em inglês dizem “when pigs fly”, mas para nós é “nem que a vaca tussa”; eles dizem “two peas in a pod” enquanto nós dizemos “farinha do mesmo saco”; “let the cat out of the bag” é “dar com a língua nos dentes”. E por aí vai.
- Estamos acostumados a usar a palavra “beautiful” para se referir às mulheres, e a palavra “handsome” para os homens. Contudo, ao ler romances da Jane Austen, você verá que ela usa a construção “handsome woman” o tempo todo. Normalmente, fala-se desse jeito para sugerir que uma determinada mulher é bonita, forte e saudável.
- De acordo com a regra geral, advérbios são formados pela junção de um adjetivo mais o sufixo -ly (“nice” — “nicely”). Mas o que fazer com os adjetivos que já terminam em -ly: “costly”, “friendly”, “lovely”? A saída não é muito prática: adiciona-se “in a... manner”. “In a cowardly manner” (covardemente).
- Aqui está outro equívoco comum. Sabemos perfeitamente que a palavra “fine” significa “bom, bem” quando atua como um adjetivo, mas também pode significar “fino”. Portanto, quando for escolher um shampoo, tenha cuidado: “for fine hair” — para cabelos finos, não cabelos saudáveis.
- Outra confusão acontece com as palavras “lay” e “lie”. Podemos memorizar assim: “lay” — “colocar”; “lie” — “deitar”. E mentir também.
- Meninas, se vocês forem chamadas de “hen” (galinha) na Escócia, por favor, não partam para a agressão. Essa é uma forma de tratamento bastante comum para as mulheres, significa algo como “querida”, mas sem nenhuma conotação inapropriada.
Você já sabia desses fatos sobre a língua inglesa? Comente o que você achou mais interessante e compartilhe outras curiosidades que souber sobre o idioma!