12 Mitos sobre o cuidado com os filhos que deveriam ser deixados de lado

Crianças
há 3 anos

Assim como não existem pais perfeitos, também não existem métodos infalíveis para criar os filhos. Crianças não vêm com um manual de instruções, e isso torna impossível a tarefa de prever se a forma como as educamos permitirá que se desenvolvam plenamente ao longo da infância e adolescência. Nesse contexto, é inegável a existência de mitos e crenças ligados à criação dos filhos. Em muitos casos, eles não contam com sustentação científica atestando sua eficácia a curto e longo prazo.

O time do Incrível.club pesquisou a respeito de diversas dicas que envolvem a criação dos filhos e são costumeiramente repetidas, mas que, na realidade, não funcionam.

1. “É preciso bater ou gritar com a criança para demonstrar autoridade”

O castigo físico é um método de lidar com crianças que continua presente em muitas comunidades. No entanto, ele não é eficiente, e pode provocar traumas nos pequenos. Esse tipo de postura só aumenta a distância entre crianças e adultos, fazendo com que esses últimos atuem como juízes para estabelecer normas sem a possibilidade de abrir espaço para o diálogo.

Além dos castigos físicos, existem também os verbais: muitos pais tendem a usar palavras duras ou elevar a fala como uma forma de disciplinar os filhos. Porém, em vez de ajudar a melhorar o comportamento infantil, tais atitudes só pioram tudo, tendendo a causar problemas de comportamento com o passar do tempo.

2. “Os pais devem ser os melhores amigos dos filhos”

Assim como os métodos autoritários marcados por castigos físicos e verbais não dão bons resultados, ser exageradamente permissivo com os filhos também é prejudicial por impossibilitar que eles entendam a importância de respeitar as regras. Os pais precisam ser vistos como “modelos” para os filhos, então se faz necessário que os adultos eduquem de forma a deixar claro que a vida em sociedade exige certos valores e o cumprimento de determinadas normas.

3. “Fazer comparações entre irmãos permite que um deles consiga melhorar nas atitudes e no desempenho”

É comum ver pais acreditando que uma criança disciplinada e com boas notas tem mais chances de vencer no futuro. E ao prestar mais atenção ao filho que se encaixa nesse padrão e se referir a ele como um exemplo a ser seguido pelos irmãos, os pais acabam estimulando a rivalidade e a separação entre os pequenos. O resultado disso costuma ser problemas de comportamento e conflitos familiares depois de algum tempo.

Sim, evitar as comparações pode ser difícil, e o recomendado é ter em mente que cada filho tem suas próprias particularidades e que nem sempre todos conseguirão ser os melhores da turma. Em casos assim, o ideal é valorizar os pontos fortes de cada um, sem compará-los diretamente.

4. “Bons pais criam filhos bem-sucedidos”

Existem pais que, para estimular os filhos no sentido de que cresçam e virem adultos bem-sucedidos, matriculam os pequenos em várias atividades extracurriculares capazes de lapidar suas habilidades. Porém, a obsessão por ter filhos de sucesso, que se deem bem em tudo que fazem, tende a deixar as crianças infelizes, pois elas serão levadas a atender às expectativas dos pais, sem pensar nos próprios desejos.

No âmbito escolar, os estudantes que são forçados a obter determinado desempenho e se desenvolver em ambientes educativos onde a competição com os outros é priorizada costumam sofrer com cansaço intenso e sensação de frustração por não atingir as expectativas. Em tais situações, o recomendado é ser capaz de identificar os sinais e estabelecer diretrizes para reconhecer a superação pessoal de cada indivíduo.

5. “Devemos nos esconder dos nossos filhos para que eles não nos vejam chorando”

Em certas ocasiões, os pais criam a necessidade de passar uma imagem de perfeição, evitando, a todo custo, parecer vulnerável aos olhos da criança. Entretanto, é importante que os pequenos saibam que os adultos também têm seus momentos de frustração ou tristeza. Nenhum sentimento deve ser menosprezado, e sim canalizado. Assim, as crianças entenderão que podem expressar o que sentem quando estiverem diante de momentos difíceis ao longo da vida.

6. “Manter os filhos ocupados em muitas atividades que não contribuem na educação”

As atividades extracurriculares podem ser úteis para que a criança desenvolva habilidades de liderança e socialização, mas também é possível que a sobrecarga de tarefas acabe contribuindo para o baixo rendimento escolar. É algo que afeta especialmente os jovens que estão nos últimos anos da escola e possuem responsabilidades familiares.

Durante a infância, muitos pais matriculam os filhos em vários cursos ou oficinas fora da escola. Mas o exagero no volume de atividades tende a provocar estresse e ansiedade. As crianças precisam de um tempo para relaxar após os estudos. Portanto, caso seu filho se negue a realizar determinada atividade extracurricular, é melhor conversar sobre o assunto e considerar a possibilidade de encerrá-la ou de estabelecer outras prioridades.

7. “Dormir com os pais garante segurança”

Apesar de o costume depender da realidade de cada família, existem vantagens e desvantagens relacionadas ao estilo de vida ou à saúde dos pais. Há quem pense que dormir com a criança é útil para sincronizar os ciclos de sono. Mas caso existam outros fatores, como a posição do bebê ao dormir ou a saúde dos pais, o ideal é experimentar outras alternativas, como manter a criança dormindo no berço ao lado da cama dos pais.

Alguns estudos sugerem que aqueles bebês que dormem com os pais podem ter mais dificuldade para pegar no sono. Entretanto, isso pode ser decorrência de certas inseguranças do filho em relação à mãe ou de dificuldades para conciliar o sono por conta própria. Em tais situações, é melhor consultar um especialista e analisar cuidadosamente os prós e contras de levar o filho para dormir junto na cama.

8. “Você não deve pegar muito a criança no colo, senão ela ficará mal-acostumada”

Biologicamente, o ser humano é completamente vulnerável em seus primeiros meses de vida. Por isso, o bebê precisa da proximidade com a mãe para se sentir seguro e protegido contra qualquer ameaça. O contato físico favorece o desenvolvimento adequado da criança, além de dar a ela ferramentas para reconhecer os pais em meio a outras pessoas.

9. “É preciso forçar a criança a largar a chupeta”

O uso prolongado da chupeta pode provocar deformações nos dentes e dependência, então a orientação médica é retirá-la da criança a partir de 1 ano de idade, evitando oferecê-la antes dos 15 dias de vida. Em certos casos, o processo de abandonar a chupeta pode causar muitos traumas no bebê, quadro que se agrava quando os pais perdem a paciência ou forçam o filho a largar o acessório.

Nesses casos, o ideal seria que cada criança pudesse largar a chupeta por conta própria. Algumas delas conseguem, mas outras sentem dificuldade. Se isso acontecer, você pode optar por explicar os motivos pelos quais é melhor deixar de chupar chupeta ou elogiar seu filho sempre que ele adotar comportamentos associados a crianças mais velhas. Outra alternativa é substituir a chupeta por um copo com canudo, pois isso pode melhorar a coordenação entre os olhos e as mãos, além de contribuir para acabar com a necessidade da chupeta.

10. “A criança precisa estar muito bem agasalhada para não resfriar”

problema de agasalhar excessivamente os bebês é a possibilidade de desencadear uma febre. Afinal, crianças pequenas não são capazes de regular a própria temperatura corporal. Isso acontece também quando o pequeno é mantido em ambientes muito quentes. Em tais situações, o recomendado é que a criança esteja com apenas uma peça de roupa a mais que os adultos. Além disso, em caso de febre, é preciso retirar os agasalhos para possibilitar a redução na temperatura.

11. “O andador ajudará seu bebê a começar a caminhar mais cedo”

Muitos pais usam os andadores para evitar que a criança se choque contra uma parede ou algum móvel enquanto se movimenta por diferentes pontos da casa. Porém, o acessório impede que o pequeno pegue algum objeto que lhe desperte o interesse e até mesmo que ele engatinhe. E engatinhar é muito bom para fortalecer os músculos, facilitando também o processo de aprender a andar.

Outra questão envolvendo os andadores é que eles aumentam os riscos de acidentes com potencial para machucar a criança. E quando não estiver no andador, seu filho tenderá a apresentar dificuldade para se manter de pé, já que não encontrará o apoio necessário para andar em segurança. O ideal é que o próprio bebê se desenvolva de forma natural, aprendendo em seu ritmo a sentar, engatinhar e ficar de pé.

12. “Andar descalço provoca resfriados”

Ao contrário do que muita gente pensa, os vírus não entram no organismo pelos pés, então não há problema caso a criança ande descalça. Doenças como resfriados se propagam pelo contato com as secreções expelidas ao falar ou espirrar, por exemplo. Também não foi cientificamente comprovado que o resfriamento dos pés ou de outras partes do corpo provoque resfriados. Resumindo, o recomendado é manter os bons hábitos de higiene para evitar contágio.

Você também recebe ou já recebeu muitos conselhos envolvendo a criação dos seus filhos? Já testou algum método para educar as crianças e fomentar nelas o desenvolvimento adequado? Comente!

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