20 Histórias com finais tão imprevisíveis quanto uma chuva de verão

O mundo da arte é cheio de beleza, mas também de mitos que já não se sustentam diante dos fatos. Por trás de cada obra famosa, existe muito mais do que inspiração: há histórias reais, dramas pessoais, descobertas científicas e influências culturais. Pensando nisso, selecionamos 13 desses equívocos para desmistificar e ajudar você a ver essas obras famosas por outro ângulo.
Himingway não escreveu o conto trágico de poucas palavras: “Vendem-se: sapatos de bebê, sem uso” (“For sale, baby shoes, never worn”, em inglês). A verdade é que não há qualquer evidência confiável de que autor inglês tenha realmente criado essa frase. A lenda de que ele teria inventado o famoso “conto mais curto do mundo” foi registrada pela primeira vez no livro Get Published! Get Produced!, de Peter Miller, no qual o autor cita um relato “de fontes confiáveis” datado de 1974.
É verdade: não foram escravos que construíram as pirâmides. As pirâmides do Antigo Egito, incluindo a Grande Pirâmide de Gizé, foram erguidas por ordem de faraós como Quéops, Quéfren e Miquerinos. Ao contrário do que muitos pensam, esses líderes supremos não usaram mão de obra escrava, mas sim trabalhadores e artesãos qualificados, que receberam pagamento para erguer as pirâmides. A construção exigia milhões de toneladas de calcário e granito, além de uma engenharia extremamente precisa. A Grande Pirâmide de Quéops, a maior de todas, concentrou o maior volume de esforços e materiais. Para o revestimento, foi utilizado calcário branco, que dava às pirâmides um aspecto reluzente. Esse revestimento foi se dissipando com o passar do tempo, e muitas pedras acabaram sendo reaproveitadas em outras construções. Os fragmentos remanescentes e a estrutura das pirâmides ainda ajudam os arqueólogos a entender como trabalhavam os antigos construtores.
“Caminhava eu com dois amigos pela estrada, então o sol pôs-se; de repente, o céu tornou-se vermelho como o sangue. Parei, apoiei-me no muro, inexplicavelmente cansado. Línguas de fogo e sangue estendiam-se sobre o fiorde preto-azulado. Os meus amigos continuaram a andar, enquanto eu ficava para trás tremendo de medo e senti o grito enorme, infinito, da natureza.”
— Edvard Munch, anotação em seu diário, 22 de janeiro de 1892.
Pesquisadores sugerem que a inspiração para O Grito, do pintor norueguês Edvard Munch, pode ter surgido de raras nuvens peroladas, e não de um pôr do sol causado pela erupção do Krakatoa, como se acreditava. Essas nuvens coloridas e onduladas aparecem na estratosfera durante o amanhecer ou entardecer, como foi registrado na Noruega em 2014. Segundo os pesquisadores, sua aparência incomum se assemelha ao céu retratado na pintura, o que torna essa hipótese ainda mais plausível.
As esculturas da Grécia e Roma antigas originalmente eram pintadas. Hoje, elas parecem brancas como a neve apenas porque suas cores originais desapareceram com o tempo. No entanto, em algumas estátuas muito bem preservadas, ainda é possível notar vestígios da pintura original.
Michelangelo estava de pé, não deitado, quando pintou o teto da Capela Sistina . Para trabalhar em grandes alturas, o artista e sua equipe desenvolveram um andaime especial que lhe permitia pintar na posição vertical.
Acredita-se que o famoso “Quadrado Negro sobre fundo branco” de Kazimir Malevich seja uma obra absolutamente abstrata e incompreensível. Entretanto, a suposição de que “ninguém entende o quadrado” não é totalmente verdadeira. O próprio Malevich escreveu extensivamente e explicou suas ideias sobre o suprematismo, assim como a ideologia e a filosofia por trás dessa obra.
Einstein nunca reprovou em matemática na escola. Desde pequeno, ele demonstrava habilidades excepcionais em matemática e física. Esse mito provavelmente surgiu devido a confusões com o sistema de notas da época ou por uma tentativa frustrada de ingresso no Instituto Politécnico de Zurique, onde ele não foi bem em algumas matérias de humanidades, mas teve ótimo desempenho em matemática.
A obra Guerra e Paz levou mais de seis anos para ser concluída. O romance foi escrito entre 1863 e 1869 e passou por inúmeras revisões e correções. Tolstói revisava e ampliava constantemente o texto, realizando pesquisas detalhadas tanto sobre os eventos históricos quanto sobre a psicologia dos personagens.
Longe de ter sido um trabalho rápido, como poderia parecer pelas próprias palavras do autor, Tolstói investiu não só suas reflexões sobre o destino do indivíduo e da sociedade, mas também um estudo rigoroso dos fatos históricos, o que confere à obra sua profundidade e complexidade.
Esse mito é bastante difundido porque muitas das pinturas de Van Gogh não foram reconhecidas pelos seus contemporâneos. No entanto, há uma exceção.
Van Gogh, de fato, vendeu uma obra em vida: O Vinhedo Vermelho ou A Vinha Vermelha (1888). Essa pintura foi adquirida por 400 francos de um de seus amigos próximos, o artista e galerista Amedeo Legros. Apesar disso, Van Gogh nunca alcançou grande sucesso comercial enquanto estava vivo. Ele enfrentou dificuldades financeiras e só foi reconhecido após sua morte, quando suas obras passaram a ser altamente valorizadas.
A ideia de que Van Gogh não vendeu nenhuma pintura durante sua vida é usada para reforçar o drama de sua trajetória, mas não é totalmente verdadeira. O reconhecimento de seu trabalho começou a surgir nos últimos dois anos de sua vida.
Um estudo de 1993 mostrou que estudantes apresentaram melhora temporária em tarefas de raciocínio espacial após ouvir Mozart. Porém, esse efeito durou apenas cerca de 10 a 15 minutos e foi amplificado pela mídia. Nenhuma pesquisa posterior de grande porte confirmou aumento duradouro na inteligência provocado pela música clássica, portanto, ela não tem impacto real no funcionamento do cérebro.
As catedrais góticas vão além de simples templos; são verdadeiras obras-primas da engenharia medieval. Construídas com uma precisão surpreendente, elas parecem ter sido erguidas sob a ideia de que cada pedra já teria seu devido lugar, revelando um planejamento e uma execução foram cuidadosamente bem pensados.
A obra de Leonardo da Vinci, Mona Lisa ou La Gioconda, tornou-se mundialmente famosa após um escândalo marcante: quando foi roubada do Louvre em 1911. O desaparecimento da pintura com o sorriso enigmático mobilizou o mundo inteiro, transformando-a em uma verdadeira lenda. Os jornais noticiavam o caso diariamente, e filas se formavam até diante da parede vazia onde antes a obra estava exposta. E, assim, nasceu um mito que já dura mais de um século.
A história da arte guarda muitos segredos, incluindo mensagens ocultas que continuam desafiando especialistas até hoje.